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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Quem estava nos protestos contra Cristina Kirchner?


Principais candidatos da oposição nas eleições argentinas são todos diretamente ligados ao imperialismo norte-americano

Protesto em Buenos Aires contra o governo de Cristina Kirchner, em 18 de fevereiro

No dia 18 de fevereiro, milhares de pessoas participaram de uma marcha em Buenos Aires, capital da Argentina, em protesto contra o governo de Cristina Kirchner (a chamada "18F", em referência à data). O protesto da direita contra o governo foi convocado por promotores do Judiciário argentino, impulsionado pelo "caso Nisman", e reuniu basicamente setores de classe média, pequeno-burgueses.

Um mês antes, em 18 de janeiro, o promotor Alberto Nisman foi encontrado morto em seu apartamento. Nisman havia feito uma denúncia contra Cristina Kirchner e o ministro das Relações Exteriores, Hector Timerman, de que teriam acobertado provas do envolvimento de iranianos em um ataque a bomba em 1994, contra uma instituição judaica (AMIA) em Buenos Aires.

Imperialismo presente

No velório de Nisman, uma cerimônia privada e familiar, só os membros da família estiveram presentes, com uma exceção: o embaixador dos EUA na Argentina, Noah Mamet. Nisman era conhecido por estar ligado a agentes que participavam de operações encobertas da Inteligência argentina, sob a influência da CIA, do FBI e do Mossad. No final de 2014, foi denunciado pelo crime de traição à pátria.

Essa não é a única aparição do imperialismo norte-americano na história do protesto "18F". Os três candidatos de oposição com melhor desempenho nas pesquisas eleitorais, Mauricio Macri, Sergio Massa e Daniel Scioli, são todos ligados ao imperialismo norte-americano. Todos eles ajudaram a convocar o "18F" e tentam capitalizar eleitoralmente o protesto.

Sergio Massa, ex-chefe de gabinete da presidente Cristina Kirchner, é um neoliberal ligado ideologicamente a Alvaro Alsogaray, que defendia o neoliberalismo. As políticas neoliberais foram adotadas pela ditadura militar argentina e pelo governo de Carlos Menem, sempre levando o País ao desastre econômico. Documentos do Wikileaks mostraram que o empresário da construção civil O'Reilly era a ponte entre Sergio Massa e a embaixada norte-americana.

Junto com Sergio Massa, Mauricio Macri, prefeito de Buneos Aires, se reuniu, na cidade que governa, no final de 2014, com o ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe, ultradireitista servil aos interesses norte-americanos. O mesmo Macri declarou ter se reunido com as embaixadas dos EUA e de Israel, com a CIA e com o Mossad, para tomar decisões de estado relativas à segurança. Segundo ele, queria usar a experiência desses órgãos para "não improvisar".

Daniel Scioli, por sua vez, defendeu em uma palestra em Miami, no encontro anual da Fundação Clinton, a integração da Argentina com os EUA (integração que o México já demonstrou aonde leva). Além de Bill Clinton, outros amigos de Scioli são o empresário mexicano Carlos Slim, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Scioli reuniu-se com Netanyahu interessado também nas técnicas (e armamento) israelenses de segurança e repressão.

Derrubar todos os governos nacionalistas burgueses

Nos últimos anos, o imperialismo norte-americano já participou de e impulsionou a derrubada de uma série de governos nacionalistas burgueses, além de algumas tentativas fracassadas. Como no golpe contra Zelaya em Honduras e Lugo no Paraguai.

Na Líbia, o imperialismo aproveitou uma revolta popular para atacar Khadafi e derrubá-lo. No Egito, impulsionou os protestos contra o governo da Irmandade Muçulmana que levou os militares a derrubarem Morsi, militares fartamente financiados pelos EUA durante décadas. Na Ucrânia, utilizou os fascistas, que também financiava a décadas, para precipitar a derrubada de Yanukovich. Na Tailândia, usou os militares para derrubar Yingluck Shinawatra. Na Venezuela, a oposição, que já recebeu quase US$ 100 milhões dos EUA desde que Chávez venceu as eleições, segundo documentos do Wikileaks, tenta derrubar o governo há mais de dez anos.

Depois do aprofundamento da crise capitalista em 2008, aumentaram as contradições entre os governos nacionalistas burgueses e o imperialismo. Colocou-se para o imperialismo a necessidade de impor uma nova onda neoliberal em todo mundo. Os governos nacionalistas burgueses são um obstáculo para isso, pois representam burguesias nacionais e, ao mesmo tempo, são mais fracos diante da classe trabalhadora em seus países.

Esmagados entre o imperialismo e a classe trabalhadora local, esses governos não implantam as medidas neoliberais na velocidade e com a decisão necessárias do ponto de vista dos grandes monopólios econômicos (o imperialismo). O imperialismo precisa derrubar esses governos para impor o neoliberalismo contra a população por meio de governos de força. Por isso o golpismo está colocado em tantas partes do mundo, para fazer a classe operária no mundo todo pagar pela crise do capitalismo, incapaz de continuar dando lucro.

Fonte: http://www.pco.org.br/

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