"Que culpa tenho eu?", disse o presidente da Bolívia, Evo Morales, sobre os presentes que ganha e que são, segundo ele, responsáveis pelo aumento líquido de seu patrimônio em 253% desde que chegou ao poder em 2006.
"Se o povo vai me presenteando e presenteando, o patrimônio vai seguir aumentando", seguiu, em discurso ontem no centro-sul do país.
Evo deu como exemplo os ponchos, abrigos feitos a mão, tradicionais dos Andes, e uma de suas marcas desde que chegou ao poder.
Só em ponchos que ganhou de presente ele calculou ter US$ 100 mil --cerca de 500 peças, cada uma avaliada por ele em US$ 200.
Ele costuma presentear amigos e celebridades com ponchos e roupas com bordados andinos. O ator americano Sean Penn, por exemplo, ganhou um poncho durante visita ao país neste ano.
A controvérsia sobre o patrimônio de Evo começou na semana passada, quando a Controladoria-Geral do país divulgou que seu patrimônio cresceu do equivalente a US$ 110 mil em 2006 para US$ 388 mil neste ano.
A agência oficial de notícias ABI citou os números e argumentou que o patrimônio do presidente cresceu "fundamentalmente pela revalorização de seus bens e pela somatória dos 88 salários, incluindo 13".
Segundo o governo, o ex-líder sindicalista cocaleiro possui uma casa na cidade de Cochabamba, uma propriedade na região cocaleira do Chapare (centro do país) e um pequeno rebanho bovino em sua cidade natal, Orinoca.
REDUÇÃO DE SALÁRIO
Quando assumiu a Presidência, Evo reduziu o próprio salário de US$ 4.300 para US$ 2.100, um dos mais baixos da região (Dilma Rousseff ganha cerca de US$ 10 mil).
A oposição pede esclarecimentos sobre o aumento de bens do presidente e diz que a explicação do governo, sobre a poupança dos salários de Evo, é inconsistente.
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