Conheço certas casas onde existem quartos destinados a cemitérios de brinquedos.
As mesmas famílias, todavia, não dão às crianças a necessária atenção, usando os brinquedos (novos e cada vez mais sofisticados/caros) como forma solerte de tentar ocupar os pequenos, enquanto estão agarrados à rede social, discutindo problemas alheios e os seus próprios com estranhos e "amigos".
Não sei onde vamos chegar, mas vejo as relações familiares profundamente abaladas por procedimentos muito diferentes dos que se poderia razoavelmente esperar entre parentes.
E não são só as crianças as relegadas a segundo plano pelos familiares: os velhos também se sentem desconsiderados por aqueles que preferem tomar conhecimento e opinar quanto aos problemas de desconhecidos do que se empenhar em dar assistência aos seus velhos. Ai do idoso que ousar puxar conversa enquanto os outros de casa estão plugados à rede, pois serão considerados inconvenientes e até desejarão que morram logo, para deixar de se constituir em empecilhos à vida informatizada dos seus parentes.
E, por falar em velhos, tenho verdadeira ojeriza pelos cínicos que dizem ser a velhice a "melhor idade". Pura hipocrisia. Quando chegarem lá - se chegarem - certamente lembrar-se-ão de quanto estão sendo debochados ao tratarem os idosos como integrantes de uma faixa etária "melhor" que as outras.
E, por falar em velhos, tenho verdadeira ojeriza pelos cínicos que dizem ser a velhice a "melhor idade". Pura hipocrisia. Quando chegarem lá - se chegarem - certamente lembrar-se-ão de quanto estão sendo debochados ao tratarem os idosos como integrantes de uma faixa etária "melhor" que as outras.
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