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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Missionário mórmon questiona sua pregação e se torna ateu



O jovem Hawkins não aceitou as contradições das escrituras
O americano Elder Hawkins (foto), 21, passou 23 meses nas Filipinas como missionário da Igreja Mórmon. Disse que perdeu a conta das abordagens às pessoas, que eram assim:

"Olá! Meu nome é Elder Hawkins, e este é o meu companheiro Élder Thompson. Somos missionários da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e gostaríamos de compartilhar as verdadeiras palavras de Cristo. Podemos partilhar com você a nossa mensagem da expiação de Cristo?"

A sua adaptação nas Filipinas foi difícil por causa do choque cultural e da diferença de qualidade de vida. “Chorei todas as noites da minha primeira semana nas Filipinas.”

Ele teve de morar em uma casa sem banheiro e infestada de ratos e baratas. E temeu pela sua segurança. Rezou para que não levasse um tiro ou fosse molestado sexualmente.

Contudo, o que mais incomodava Hawkins foram as contradições das doutrinas mórmons.

Contou que, antes mesmo de iniciar o seu trabalho de “campo” nas Filipinas, nas nove semanas de sua preparação no Centro de Treinamento de Missionários, em Utah, ele começou a questionar os ensinamentos da religião.

Hawkins se lembrou do dia em que, na sala de aula, ao estudar a seção 132 da Doutrina e Convênio, achou que não estava conseguindo entender o texto, que, suspeitava, era intrincado demais para seu conhecimento sobre o mormonismo.

Pela sua interpretação d\quele texto, o mórmon tem de se casar com pessoa da mesma religião e em templo da Igreja. Se não for assim, ele não obterá a vida eterna. E terá de se conformar com a designação de sua mulher para um homem mais digno, aqui na Terra e no céu.

Hawkins disse que, na época, ficou preocupado porque, pelo seu entendimento, parte de sua família e de seus melhores amigos que não são mórmons estavam sem esperança alguma de salvação, com
lugar já garantido no inferno.
Ele procurou esclarecimentos de seus professores, mas o que obteve foi a confirmação do que já suspeitava ser a doutrina mórmon.

Por procurar acabar com suas dúvidas, ele foi repreendido pelos professores por estar dando ouvidos ao Satanás, colocando o livro sagrado sob suspeição.

Além disso, líderes da igreja escreveram na ficha dele que tinha dificuldade para se levantar cedo e que suas opiniões sobre o aborto e casamento entre pessoas do mesmo sexo eram “vergonhosas”.

Depois, nas Filipinas, Hawkins ficou constrangido ao receber a incumbência de ter de investigar por que um fiel — o Ed, pai de quatro filhos — estava pagando, como dízimo, menos de 10% de seus vencimentos, descumprindo o texto bíblico.

Para fortalecer seus argumentos contra a desobediência de Ed, Hawkins se aprofundou no estudo da Bíblia e foi quando tomou consciência dos horrores propagados pelas escrituras: genocídios, estupro, mutilação genital, escravidão, poligamia, incesto e subjugação das mulheres.

Ele resolveu, então, aprofundar sua leitura do Livro do Mórmon na expectativa de encontrar, ali, “correções” da Bíblia.

Constatou, contudo, que o “livro mais perfeito desde sempre” corroborava a Bíblia, além de haver, entre as duas escrituras sagradas, contradições e desencontro de informações.

Quando voltou para os Estados Unidos, Hawkins procurou esclarecimentos em outras leituras e na internet. Começou pelo autor Reza Aslan, cujo livro “ Zealot: The Life and Times of Jesus of Nazareth” reconta a vida de Jesus do ponto de vista histórico e humanista.

Um autor foi levando a outro, e Hawkins acabou chegando a Christopher Hitchens, Sam Harris e Richard Dawkins, escritores ateus. “E o diabo então começou a me arrastar para o inferno”, disse Hawkins em tom de brincadeira.

E ele próprio se tornou se tornou ateu, passando a experimentar o prazer da liberdade de pensamento.

“Claro, isso não ocorreu com tranquilidade”, disse. “Meus parentes mais próximos e amigos mórmons ficaram chateados. Minha família se recusa a falar sobre o assunto. Para ela, eu sou um fracasso. Minha mãe chorou quando soube da minha desconversão. Ela acha que o seu filho está indo para o inferno. E eu ainda estou tentando lidar com essa angústia dela.”

Hawkins renunciou oficialmente a sua fé em 2013. Atualmente, ele estuda ciência política e filosofia
na Universidade de Utah. Pretende ser advogado.

Ele citou Hitchens para resumir como se sente hoje: “Assuma o risco de pensar por si próprio. Em compensação, receberá mais felicidade, beleza, verdade e sabedoria”.

Com informação da revista American Atheist.

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