Para escrever o artigo abaixo e expor-se às críticas que o rotularam como eugenista, racista, etc..., o senador tinha que ser um homem de ideias firmes e convicções, certas ou erradas, ao nosso modo de pensar, pouco importa. O artigo ensejou celeuma e reação de associações de afrodescendentes, entre outras. Era o que ele pensava e teve a coragem de externar seu pensamento, mesmo com prejuízo da simpatia daqueles que não concordam com o que escreveu. Tal comportamento constituiu inequívoca demonstração de coragem.
O DNA espartano
28 de agosto de 2005 – A Notícia
A eugenia ‐ uma lei não escrita ‐ era o dogma mais importante para os
espartanos. Consistia em sacrificar toda e qualquer criança que nascesse doente
ou com deficiências, fossem físicas ou mentais.
Assim, Esparta ficou famosa, na antigüidade clássica, por ter um povo
hígido e forte, notável nas batalhas de conquista que empreendeu contra seus
vizinhos, aquém ou além Peloponeso.
Por outro caminho, não violento, os povos do século 21 poderão
construir uma sociedade sem pessoas sofredoras de males genéticos,
principalmente os observados durante a vida intra‐uterina.
Esse novo cenário eugênico não se dará pela ação da adaga, mas pela
evolução da ciência.
Ao anunciar, em modesta e sintética publicação, que ele e James
Watson haviam decifrado o código genético, revelando a estrutura molecular do
DNA, Francis Crick não exagerou ao dizer que os dois cientistas haviam
descoberto "o segredo da vida".
Na verdade, a partir daquele ano, 1953, a biologia não parou de
evoluir, oferecendo resultados fantásticos à agricultura e à pecuária.
Confirmando as teses evolucionistas de Darwin, a engenharia genética
promoveu evoluções fantásticas em várias espécies.
Biotecnologia, engenharia genética, manipulação de embriões são
alguns dos nomes das novas especialidades que vêm fazendo, com incrível
velocidade, o que a natureza levou séculos e milênios para fazer.
Quando era menino, na década de 50, meu avô e nossos vizinhos
disputavam quem obtinha mais latas de banha, ao abaterem um de seus porcos.
Hoje, o chamado porco light é quase só carne e zero de banha.
A ciência vem garantindo uma redução fantástica nas perdas agrícolas,
não só por oferecer informações precisas sobre o clima, rastreadas da terra do
satélite artificial, como também por produzir sementes mais produtivas e imunes
às pragas.
A clonagem já garante a produção de espécies vegetais homogêneas.
Logo, logo, vai também representar uma evolução ainda mais aprimorada dos
rebanhos.
Os estudos, avançados, do genoma já nos sinalizam para a cura de
doenças provocadas pela desorganização celular. Certamente, começará com
medidas preventivas, como a da vacinação contra Aids, câncer. Mas avançará na
cura, em qualquer estágio da doença, pela simples intervenção genética, na
recomposição da célula.
As pessoas poderão se valer da ciência, para evitar que seus filhos
nasçam feios, deformados, deficientes ou idiotas. Ou até mesmo ‐ e essa vai ser a
grande questão do século ‐ escolher para que as crianças nasçam clones de algum
gênio ou adônis.
Nesse mundo de notícias tão ruins, esta é a mais alvissareira de todas:
a eugenia, doravante, vai ficar por conta dos prodígios da ciência, não da
barbárie das adagas.
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