Perfil

Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

Mensagem aos leitores

Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.



terça-feira, 30 de agosto de 2011

Invasão chinesa no Brasil


<><><><><><><>
Acontece


 
Foto Destaque
Foto
Foto
Foto
Foto

Murillo Ghigonetto


Nos últimos anos, a indústria brasileira de motocicletas assistiu a uma verdadeira “invasão” de fabricantes vindos da China, dispostos a conquistar fatias do mercado nacional. No começo, os modelos eram apenas importados em pequenos lotes. No entanto, essa filosofia parece estar mudando.


Atraídas por um mercado em plena ascensão, com crescimento superior a 10% todos os anos, as marcas chinesas começam a investir milhões de dólares no Brasil e não querem apenas importar, e sim fabricar por aqui. Outro fator, que comprova o potencial do mercado brasileiro, é a chegada constante de novos fabricantes.


Um bom exemplo é a Traxx, empresa subsidiária da Jialing, líder no segmento de duas rodas na China. Com sede em Fortaleza (CE), a Traxx Motocicletas do Brasil está construindo sua fábrica em Manaus que, quando pronta, ocupará uma área de 50.000 m² e terá capacidade produtiva de 100 mil motocicletas/ano.


“Hoje a Traxx ocupa o quinto lugar no mercado nacional. Por isso estamos investindo mais de US$ 5 milhões na nova fábrica”, conta o Gerente Executivo da marca, Hegel Pinto Vieira. “Com uma maior produção, nossa meta é alcançar o quarto lugar até 2009. Acreditamos que o mercado vai crescer muito nos próximos anos”, aposta.


A Traxx planeja também aumentar o número de revendedores de 92 para 120 até o fim do ano e lançar novos modelos. “Até o final de 2007 devemos lançar mais dois modelos. Queremos oferecer produtos com tecnologia a preços mais acessíveis para nossos clientes”, diz Vieira. Atualmente o modelo de maior sucesso da marca é a Star JL 50Q-2, com preço público sugerido de R$ 3.358.


Recém-chegadas


De olho nesta briga estão outras duas marcas recém-chegadas ao Brasil e também vindas da China: a Fei Ying Motor (FYM) e a Jiangsu, esta última representada pela brasileira Motor-Z.


Com estimativa de comercializar 35 mil motos em 2008 e investimentos iniciais na ordem de US$ 3 milhões, o grupo FYM se associou à brasileira Nova Trade, empresa especializada em comércio exterior, e, após um mês do início da comercialização de sua linha de motocicletas, já anunciou a construção de uma planta produtiva no Brasil.


“Nossa meta é alcançar 4% de participação do mercado em 2008. Com a conclusão da fábrica, nossa capacidade de produção deverá ficar em 250 motocicletas por dia”, informa Joacyr Drummond, diretor-executivo da FYM.


Inicialmente, a empresa vai oferecer modelos de baixa cilindrada, segmento que representa quase 90% das vendas internas. As motos FYM terão preços entre R$ 3.500 e R$ 9.000, revela Drummond. “Vejo a motocicleta como um ‘aparelho celular’ do futuro. Será um veículo totalmente popularizado”, prevê.


Com esse mesmo objetivo, a Jiangsu Creative Motorcycle, segunda maior fabricante de motos chinesa, firmou parceria com a Motor-Z, do grupo Zeppini. Os primeiros frutos dessa união são três modelos de scooters elétricas, montadas no Brasil.


Com um centro de montagem na região do Grande ABC, a Motor-Z investiu US$ 2 milhões e em breve quer expandir seus negócios. “Iremos intensificar cada vez mais nosso trabalho com o objetivo de oferecer um produto melhor e conquistar cada vez mais mercado”, afirma Paulo Fernandez, diretor da montadora.


A MVK Motos e a Garini Motors são outras marcas que devem contribuir para aumentar a concorrência nos próximos anos. A primeira, que atualmente importa seus modelos da China, informa que já está construindo sua fábrica em Manaus. O objetivo é alcançar 3% do mercado até 2011. Já a Garini Motors anunciou a transferência de sua linha de montagem para uma área maior na Zona Franca. A idéia é fortalecer a imagem da marca no Brasil e aumentar a produção no futuro.


O Grupo Itavema, maior distribuidor de veículos do Brasil, também deve entrar nesse segmento. Especula-se que a empresa esteja negociando a construção de uma fábrica em na capital amazonense para produzir motocicletas chinesas da marca Lifan e Qianjiang.


Negócio da China


Uma das primeiras empresas a enxergar este nicho foi a Sundown Motos, do grupo Brasil & Movimento S.A. Desde 2004 a marca mantém uma parceria para aquisição de tecnologia e desenvolvimento de novos produtos com dois fabricantes chineses: a Jinan Qingqi Motorcyle e a Chongqing Zongshen Motorcycle Group.


A marca foi uma das primeiras “chinesas” a se instalar no Brasil e atualmente já ocupa o quarto lugar entre os produtores internos, com participação de cerca de 5% do mercado. Em apenas três anos, a Sundown cresceu mais de 250% e abriu 180 novas concessionárias no país. Só em 2006 foram produzidas mais de 60.000 unidades de motocicletas em sua fábrica de Manaus. Como resultado, hoje é uma das marcas que mais crescem no país.


Para o diretor comercial de motocicletas da Sundown, Rogério Scialo, a receita para o sucesso é simples. “Procuramos desenvolver nossos produtos com a ‘cara dos brasileiros’. Olhamos as necessidades dos consumidores e adequamos todas elas a um preço justo”.


Uma das razões apontada pelas montadoras para essa “invasão” de motos chinesas diz respeito à saturação do mercado chinês. Além do poder aquisitivo na China ser baixo, nos últimos anos a produção de motocicletas no país ultrapassou a demanda. Como resultado, os fabricantes passaram a voltar suas atenções para os mercados emergentes, como o brasileiro. Não por acaso.


A cada ano as vendas de motocicletas alcançam índices recordes no Brasil. Só em 2007, por exemplo, a previsão é de que sejam produzidas 1,6 milhão de motocicletas, segundo dados da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas).


Consumidor em dúvida


Apesar da chegada de diversas montadoras chinesas, a Abraciclo faz um alerta. “O consumidor deve ficar atento para não adquirir produtos atraentes no preço, mas que estão longe de atender às condições mínimas de utilização”, informa Paulo Takeuchi, presidente da entidade.


Para Takeuchi, apesar da concorrência ser interessante em função da oferta de preços, a chegada de marcas chinesas ameaça as indústrias já estabelecidas. “Está ocorrendo um desequilíbrio perigoso no processo de manufatura. As empresas fabricantes, que produzem desde o início no Brasil, investem cada vez mais em mão-de-obra, insumos e tecnologia brasileiras. Entretanto, estão disputando com empresas que, na tentativa de aproveitar o crescimento do mercado, trazem modelos via importação e realizam uma simples montagem no país, sem as devidas adequações técnicas”, finaliza.

Fonte: Agência Infomoto

Nenhum comentário: