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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Poluição sonora ultrapassa os níveis permitidos em São Paulo


O intenso tráfego de veículos é a princpal causa de poluição sonora na região

A subprefeitura de Pinheiros, na cidade de São Paulo, é uma região onde a poluição sonora se manifesta a níveis consideravelmente acima dos permitidos pela lei. Um estudo da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP constatou que em até 45% dos pontos de medição o ruído era até 15 decibéis (dB) acima do ideal.
O geógrafo Thiago Shoegima, autor da pesquisa, pretendia comparar a situação real dos pontos de levantamento com a lei de zoneamento municipal vigente no município para verificar se eram coerentes.
O estudo de Shoegima intitulado Poluição sonora urbana: estudo de caso da subprefeitura de Pinheiros, foi orientado pelo professor Alfredo Pereira de Queiroz Filho e realizou três medições diferentes em 40 pontos distribuídos na região. Segundo ele, Pinheiros foi escolhido por ser uma das áreas centrais da cidade e por ser uma das principais regiões que estão dentro da mancha urbana de São Paulo.
A primeira coleta foi realizada no primeiro semestre de 2010 e foi a que demonstrou pior situação: 45% dos pontos estavam com mais de 15dB acima do aceitável, e apenas 2,5% deles estava dentro dos limites estabelecidos. No segundo e no terceiro levantamento, realizados no primeiro semestre de 2011, o quadro era menos grave: apenas 20% dos lugares apresentavam ruído urbano superior ao permitido. E destes, em 42% dos casos o excesso ficava entre 1dB e 5dB.
O geógrafo credita essa redução à Lei que restringiu o tráfego de caminhões na área e ao programa Controlar (Programa de Inspeção e Manutenção de Veículos em Uso), que visa diminuir a poluição do ar. O pesquisador diz que a principal causa do excesso de ruído na região é o tráfego de veículos, e enfatiza que o número de reclamações recebidas pelo Programa de Silêncio Urbano da Prefeitura de São Paulo (PSIU) não acompanhou a diminuição da poluição sonora no período.
A poluição sonora possui comprovadamente efeitos sobre o sono. Segundo a OMS Organização Mundial de Saúde (OMS) a exposição a elevados níveis de ruído pode desencadear problemas no sistema cardiovascular, psicológico, redução de desempenho e alterações no comportamento social, além dos problemas de audição e estresse.
– Causa espanto saber que outros tipos de poluição recebem uma série de cuidados para sua diminuição ou controle (como a poluição da água, do solo e a poluição visual), mas nada se fez até agora para diminuir a polução sonora, não há um grande cuidado e nem muitos estudos sobre o assunto na cidade de São Paulo –, acrescenta Shoegima.
Ele diz que os fatores que causaram a redução observada nas medições não foram feitos para esse fim, mas o realizaram como uma consequência de seu objetivo principal.
– Não há ações direcionadas especificamente para a redução da poluição sonora e nem investimentos no controle da mesma.
O geógrafo considera ser necessário alertar a população do perigo a que ela está exposta, até porque há a probabilidade de que estes resultados não se limitem à região de Pinheiros, mas a toda a área essencialmente urbana da cidade.
Shoegima adquiriu o equipamento e levantou ele próprio os dados necessários à sua pesquisa, pois segundo ele a prefeitura não os possuía, o que foi uma surpresa. O pesquisador conta que até então tinha-se pouca ou nenhuma noção de como andava a poluição sonora naquela região, o que demonstra a importância da divulgação destes dados.
– Para a prefeitura diminuir o problema, ela tem que não só fiscalizar, mas ter noção da situação do problema. Isto se consegue com levantamentos e pesquisas, não adianta ter uma lei que determina os limites de ruído e achar que ela esta sendo mesmo respeitada. Mesmo o PSIU, que fiscaliza somente determinados tipos de reclamações (bares, restaurantes, casas noturnas, igrejas), não consegue dar conta da demanda e demora muito para atender aos cidadãos. Além do mais, a principal fonte de ruído na cidade, o tráfego de veículos, não é atendida pelo órgão.

Fonte: CORREIO DO BRASIL

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