Perfil

Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

Mensagem aos leitores

Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.



quinta-feira, 11 de agosto de 2011

CONFESSANDO A INDECÊNCIA - MAS, DE QUEM É O TERRENO E QUEM PAGARÁ O PROJETO?

As palavras atribuídas ao arcebispo metropolitano de Belo Horizonte parecem admitir que tudo que é feito pelo governo em favor do culto católico (incontáveis restaurações de templos, custeio de eventos religiosos, etc...)  constitui rematada indecência.

Efetivamente, se o Estado (gênero) brasileiro destinasse 100 milhões para construir mais uma catedral católica, teriamos uma gritante indecência, ao lado de uma escandalosa ilegalidade.

Mas o custo da construção não é tudo e desconfio que o terreno, sobre cuja propriedade a reportagem não se refere, deve ter origem no patrimônio público. Apenas desconfio. Ainda não tenho informação concreta a respeito.
O indício que me leva a desconfiar é a informação no sentido de que a catedral ficará do lado de uma estação do metrô, em Venda Nova (...).

Há mais: espero que o governo mineiro ou a União não se valham de mecanismos legais para fazer com que os empresários que aparecem como prováveis mecenas custeiem a obra mas ganhem, em contrapartida, vantagens fiscais.

Se, nem o terreno, nem o os projetos, nem o dinheiro para a edificação, tiverem origem pública (no que, sinceramente, não acredito), o arcebispo estará simplesmente cumprindo disposições do Código de Direito Canônico que atribui aos fiéis da ICAR a obrigação de proverem as necessidades do culto (Cân. 222 e outros) e o art. 19 da Constituição Federal, que estabelece a separação entre o Estado e as religiões. Caso contrário, a fraude estará configurada.

Como sou cético convicto e estou calejado de tanto ver alianças espúrias feitas pelo Estado brasileiro com os mais diversos cultos, em total desrespeito aos princípios do republicanismo, vou permanecer vigilante e sugiro que os leitores também o façam.

-=-=-=-=-=

Catedral de BH será erguida só com doações

José Maria Mayrink - O Estado de S.Paulo

A nova catedral de Belo Horizonte, um arrojado projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, custará de R$ 75 milhões a R$ 100 milhões, que serão arrecadados entre os fiéis e grandes empresas. A campanha pela captação de recursos começará no dia 22, em reunião do arcebispo metropolitano, d. Walmor Oliveira de Azevedo, com empresários mineiros, para apresentação da maquete.

"A futura catedral será uma obra da Igreja, bancada pelos católicos, sem participação do governo", afirma d. Walmor, respondendo à insinuação de que o projeto pudesse ter ligação com a Cidade Administrativa do Estado, também projetada por Niemeyer e construída na mesma região pelo ex-governador Aécio Neves. "Nosso projeto, de 2005, é anterior à construção da Cidade Administrativa."
Seria, portanto, coincidência o fato de os dois conjuntos arquitetônicos estarem à margem da Linha Verde, a rodovia que liga Belo Horizonte ao Aeroporto Internacional de Confins, a 5 quilômetros de distância entre um e outro. A catedral ficará do lado de uma estação do metrô, em Venda Nova, o que facilitará o acesso dos fiéis vindos do centro e de outros bairros da capital mineira.
"A catedral ocupará uma área de 22 mil m², com capacidade na parte interna para 5 mil pessoas e espaço externo para mais 20 mil, em grandes concentrações, como missas campais", adiantou d. Walmor. Como igreja-mãe da arquidiocese de Belo Horizonte, o templo atenderá a uma população de 5 milhões de habitantes, em 251 paróquias em 28 municípios vizinhos.

Desenho

O projeto de Niemeyer traz o desenho de uma cúpula de 60 metros de diâmetro, dividida em três pavimentos e sustentada por duas hastes de 100 metros de altura, que se juntam no ar como duas mãos postas em oração.
Além do escritório de Niemeyer, cuja remuneração corresponderá a até 25% do custo da obra, outros profissionais participarão da construção. "Temos pessoal técnico competente nos quadros da Pontifícia Universidade Católica (PUC-MG) que acompanhará a execução", informa d. Walmor.
Segundo o arcebispo, Niemeyer não cobrou pelo risco do projeto, entregue em abril de 2006, seis meses após a encomenda.
Ao perceber que o custo assustava, Niemeyer incentivou d. Walmor, com a previsão de que a futura catedral será o local mais visitado de Belo Horizonte. "O senhor não desista, porque esse é um dos projetos mais bonitos que pude realizar e, com certeza, valerá a pena", argumentou o arquiteto. Niemeyer é autor de outros projetos locais, incluindo a igreja de São Francisco e a Casa de Baile, na Pampulha, dos anos 1940, quando Juscelino Kubitschek era o prefeito.

Elogio

"Niemeyer não tem uma trajetória de vida ligada à religião, mas tem a graça de comunicar, com seus traços, o que é Deus", elogia d. Walmor.
Uma maquete da catedral de Belo Horizonte foi enviada a Roma para participar de uma exposição de arte no Vaticano, montada em comemoração dos 60 anos de sacerdócio de Bento XVI. O papa viu e gostou do projeto.

Fonte: ESTADO DE SP

Nenhum comentário: