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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

QUADRILHA? - Deic revela guerra empresarial entre shoppings e esquema de extorsão por fiscais do Ibama em SC

Servidores públicos teriam exigido R$ 300 mil do empreendedor


Diogo Vargas | diogo.vargas@diario.com.br

O Shopping Continente Park, em construção em São José, na Grande Florianópolis, também teria sido alvo da cobrança de propina por fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para não ter as obras embargadas. Os servidores públicos teriam exigido R$ 300 mil do empreendedor, Jaimes Almeida Junior, aponta a Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic).

O episódio teria ocorrido no início deste ano, mesma época em que, como o Diário catarinense mostrou na terça-feira, um empreendimento imobiliário na mesma cidade teria entrado na lista das vítimas dos fiscais.

Mais do que pura tentativa de extorsão, a investigação da Deic sugere a existência de uma espécie de guerrilha do shopping Via Catarina, instalado em Palhoça, contra o Continente Park. A polícia tem depoimentos e gravações de encontros e negociações para tentar impedir a construção do novo shopping.Denúncia

A Deic começou a apurar o caso do Continente Park no dia 25 de março deste ano. O empresário Jaimes Almeida Júnior registrou boletim de ocorrência relatando estar sendo vítima de denúncias falsas de licenças ambientais referentes ao empreendimento em construção às margens da BR-101, em São José.

Ele comunicou também a existência de e-mails anônimos falsos na tentativa de abalar a sua imagem e a gerar instabilidade no mercado. As correspondências eletrônicas teriam sido enviadas a fornecedores, clientes, funcionários, colaboradores e à instituição bancária financiadora do shopping. Os textos foram atribuídos a sites de notícias, cujos responsáveis foram ouvidos pela polícia e negaram a autoria.

A Deic abriu inquérito e concluiu pela existência de um um grupo que estaria extorquindo os empresários da região e ameaçando embargar as obras se não houvesse pagamento em dinheiro dos valores exigidos. A polícia afirma que o esquema contou com a atuação de pessoas que se dizem assessores de políticos da região, e que agiam como interlocutores dos fiscais do Ibama. Fariam parte também empresários e advogados.
Pressão da concorrência para embargar obraPara chegar aos nomes dos envolvidos, a Deic orientou a empresa Almeida Júnior a gravar as conversas com as pessoas que estavam cobrando a propina e a estender a negociação. Em depoimento ao delegado Renato Hendges, o assessor institucional da Almeida Júnior, Gilvani Voltolini, afirma que, estranhamente e sem nenhum rodeio, o assessor Juliano (seria um dos negociadores da propina) informou a ele que a fiscalização do Ibama estaria sofrendo pressão para embargar a construção do Continente Park Shopping por parte do Shopping Via Catarina.

Gilvani disse à polícia que a pressão teria sido feita pelo empresário Horácio Figueiredo, o Português, dono do Via Catarina. O funcionário do Grupo Almeida Júnior relatou ainda que Português teria oferecido R$ 300 mil para que o fiscal Eduardo Benício de Abreu embargasse a obra do Continente Park.

Representantes do shopping em obras afirmaram na Deic que não fizeram o pagamento, mas arrastaram a negociação prometendo entregar R$ 180 mil em troca de parecer favorável de vistoria dos fiscais. Em 4 de abril, Gilvani se encontrou com o fiscal Eduardo no Lagoa Iate Clube (LIC), na Capital. Eduardo estava jogando tênis. Gilvani gravou a conversa.

Ali, teria reduzido o valor da propina para não embargar a obra em R$ 150 mil. Segundo o diálogo, Eduardo aceitaria reduzir se dependesse só dele, mas não poderia porque teria de dar R$ 50 mil a Juliano. No depoimento, Gilvani afirma que Eduardo comandaria o esquema de extorsão e que Juliano seria o seu interlocutor. Gilvani também cita o nome Alberto como o de outro suposto fiscal que assinaria o relatório da vistoria. Outro nome que aparece na investigação é de um fiscal chamado Paulo.

O delegado Hendges afirma estar certo de que o shopping não pagou a propina.

O Diário Catarinense procurou desde sexta-feira o Grupo Almeida Júnior para comentar o caso. A assessoria de imprensa informou que Jaimes Almeida Júnior está na Austrália e retorna ao Brasil na semana vem. Conforme a assessoria, ninguém da empresa está autorizado a falar sobre esse assunto.

Contrapontos

O que disse o empresário do Shopping Via Catarina, Horácio Figueiredo:Procurado pelo Diário Catarinense, disse por sua assessoria de imprensa que o shopping e seus empreendedores desconhecem totalmente as circunstâncias do caso.

O que disse o fiscal do Ibama Eduardo Benício de Abreu:
O seu advogado, Antonio Carlos Marins, estava com o telefone desligado ontem. Em entrevista ao Diário Catarinense publicada na edição de quinta, o fiscal disse que é inocente e negou extorsão ou pedido de propina contra empresários.



Fonte: DIÁRIO CATARINENSE

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