do leitor Rodrigo César Dias (foto) a propósito de
Arcebispo afirma que ateísmo é fenômeno que ameaça a fé cristã
Acho que a explicação para a decadência da fé é relativamente simples: os dois pilares da religião até hoje, a ignorância e a proteção do Estado, estão sendo paulatinamente solapados.
Sem querer dizer que todos os religiosos são estúpidos, o que não é o caso, é possível afirmar que existe uma relação óbvia entre instrução e ateísmo.
A quantidade de ateus dentro de uma universidade, especialmente naqueles departamentos que lidam mais de perto com a questão da existência de Deus, como física, biologia, filosofia etc., é muito maior do que entre a população em geral.
Talvez não existam mais do que 5% de ateus na população total de um país, mas no departamento daqueles cursos você encontrará uma porcentagem muito maior do que isso. E, como esse mundo de hoje é caracterizado pelo acesso à informação, como há cada vez mais gente escolarizada e diplomada, é natural que a quantidade de religiosos diminua.
Por outro lado, a religião sempre foi grande aliada do Estado na manutenção da ordem social e da preservação do status quo. Carl Sagan expressou isso em "O mundo assombrado pelos demônios": "A religião é uma escola de pseudociência que tem proteção do Estado".
Ocorre que nos dias de hoje os meios de comunicação desempenham esse papel muito melhor do que a religião.
Quem manipula a informação, quem mantém as massas na ignorância, quem cria essa mistificação ideológica que justifica o status quo, a exploração de muitos por uns poucos, é a imprensa.
Sem o Estadão, a Folha de S.Paulo, a Veja, a Globo e outros veículos de desinformação seria impossível no Brasil manter esse fosso de desigualdade que nos degrada e nos desonra.
Não vou dizer que a religião tenha se tornado irrelevante para o Estado. Mas o fato é que ela ganhou um concorrente muito mais eficaz. Isso explica por que em SP os tucanos vêm despejando rios de dinheiro na Editora Abril.
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