Perfil

Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

Mensagem aos leitores

Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.



sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O Recife dos judeus


 by Jorge Magalhães 



  


O porto do Recife era o primeiro na rota dos judeus fugidos da Europa. Sem dinheiro para seguir viagem, muitos deles fincavam pé na cidade. 


“Eram os judeus mais pobres. Que não tinham condições de ir para o Rio de Janeiro, Buenos Aires. Muitos vinham só com a roupa do corpo”, explica a historiadora, antropóloga e presidente do arquivo histórico judaico em Pernambuco, Tânia Kaufman. Cruzavam o Atlântico para não mais voltar. 


Por aqui, desenvolveram a atividade de vendedor ambulante. Nos engenhos, seduziam os empregados com seus produtos acessíveis em pagamento parcelado. Vendiam de tudo. Sombrinhas, joias, roupas de cama, tecidos. 


No meio mais popular, em vez de discriminados, eram bem recebidos. Foi com a camada menos abastada da população que aprenderam a falar português, brincar carnaval, tomar pinga e apreciar a culinária regional. 


O futebol era mais uma forma de estarem juntos para se divertir. O judeu buscava ser aceito. Mesmo não abrindo mão da identidade judaica, ele tinha o desejo de pertencer àquele novo mundo. O futebol, assim como a dança, o teatro, a pintura e outras manifestações artísticas, era uma forma de aproximação. Uma ponte”, explica Kaufman.



Em meados de 1918, 1919, Recife já tinha uma comunidade judaica formada. Imigrantes fugidos do kzarismo, durante a primeira guerra mundial, antecederam os que viriam duas décadas depois, sufocados pelo nazismo e facismo. Em meados da década de 1920, portanto, a colônia se firmava na capital pernambucana.

“O futebol era mais uma forma de estarem juntos para se divertir. O Clube Israelita era muito grande, na Rua da Glória. No fundo tinha um campo de futebol que servia para vôlei também. Ali aconteciam os namoros, a formação desses times”, conta a historiadora. 

O mais notável deles seria fundado poucos anos depois da afirmação da comunidade na cidade. O Israelita Sport Club foi consequência de uma histórica relação de troca cultural, ainda pulsante.

Nenhum comentário: