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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Livro expõe corrupção do Judiciário no século XIX em relação a contrabando de escravos




Livro se baseia em denúncias publicadas no jornal “O Noticiador”, editado em Rio Grande, entre 1832 e 1836 | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Samir Oliveira

Moacyr Flores, de 78 anos, esteve na primeira Feira do Livro de Porto Alegre, há 59 anos. Comprou um punhado de livros com o dinheiro que possuía – naquela época, a moeda era o Cruzeiro – no caminho para a aula no Colégio Júlio de Castilhos. “Tinha meia dúzia de barracas na Rua dos Andradas”, recorda.

Professor de História aposentado da UFRGS e da PUCRS, Moacyr Flores lançou nesta quinta-feira (7) o livro “Contrabando de escravos” na praça de autógrafos da Feira do Livro. A obra destrincha as denúncias de corrupção feitas contra o Judiciário entre 1832 e 1836 em relação ao tráfico de escravos na época.

As denúncias eram publicadas pelo jornal “O Noticiador”, da cidade de Rio Grande. A publicação era mantida por Francisco Xavier Ferreira, deputado provincial pelo Partido Liberal e um dos fundadores da Maçonaria no Rio Grande do Sul e da Santa Casa de Misericórdia de Rio Grande. “Para mim, foi o primeiro abolicionista do Brasil”, considera o professor.

Moacyr Flores esteve na primeira Feira do Livro de Porto Alegre, há 59 anos | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Nas páginas de seu livro, Moacyr Flores explica como ocorriam os esquemas de corrupção. Juízes da alfândega de Rio Grande e de São José do Norte falsificavam documentos de negros que eram trazidos de Angola até Salvador e, no caminho até Montevidéu, passavam por essas cidade gaúchas. “Os escravos não tinham documentação. Passaportes e seguros de vida eram falsificados nas alfândegas. Os escravos eram transformados em baianos. Um juiz chegou a receber uma negrinha em troca de documentação falsa”, comenta.

Para o professor, o principal desafio de expor seus livros ao grande público é a adaptação da linguagem acadêmica. “Fomos treinados a utilizar uma linguagem científica. Escrever para o grande público é uma dificuldade medonha, porque temos que limpar o texto de termos técnicos ou então ficar o tempo inteiro explicando ao pé da página”, argumenta. Moacyr Flores entende que a Feira do Livro “é uma oportunidade para encontrar amigos e desconhecidos”.

Fonte:  SUL 21

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