Perfil

Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

Mensagem aos leitores

Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.



segunda-feira, 20 de abril de 2020

Afortunados ou desgraçados?

Afortunados os rudes sertanejos que tem mais fé na intervenção divina do que nos resultados tantas vezes mentirosos da sciencia humana - AUGUSTO-EMÍLIO ZALUARTrecho da obra intitulada Peregrinação pela Província de São Paulo - Liv. Granier/RJ/1860-1861, p. 131. 

À época, até era admissível que gente do sertão, sem a mínima instrução, a não ser aquela direcionada pela religião católica, acreditasse em quimeras, em vez de crer na ciência, que pesquisa, investiga, busca a verdade, em vez de agir como estelionatária, a exemplo do que fazem os pregadores.
Podemos dizer que são mesmo afortunados aqueles de quem gente como Malafaia, Macedo, Santiago tomam 1o% inclusive da ajuda que sai dos cofres da naçào para que enfrentem as dificuldades inerentes a estes tempos de pandemia de covid-19? 

O mesmo historiador do qual extraí o texto em itálico acima,  após longos louvores à "Senhora de Aparecida", admitiu:

Causa realmente dó, compunge o coração ver esses desgraçados dentro de suas choupanas de palha, cobertos de andrajos e de lepra, estenderem a mão a quem passa, pedindo-lhe um óbolo para matarem a fome! É realmente um quadro este que não tem perdão nem desculpa em pleno século XIX. 
Ainda mais: nos domingos e dias sanctificados, como muitas vezes observámos, estes infelizes concorrem aos mercados e andão por entre o povo esmolando, e em contacto com os vendedores c quitandeiras. Os escravos fugidos vão ordinariamente acoutar-se nos albergues dos leprosos, e alii se conservão muitas vezes dias e mezes, até regressarem de novo para casa de seus senhores, já inoculados do mal, que não tarda em propagar-se por seus companheiros, affectando até aos próprios brancos. 
A crearão do um hospital de lázaros seria pois, a nosso ver, uma das obras mais meritórias á piedade divina. Assim se terá conseguido dous fins: prestar um culto á divindade e concorrer para alliviar de horríveis soffrimentos tão grande parte de nossos irmãos. (p. 132) (português da época)

Nota-se que, primeiramente, o escritor teceu loas à crença dos sertanejos, mas depois propôs a criação de um hospital. 

Nenhum comentário: