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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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terça-feira, 28 de abril de 2020

Você já viu falar de "pombeiros"?


Por este nome eram conhecidos, na Ilha de SC e adjacências, alguns pequenos comerciantes, que buscavam o peixe nas praias, valendo-se de carretas e de cavalos encilhados com cangalha e serões (cestos armados com cipós e finas lascas de bambu) para o transporte da mercadoria. 
Também atuavam na troca de ovos, carne de animais (macacos, tatus, quatis, cotias, dentre outros, inclusive "avoantes"), café seco, bagas de "noga" (nozes, de que se fazia sabão em barra), farinha de mandioca, feijão, melado e cachaça produzidos nas engenhocas das redondezas, dentre outras mercadorias. 

Alguns valiam-se de pequenas embarcações, fazendo a ligação entre os distritos da periferia e o distrito central (mercado público), para onde levavam tais produtos, destinados ao escambo ou à venda. 

A origem de tal palavra é bastante controvertida e muito antiga, senão vejamos:

O erudito padre CARLOS TESCHAUER - História do rio Grande do Sul (...) - Edit. UNISINOS/S. Leopoldo-RS/2002, vol. 1, p. 226, escreveu
Adestraram eles - referindo-se aos mamelucos - índios para serem caixeiros e banqueiros, a que chamaram pombeiros, e isso a modo dos pombos, que são hábeis em tirar pombas de outros pombais. Dividiram entre si esses pombeiros as comarcas e cada um deles armou ali uma barraca, munida de mesa de câmbio, para a compra de índios. Eram o dinheiro oferecido enxadas, machadinhas, cunhas de ferro, vestes e panos velhos, chapéus e mil quinquilharias.

“Esse pombeiros”, di-lo Montoya, “apesar de se dizerem cristãos, eram verdadeiros facínoras e armazéns de todo gênero de maldades,. Tinham eles as casa cheias de mulheres jovens, compradas para as suas torpezas, e exercitavam as tribos vizinhas à guerra, para fazerem prisioneiros e trazerem-nos à venda. Sendo a ferramenta de grande lavor para a lavoura, os índios vendiam uns aos outros por uma enxada ou um machadinho pois era esse o preço de uma alma (pessoa).

Aquele que era mais forte, apoderava-se do mais fraco, dizendo-lhe: “Tu és meu escravo”. Quem assim fosse feito preso, deixava-se levar a um pombeiro, que o tratava como escravo. 

Já se achando reunidos muitos grupos de escravos, os pombeiros avisam à gente de São Paulo e aos outros habitantes da orla marítima, donde eles então acodem em barcos e canoas, em que os levam para os seus bons negócios. (...)

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