Pela lei, população fica proibida de sair às ruas, devendo ficar em casa para facilitar entrevistas
A polícia boliviana prendeu 328 pessoas na madrugada desta quarta-feira (21/11) por desrespeito a um decreto do governo que determinava que a maior parte da população do país ficasse em casa para a realização do censo nacional. Na prática, os cidadãos estão proibidos de circular pelas ruas, abrir o comércio e viajar pelo país. Para a realização desse estudo, também foi determinada a vigência de uma Lei Seca, proibindo o consumo de bebidas alcoólicas.
O novo Censo de População e Moradia coletará dados que servirão para planificar futuros projetos e programas para o país pelos próximos dez anos. O objetivo do governo é conseguir entrevistar todos os cidadãos bolivianos.
A informação foi fornecida pelo ministro de Governo Carlos Romero, em uma coletiva de imprensa realizada em Santa Cruz de la Sierra, sul da Bolívia Segundo Romero, as forças de segurança mobilizaram 35.705 policiais em todo o país para assegurar que a lei fosse cumprida. O maior número de prisões ocorreu no departamento (subdivisão equivalente ao Estado no Brasil) de Santa Cruz, região de maior oposição ao governo, com 77 pessoas detidas.
Romero explicou que o número de pessoas não bate com o de carros porque, em alguns casos, os motoristas assinaram um termo de compromisso, foram liberados e levados às suas casas para serem entrevistados, enquanto os veículos permaneceram retidos.
Os moradores de rua são levados até centros de polícias para serem entrevistados e, posteriormente, liberados.
Além das prisões, também foram retidos 356 meios de transporte individuais (carros, motos e bicicletas) que circulavam sem prévia autorização.
O presidente Evo Morales, principal incentivador do censo, afirmou, minutos antes de ser entrevistado por um censor, que a pesquisa trará surpresas, e já prevê a criação de novos municípios, especialmente na região amazônica.
Uma das polêmicas do censo foi a abolição do termo “mestiço” na pergunta envolvendo a etnia. Segundo ele, a insistência em utilizar esse termo tem o objetivo de “dividir a Bolívia”.
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