Caso de mulher com niqab em Blackfriars tem grande repercussão em Londres
A Justiça britânica decidiu que uma mulher muçulmana poderá comparecer a um julgamento usando um véu que cobre totalmente o rosto, mas terá que retirá-lo na hora de prestar testemunho.
O juiz Peter Murphy, do tribunal de Blackfriars, em Londres, optou por permitir o uso do véu. A muçulmana está sendo processada por intimidação de uma testemunha.
A jovem de 22 anos se recusa a tirar seu niqab, como é conhecido o véu que cobre o rosto e só revela os olhos, diante da presença de homens – comportamento comum entre parte de mulheres muçulmanas.
Caso ela se recuse a retirar o véu durante o seu testemunho, ela pode ser presa.
O juiz permitirá que uma tela seja colocada entre ela e o público do tribunal. No entanto, a jovem precisará ser vista pelo próprio juiz, pelo juri e pelos advogados. Em outros momentos do julgamento, ela poderá cobrir seu rosto.
Murphy disse que caso optasse por permitir que ela usasse o niqab o tempo todo, ele estaria "atropelando com carruagem e cavalos a forma como a Justiça foi administrada na Inglaterra e no País de Gales por séculos".
"Se juízes em casos distintos e em lugares distintos usassem abordagens distintas para decidir sobre o niqab, haveria anarquia judicial", disse Murphy.
A advogada da jovem Susan Meek disse que a decisão fere o direito da mulher de expressar sua fé através de sua indumentária e que não descartou entrar com um recurso.
Em uma audiência anterior, a acusada pode usar o niqab depois de, antes, tirá-lo na frente de uma policial para que esta confirmasse sua identidade.
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