Segundo o Mapa, matéria-prima de Batavo e Elegê foi desidratada e separada antes de ser industrializada
Promotoria, no entanto, reafirma que houve notificação oficial de "recall" pelo órgão federal
Apreensão de lotes com 33,5 mil litros de leite longa vida das duas marcas da BRF havia sido requerido à Justiça pela Promotoria em 30 de agosto

Lotes das marcas Elegê e Batavo, produzidos pela Brasil Foods, tem álcool etílico em sua composição
Montagem sobre fotos / Criação Internet
PORTO ALEGRE — A superintendência do Ministério da Agricultura (Mapa) no Rio Grande do Sul informou ontem ao ministro Antônio Andrade que o lote de 33,5 mil litros de leite cru contaminados com álcool etílico, recebido no dia 5 de agosto na unidade de Teutônia da BRF, não foi comercializado pela empresa. No dia 30 dia agosto, a Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) pediu à Justiça que determinasse a apreensão de todos os lotes de produtos das marcas Elegê e Batavo, produzidos pela BRF por risco de contaminação álcool etílico em sua composição que teria sido identificado pelo Mapa, em amostra de matéria-prima recebida pela unidade fabril.
O MP gaúcho reafirmou que recebeu uma comunicação oficial do Mapa, no dia 29 de agosto, comunicando que havia determinado um "recall" dos produtos industrializados pela BRF com o lote produzido a partir da matéria-prima contaminada.
Ofício remetido pelo superintendente Francisco Signor ao ministro, no entanto, confirma que o leite foi desidratado e, posteriormente, “sequestrado” pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF), até a conclusão dos procedimentos investigatórios adotados para esses casos, conforme havia sido informado pela fabricante.
“A Divisão de Defesa Agropecuária (DDA) e o Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sipoa) do Rio Grande do Sul informam que os produtos industrializados derivados do leite não-conforme não foram disponibilizados ao mercado de consumo”, assegura o ofício, assinado pelo superintendente.
O documento, obtido com exclusividade pelo GLOBO, atribui a informação a uma notícia publicada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP), de que a carga de leite cru foi industrializada e posteriormente comercializada. Segundo Signor, a informação foi contestada pela BRF.
A notícia do MP informa que a Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Porto Alegre recebeu do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) documentação informando a detecção de álcool etílico em carga de leite cru refrigerado processado pela BRF. “O produto contaminado foi recebido na unidade da empresa localizada em Teutônia, em 5 de agosto, e consiste em um volume aproximado de 33,5 mil litros, que foram industrializados e colocados no mercado de consumo”, diz a nota.
Signor informa ao ministro que a superintendência está respondendo a uma solicitação da empresa quanto “ao desdobramento do assunto internamente”, ao mesmo tempo em que “analisa as próximas medidas a serem tomadas”.
O superintendente foi alertado do suposto erro pelo chefe da DDA, Bernardo Todeschini. O técnico manifesta preocupação com a informação divulgada pelo MP e sugere que o órgão entre em contato com a promotoria para “esclarecimentos”.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/defesa-do-consumidor
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