Perfil

Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

Mensagem aos leitores

Benvindo ao universo dos leitores do Izidoro.
Você está convidado a tecer comentários sobre as matérias postadas, os quais serão publicados automaticamente e mantidos neste blog, mesmo que contenham opinião contrária à emitida pelo mantenedor, salvo opiniões extremamente ofensivas, que serão expurgadas, ao critério exclusivo do blogueiro.
Não serão aceitas mensagens destinadas a propaganda comercial ou de serviços, sem que previamente consultado o responsável pelo blog.



sexta-feira, 2 de novembro de 2012

SAÚDE E POLÍTICA EM SC

Que alternativa resta aos servidores da saúde no Estado de SC, se não a greve?


Sucessivos governos safados, que não dão a menor bola para as necessidades da população, preferem dar dinheiro para igrejas, para montadoras de automóveis, para bancos e para empresas de comunicação de massa, do que melhorar as condições de trabalho dos servidores, sejam da saúde, da educação, da segurança pública ou de outros serviços essenciais.

Mesmo que a greve dos trabalhadores em estabelecimentos de saúde atinja profundamente a população carente, é o único recurso que resta a eles contra governos malandros, que querem forçar a privatização do setor,  favorecendo os Planos de Saúde .

                                                                                                         

Hoje à tarde acompanhei meu filho (acidentou-se de moto) ao Hospital Regional Homero de Miranda Gomes (também conhecido apenas como Regional), situado em São José, na Grande Florianópolis e o que presenciei foi o caos, o descaso, a falta de coordenação no atendimento. 

Profissionais da área reportaram falta de medicamentos e de materiais outros, de servidores e sobretudo de administração, carências que engendram um atendimento visivelmente ineficiente, mostrando quão mentiroso foi o governador eleito (a exemplo dos que o antecederam), ao prometer priorizar a saúde. 

Aquela gente trabalha num sufoco indescritível, agigantando-se as possibilidades de erros, com seríssimos riscos para os pacientes. Em finais de semana, feriados e dias assemelhados, então, corre-se sérios riscos de contaminação, de diagnósticos e de profilaxia equivocados, simplesmente porque é impossível atender à demanda com serenidade e acerto.

Enquanto as promessas não cumpridas não forem encaradas como estelionato eleitoral, tal quadro não mudará.

Essa corja de políticos profissionais e inescrupulosos precisa ser atacada de outras formas, mais contundentes que as urnas. As denominadas eleições servem, apenas, para iludir o povo, o qual tem a sensação de que, votando, decide. Passado o pleito, os políticos mandam o povo às favas, portando-se de modo o mais despudorado possível. Os vencidos continuam na política e vão ocupar cargos relevantes, denominados  "de confiança". Ou seja, de nada adianta o povo reprová-los, eis que continuarão agarrados às tetas do Estado.

De esquerda, de centro, ou de direita, nenhum partido mostra-se confiável. Partido político é sinônimo de associação para o tráfico de influências perniciosas para a população, de associação para a prática dos crimes mais variados contra o interesse coletivo, agindo, invariavelmente no sentido de lesar a pátria. 


Exigir que as pessoas sejam solidárias, pagando os tributos que a legislação impõe, sem receber nada de decente da esfera pública, é um deboche e os gestores públicos agem exatamente assim. De um lado jogam todo um sistema de coação em cima do povo, forçando-o a suportar uma carga tributária massacrante, enquanto descuram de prover as necessidades mais primárias da sociedade.

Colocar a população, que paga compulsoriamente os impostos, na situação de refém dos Planos de Saúde e das Clínicas e hospitais particulares (a maioria pertencente a Congregações religiosas integrantes da estrutura da Igreja Católica) é uma ofensa ao republicanismo e à democracia. 

Enquanto o povo não se der conta e reagir ao sistema, por meios não ortodoxos (esperar pela Justiça para obter um exame ou outro serviço é um despautério), esse quadro caótico que aí está não desaparecerá. É preciso que a insurgência seja efetiva e contundente e, apelando-se aos préstimos da Justiça, jamais se alcançará tal desiderato. A Justiça não respeita, sequer, os direitos naturais mais comezinhos do povo. Rasga a Constituição sem o menor pudor, sempre que as elites possam ser atingidas. Passa a mão na cabeça de administradores incompetentes e/ou ladrões, permitindo/incentivando o cambalacho, com uma frequência assustadora. A forma mais usual de contribuir para a impunidade é a morosidade, que enseja a prescrição dos crimes contra a administração pública.

Se o povo não pegar as rédeas da nação, permitindo que esses grupelhos chamados partidos políticos - um eufemismo para referir maltas de bandidos organizados na forma da lei eleitoral - continuem a mandar e desmandar, continuaremos servos de elites alucinadas por ganhos cada vez mais escandalosos, morrendo aos magotões, sem a atenção devida, em hospitais que mais parecem chiqueiros. 

Hoje vi gente politraumatizada, velhos caquéticos, crianças apavoradas, pais ansiosos e profissionais perdidos, os quais compunham um quadro digno de um filme de horror, em ambiente apertado, confuso, desorganizado. Gente desesperançada, muitas inexplicavelmente conformadas, sonhando com "piedade divina". Pobre desse nosso povo, desfibrado, que tudo aceita e digere. Povo que não tem a mínima noção de cidadania  e que permite o vilipêndio dos seus direitos, sem reagir à altura das injustiças que lhe impõem os políticos e outros setores igualmente inescrupulosos.




Fui convidado para dois atos organizados pelo Sindicato dos trabalhadores na saúde: 

Audiência pública na Assembléia Legislativa - Dia 07/nov, às 09:00 hs

Reunião no mesmo dia, às 20 horas, no auditório do Hospital Regional.

Nenhum comentário: