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domingo, 21 de junho de 2015

Inquisidores ‘da irmandade evangélica’ preocupam jornal


Folha afirma que a Câmara 
se transformou em uma espécie
de picadeiro pseudorreligioso

A "Folha de S.Paulo" alertou que os “inquisidores da irmandade evangélica” estão avançando sobre a ordem democrática brasileira e sobre o patrimônio da cultura liberal do Estado. 

Os tais inquisidores, segundo o jornal, agem em colaboração com “os demagogos da bala e da tortura”. 

“Diante deles, não prevaleça a submissão”, afirmou o jornal no seu editorial do dia 14.

“Um espírito crescente de fundamentalismo se manifesta (...) em setores da sociedade brasileira — e, como nunca, o Congresso Nacional parece empenhado em refleti-lo, intensificá-lo e instrumentalizá-lo com fins demagógicos e de promoção pessoal”, afirmou.

O que há bom, segundo o jornal, é a recuperação da Câmara e do Senado como órgãos independentes do Executivo, estimulando um debate que estava sufocado.

Mas o lamentável, segundo a "Folha", é que há “visíveis sintomas de reacionarismo político, prepotência pessoal e intimidação ideológica”.

E a vítima dessa conjunção de fatores tem sido a laicidade do Estado, além da própria democracia. 

“Tornou-se rotineiro, nos debates do Congresso, que este ou aquele parlamentar invoque razões bíblicas para decisões que cumpre tratar com racionalidade e informação”, afirmou o jornal.

“Condena-se a união homoafetiva, por exemplo, em nome de preceitos religiosos e de textos — não importa se a Bíblia ou o Corão — que podem muito bem ser obedecidos na esfera privada, mas pouco têm a contribuir para a coexistência entre indivíduos numa sociedade civilizada e plural.”

O jornal afirmou que as religiões, obviamente, podem pregar a seus fiéis o que mandam seus dogmas, ainda que discutíveis, como a submissão da mulher ao homem, a proibição a determinado tipo de alimento, o consumo do álcool, reprovação do onanismo, o uso de vestuário ou de corte de cabelo.

Mas o Código Penal não pode se adaptar ao texto bíblico, disse o jornal. “Sobretudo, não é função do Estado legislar sobre a vida privada.”

O jornal responsabilizou em parte o deputado evangélico Eduardo Cunha (PMDB-RS), presidente da Câmara, pela guinada conservadora de cunho religioso que tem se verificado no parlamento.

Há momento em que o Legislativo se transforma “numa espécie de picadeiro pseudorreligioso, onde se encenam orações”. 

“Nos tempos de Eduardo Cunha, mais do que nunca a bancada evangélica se associa à bancada da bala para impor um modelo de sociedade mais repressivo, mais intolerante, mais preconceituoso do que tem sido a tradição constitucional brasileira.”

O editorial pegou como exemplo do que pode ocorrer com o Brasil a história do romance “Submissão”, de Michel Houellebecp.

O livro faz o relato em um futuro não distante da aliança na França entre políticos moderados e fundamentalistas religiosos, integrantes da “Fraternidade Muçulmana”. Em consequência, o país se vê submetido à repressão e ao obscurantismo, destacando-se o preconceito religioso.

O jornal observou que o Brasil não é a França, mas em grandes cidades como São Paulo, Rio e Brasília tem havido casos de intolerância religiosa, que podem ser a semente de uma “fraternidade evangélica”.


Com informação da Folha de S.Paulo e foto de divulgação.


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