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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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sexta-feira, 16 de julho de 2010

A estupidez dos "machões" espanhóis




Eu torço pelos touros, sempre. Dão-me náuseas esses "heróis' espanhóis e portugueses.

Que "honra" existe em praticar tais atos de covardia contra os animais?

Talvez a mesma que viam quando, na América Latina, praticaram abominável genocídio contra os indígenas, que o frade dominicano Bartolomeu de las Casas denunciou ao mundo (e foi punido pelo Vaticano).


O mais triste é que alguns povos da América Latina cultuam as tradições espanholas da espécie acima e outras não menos cruéis, esquecendo-se do que aquele povo ibérico fez com seus antepassados.











Dica do blogueiro: Se quiser mais sobre tourada, procure por TAUROMAQUIA e REJONEO

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Tourada não é arte nem cultura, mas sim tortura,
porque implica violência e sofrimento

A tomada de consciência de que o touro e o cavalo sofrem na tourada pode fazer melhorar a situação, promover a evolução de mentalidades, conseguir a libertação de tradições cruéis e assegurar uma educação das gerações jovens no respeito e na compaixão pelos animais.
É preciso fazer sentir a vergonha da corresponsabilidade na cruel tourada.
Importa, portanto, proporcionar informação correcta e fazer apelo às consciências.
Afinal, alem de se dever respeito aos animais, criaturas sensíveis, também se deve reconhecer o direito às pessoas conscientes e normalmente impressionáveis, de não serem confrontadas com práticas cruéis e de pretenderem que elas não tenham lugar, até para a sua tranquilidade interior.

O Homem, o touro e o cavalo, entre muitas outras espécies, embora possuindo exteriores e aptidões diferentes, são criaturas com grande semelhança nos sentidos, nas necessidades vitais, nas reacções, na busca de segurança, na ânsia por liberdade, nas sensações de ansiedade, medo, susto, fúria, cansaço e esgotamento, dor, nas sensações provocadas por infecção e doença, no sofrimento por morte violenta (abate ou acidente).
Uma observação atenta e a ciência confirmam que a constituição física destas espécies, o funcionamento dos seus organismos e as suas reacções e comportamentos, embora diferentes, são muito comparáveis.
Os animais são dotados de irritabilidade e de sensibilidade. Os estímulos são captados por receptores e transmitidos através de trajectos nervosos a centros nervosos. Todos estes elementos, alem de terem funções comparáveis, são semelhantes nos vertebrados e praticamente análogos dentre os mamíferos, grupo que inclui o Homem, o touro , o cavalo.
Todos os mamíferos experimentam ansiedade, medo, raiva, são atingidos pela dor e detestam de maneira semelhante o sofrimento que esta provoca, quer se trate do Homem, do cavalo ou do touro.
Os esquemas e os funcionamentos são de tal maneira semelhantes, que pode crer-se terem sido eles engendrados pelo mesmo criador (Deus para os criativistas) ou terem sido as espécies originadas a partir de um ser antecedente comum (para os evolucionistas, mutacionistas).

Pele e tecidos subjacentes são sensíveis à dor, logo também a zona da cernelha (zona acima das espáduas) onde são cravadas as farpas pelos «bandarilheiros» em Portugal e Espanha. O mesmo acontece a quando da acção do «picador» e da estocada do «matador» em Espanha e, contra a lei portuguesa, em Barrancos de Portugal.

Grandes diferenças residem, principalmente, na menor inteligência dos animais e na sua incapacidade de se organizarem e se queixarem por palavras perante o Homem.

Qualquer pessoa com alguma informação e compreensão reconhecerá, visto que, certamente, detesta a sua própria dor e sofrimento, que aquilo que os protagonistas centrais de cada tourada, o touro e o cavalo, têm que suportar na lide é uma tortura.

Touro

O touro é retirado da vida na natureza em companhia da manada e logo privado da liberdade da campina, metido violentamente e apertado em gaiolas minúsculas, transportado em pânico, claustrofobia, fúria e luta até à praça.
Por vezes é sujeito, sem anestesia, ao corte da ponta dos cornos em zona viva, enervada e dolorosa, para que se iniba de marrar com violência.
Por vezes é-lhe aplicada pomada ou pó nos olhos para provocar irritação nesses órgãos e lhe diminuir concentração e visão.
Muitas vezes é agredido antes da tourada com choques por aguilhão eléctrico nos testículos, para o fazer irromper na arena aparentando ser braviamente perigoso, mas, na realidade, saltando de susto e de dor.
A seguir, na lide, é provocado, enfurecido, ferido por farpas, magoado, cansado até o esgotamento e, em Barrancos de Portugal, até é morto por estocada (ou várias estocadas até acertar);
Findada a lide é levado para o matadouro, estafado e com feridas dolorosas a infectarem-se e a fazê-lo adoecer, até que o abate, oxalá que rápido, o liberte de tanto sofrimento. Se for na Ilha Terceira dos Açores, o touro poderá ser «recuperado» para vir a ser usado mais tarde em corridas à corda, forte tradição naquela ilha.

E porquê e para quê ?
Para se continuar uma tradição manchada de crueldade com semelhanças ao circo romano?
É este, realmente, um circo capaz de reunir multidões e de as entusiasmar até ao frenesi, à custa do sofrimento de um touro inocente, «condenado» sem apelo nem agravo à provocação e à tortura para gáudio de populações excitadas, em «espectáculo» de emoções inegavelmente eivadas de sadismo, explorando o instinto de luta do animal, aqui metido num beco sem saída e sem a menor chance de fuga ou de perdão ???
Evidentemente que, neste caso, o instinto animal - existindo naturalmente para servir a sua sobrevivência - é atraiçoado e explorado para satisfação dos aficionados nas arenas e de alguns telespectadores em casa, de publicidade na rádio e de crónicas na imprensa.

Quem respeitar a sensibilidade dos animais, semelhante à das pessoas, não poderá responder afirmativamente.
E, na verdade, a tourada confere a muitos portugueses (e espanhois e outros) a triste reputação de possuirem uma cultura de desrespeito e de crueldade sádica para com os animais. E, no entanto, a maioria dos portugueses não é seu adepto, embora pouco se tenham manifestado até agora.

Francisco de Assis, no século XIII, falava da natureza e dos animais como de seus irmãos e assim os considerava e tratava.
Por isso a sua figura é admirada e escolhida para inspirador e patrono daqueles que lutam por um mundo pacífico, preservado e com qualidade, como os ecologistas.
«A compaixão universal é a única garantia de moralidade» é um pensamento que nos deixou o filósofo alemão Arthur Schopenhauer no século XIX.

Pensa que se deve aceitar este sacrifício imposto aos touros, ou preferia que isso não acontecesse?
Então queira manifestar a sua opinião apoiando abaixo assinados, protestando, influenciando pessoas conhecidas e virando as costas ao «espectáculo» ou mudando de programa quando a TV mostrar imagens de touradas.

Cavalo

Um cavalo de lide tem que enfrentar stress e risco de ferimento e de morte.
O cavalo é um ser que, quando se sente ameaçado, busca instintivamente a sua segurança e sobrevivência na fuga ou no pôr-se a uma distância que considere suficiente para escapar ao perigo.

Ele consegue realizar a fuga com relativa velocidade e aguenta-a com bastante resistência por distâncias consideráveis.
Quando a causa ameaçadora ou algo estranho se encontra próximo e, também, quando outros motivos intervêm (luta entre garanhões disputando éguas, da égua quando não aceita o garanhão, da égua em defesa do potro, de uns e outros por ciúme, em disputa da ração, para escorraçar um intruso, etc) poderá utilizar o coice das patas traseiras ou, ainda, a sapatada com o membro anterior e a dentada. Mas não é temerário a ponto de se dispôr por livre vontade a enfrentar um touro de perto, mesmo possuindo alguma coragem. Pode, quando muito, se for jovem, se estiver eufórico e cheio de energia, dar umas corridas de provocação, fazer umas fintas, empinar-se e escocear, mas sempre a uma distância relativamente prudente.
O cavalo tem que ser forçado pelo cavaleiro, com maior ou menor violência, por acção de esporas e outras, a aproximar-se do touro, contra o seu medo natural.

E mesmo sendo cuidadosamente treinado, o que sucederá com uso de menor ou maior violência, ele estará sempre sujeito a um forte stress emocional.
A situação de confronto com o touro, alem de envolver um risco real de toque ou de colhida com ferimento e dor e até de morte, nunca vai dar prazer ao cavalo.
Esta estrela à força do toureio a cavalo é um sacrificado e arrisca muito.
Se houver verdadeira amizade e respeito do cavaleiro para com o seu cavalo, ela é certamente estranha e eivada de muito egoismo, pois
Não se obriga um amigo a suportar tanto stress e a correr tamanho risco.

Pensa que se deve aceitar este sacrifício dos cavalos ou preferia que ele não acontecesse? Então queira manifestar-se!

«Artistas» tauromáquicos

Certamente que é de lamentar que, também, os «artistas» humanos saiam, por vezes, maltratados das lides. Mas na realidade ninguem os obriga a arriscarem a sua integridade quando pisam a arena para enfrentarem e provocarem, consciente e voluntariamente, um touro, animal forte e lutador.

A União Europeia condena as touradas

A responsabilidade das pessoas em relação aos animais torna-se clara ao se reconhecerem as limitações, a dependência, as necessidades e a susceptibilidade ao sofrimento e a incapacidade destes seres para se queixarem.
A responsabilidade activa é a de proporcionar bem estar aos animais e de não permitir que lhes sejam inflingidos sofrimentos evitáveis, aliás um importante objectivo da União Europeia, que nos obriga, mas encontra forte contradição em touradas, apoiadas por alguma tradição e por uma minoria muito activa de portugueses.
Muita coisa está relacionada com o toureio: espectáculo, emoção, entusiasmo, lobby de interesses, adeptos, equipas de trabalho, etc e (para os artistas) treino, sangue frio, perícia, elegância de poses e de movimentos, proventos, fama, etc.
No entanto, para imensas pessoas (e segundo os princípios e leis da UE) a actividade não é aceitável, porque tudo passa pelo touro e pelo seu necessário sofrimento, bem como pelo do cavalo, no caso da lide equestre.
Também, por isso, é considerada desprestigiante para o país. Por isso também sofre alguma actividade turística, pois muitos mais serão os estrangeiros que, por estas e por outras, deixam de visitar Portugal, do que aqueles que se juntam ao público das arenas.

É impressionante constatar a inconsequência constituida pelo facto de esta actividade ficar fora do âmbito de aplicação da Lei de Protecção aos Animais (Lei nº 92 / 95 de 12 de Setembro).
Porque não se promove uma evolução neste estado de coisas? Porque não se informa e apela objectivamente? Porque não se consegue arranjar decisão e vontade política? E porque é que a União Europeia não se impõe? E porque é que aqueles que se opõem às cruéis e sanguinárias touradas não conseguem manifestar-se nitidamente? Esta seria, com certeza, a intervenção mais capaz de conseguir a evolução!

E se não se terminasse com esta actividade de imediato, poder-se-ia, talvez, caminhar para um compromisso a prazo, como o têm que aceitar os muitos aficionados emigrantes nos E U da América do Norte onde o espectáculo fica muito livre do seu aspecto cruel e sanguinário, porque as bandarilhas passam a ser cravadas numa almofada/carapaça fixada sobre o garrote do touro, sem o ferir.

E porque não esta alternativa, para poder continuar aquela, que pelos seus adeptos é chamada de Festa Brava, mas assim, vantajosamente extorquida dos seus pecados mais graves?

Extinguir as touradas ou apoiar a sua existência ?

Sinceramente, não se vislumbra bem que progresso irá trazer este espectáculo, ligado a violência sobre animais e considerado anacrónico e, portanto, sem futuro para sítios, de que se diz serem tranquilos e onde não existe a tradição de touradas, como Aljezur, Salir ou qualquer outro sítio, onde recentemente foram organizadas touradas, tentando introduzir-se a moda !.
É facto que, em escolas do concelho de Aljezur, foram distribuídos, grátis, bilhetes às crianças para assistirem à tourada de 25 de Setembro de 1998, talvez com a intenção de, na companhia dos seus familiares, ajudarem a encher a casa! Mas, provavelmente e acautelando o provir, outra intenção se lhe junta: influenciá-las desde pequeninas, providenciando para que a «aficion» conquiste novos adeptos desde tenra idade.
Na prática o acontecimento poderá provocar-lhes um choque emocional prejudicial.
Psicólogos consideram tratar-se este procedimento de algo negativo para a educação e o equilíbrio dessas crianças e para o futuro da sociedade em que se vão inserir. Não é com experiências como esta, que eles se poderão tornar cidadãos de mentalidade evoluída e intervenientes em práticas positivas por um mundo sustentável e melhor. Esse objectivo deve, pelo contrário, ser conseguido através de uma formação cívica abrangente e solidária no respeito pelo ambiente e pela conservação de plantas, animais e pessoas, no respeito pela susceptibilidade e pela sensibilidade de animais e pessoas .
Serão objectivos dos promotores das touradas: dar um modo de vida aos activos e aos empresários, audiência a rádios e televisões, leitores à imprensa, proventos ao estado e «espectáculo» ao público, torná-lo adepto da actividade e cliente do lobby ou até promover, como eles argumentam e pretendem convencer, «cultura e coragem»?
Mas, na realidade para o presente e para o futuro, são outras actividades, outros lazeres, outras culturas, outras coragens e outros investimentos, com certeza, mais generosos, mais educativos, económicamente mais sustentáveis, e, portanto, bem mais importantes.
Os lobbistas e os aficionados que reflictam e se decidam, por favor, a arrepiar caminho. Esperamos que transfiram a sua energia e actividade para âmbitos verdadeiramente dignos, para alívio dos touros e dos cavalos, para bem próprio e para bem da sociedade. Conquistarão, então, a nossa admiração e aplauso e terão, certamente, todo o nosso apoio.
Vasco Manuel Martins Reis, médico veterinário, que pretende ser
companheiro consciente, solidário e consequente de pessoas e animais
apartado 70, 8670 - 999 Aljezur / Portugal

http://64.233.187.104/search?q=cache:RZncy5yonLgJ:www.geocities.com

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