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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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domingo, 18 de julho de 2010

Sobre Taquaras, o "Vino" e MÚSICA (BANDONEON)

Motivado por uma reportagem da RBS, fui resgatar uma matéria que postei neste blog, por volta de 18 de maio de 2009. Pena que perdi a matéria original, que continha fotos. Mas, penso que ainda conseguirei recuperá-las, para enxertá-las na matéria abaixo.

Nossa viagem

Segunda-feira, 18 de Maio de 2009 7:57
De:

Para:
(...)

Peço a tua opinião, cara amiga, antes de postar no meu blog. Aguardarei, também, as fotos que bateste e a opinião do Sérgio.

Um forte abraço.

Taquaras

Convidado por dois amigos (um dos quais o Dr. Sérgio Brincas, médico), filho do querido casal Jairo Brincas/Maria Eloá Marcondes Brincas, viajei (apenas 100 Kms) para Rancho Queimado/SC, mais precisamente para o distrito de Taquaras. Trata-se de bucólica localidade, numa região de relevo "dobrado", isto é, onde se alternam montanhas e regiões planas, em pequenos espaços e onde as abundantes colinas ainda encontram-se bastante preservadas. Ali tem-se notícia da presença de exemplares de uma fauna que se compõe, inclusive, do bugio (também conhecido como roncador), do leão baio (reintroduzido), da jaguatirica, do graxarim, entre outros bichos de pelo.

(...)
Preocupante é a proliferação de condomínios fechados, iimplantados em grandes áreas (para o padrão do Estado), refúgios de urbanóides, que desfrutam, privilegiadamente, de paisagens idílicas. A se multiplicarem os empreendimentos da espécie, em breve espaço de tempo, poderá ocorrer a descaracterização das singelas comunidades locais, surgidas a partir da colonização alemã e sobrevir o desaparecimento da cultura local, que passa pelo cultivo de deliciosos morangos, o forte da região. As pequenas plantações da fruta compõem um curioso mosaico formado pelos plásticos brancos que são usados para cobrir os canteiros, o verde claro dos pastos e o verde escuro das matas circundantes. A presença das araucárias, favorecida pela altura de cerca de 900 metros acima do nível do mar, é marcante. E, por falar em araucária, grande parte dos citadinos desconhece que o pinhão pode ocorrer em três espécies, assim consideradas, o "comum", o
"cajuvá" e o "macaco" (JOÃO CORREIA DE BITTENCOURT - "Epopéia na Serra" - Imprensa da UFSC/1989, p. 149), que amadurecem, segundo o autor citado, em épocas distintas.

Taquaras está situada à margem da antiga estrada São José/Lajes, construída após a instalação das colônias, ou seja, após 1829, já que o traçado anterior (iniciado em 1787 e concluído em 1790, adotado pelo Governador da Capitania, José pereira Pinto, por recomendação do Vice-Rei do Brasil, D. Luiz de Vasconcelos) foi completamente abandonado em 1816.
Diz TARCÍSIO DELLA JUSTINA (in "Serranos/suas origens, lutas e conquistas ..., Edit. Insular/Fpolis/2002, p. 77) que tal estrada era trilhada por carros de mola, após 1908 e que, somente a partir de 1910, passou a ser percorrida por carros em geral.

Crucial para a definição dos traçados das estradas de então eram os caminhos trilhados pelos tropeiros, conhecedores das melhores alternativas, marginando rios e grotas. Assim é que, bem perto da maravilhosa casa do Casal Jairo/Eloá (de onde se olha as adjacências até por cima de algumas frondosas copas de araucárias), há uma estátua equestre, representativa de um topeiro montado em seu inseparável companheiro (o cavalo, que os gaúchos tratam, carinhosamente, de "pingo', "flete", "ginete", esta última uma palavra que serve para referir o cavaleiro, o "centauro dos pampas") este com uma laço na garupa, reconhecimento inequívoco de que a comunidade considera a atividade dos tropeiros como bastante representativa dos tempos idos.

O bucolismo é a característica mais marcante da região. Tomara que a expansão do ainda pequeno centro urbano não sirva para descaracterizar e tumultuar aquele aprazível ambiente, onde quase todos se conhecem,
se cumprimentam e se respeitam.

Quem eram os tropeiros? Dois autores de renome respondem a esta pergunta, quando falam do "biriva": "morador das regiões serranas do norte rio-grandense, que costumava percorrer as zonas de pampa e coxilha adquirindo mulas para oferecê-las na feira de Sorocaba" - CARLOS REVERBEL - O Gaúcho - L&PM Editores S.A./RS/1997, p. 62. Informações semelhantes podem ser encontradas em ALUÍSIO DE ALMEIDA - "Vida e morte do Tropeiro" – Livraria Martins Editora /SP/1971, p. 122.

Pois eles, que circulavam do RS até Minas Gerais, levando mulas e charque (inicialmente comida de gente dos baixos extratos sociais, inclusive de escravos) e trazendo sal, alguns abastecendo, ainda, os mercados da Capital e adjacências com gado vivo para o retalho, foram os responsáveis pela abertura das picadas, sobre as quais acabaram sendo traçadas as primeiras estradas.
Daí a merecida homenagem que lhes prestou o povo de Rancho Queimado.

Além da convivência muito agradável com a família Brincas, meus amigos Beatriz e Ledo Leite, Gabriela (namorada de Sérgio) e Maria Helena (mãe de Beatriz), tive o prazer de conhecer Marcelo, um engenheiro agrônomo e dono do Restaurante "Galpão Tropeiro", onde, "de a par" com a simpatia do dono, é servida uma deliciosa comida, que instiga a um retorno à casa, sempre que se transitar por lá.

Fizemos uma cavalgada, onde contamos com a companhia, não menos agradável, do amigo Tasso Philippi e do seu pai Manoel, além de outros cavaleiros que visitavam a localidade.


Foi um fim de semana marcante, pela paz de que desfrutamos, pelo bom nível das conversas (verdadeiras tertúlias), a tal ponto que sequer vimos um minuto de televisão.


Para culminar, instigado pelo casal Brincas, fomos levados à presença de um verdadeiro artista do ramo de cutelaria, continuador de uma tradição familiar na produção de facas, facões, adagas e espadas, um homem que o Dr. Jairo (advogado, piloto comercial aposentado, que exerce atividades junto ao Conselho de Entorpecentes, do qual já foi presidente por nada menos que 15 anos, um fascinante conhecedor da natureza humana e que se define como um "espiritualista") define como dotado de grande "retidão de caráter".


É verdade que facas, facões, adagas e espadas nos fazem lembrar de mortes por degola e outros procedimentos não menos chocantes, charqueada de animais e procedimentos sangrentos do gênero, mas, sem tais ferramentas a lida humana estaria bastante prejudicada, desde aquela destinada à alimentação quanto à produção de moradias, cercas de proteção, etc...Quer se as encare como "armas brancas", ou como ferramentas, tiveram papel de relevo na sobrevivência do ser humano, mormente em sertões bravios como os que tínhamos no Brasil, até a chegada dos europeus. Na própia defesa contra os ataques de "Bugres" (íncolas, silvícolas, nativos das regiões conquistadas pelos nossos valentes antepassados) o porte de tais instrumentos revelou-se fundamental e um diferencial de peso. Assim é que a figura do ferreiro, (que também fazia outras espécies de ferramentas, além de aros para rodas de carroças e carroções, ferraduras para equinos, dobradiças para portas, et...), era indispensável em qualquer comunidade.

Voltemos ao Vino: além das virtudes mencionadas pelo Dr. Jairo, soube que o Sr. Valdevino Schaffer Weiss (filho de Edelberto Weiss e irma Otília Schaffer Weiss), mantém uma tradição de mais de 200 anos, que começou com seu avô, de nome Rodolfo Schaeffer.

Vino, como é mais conhecido o artífice de Taquaras, informou que suas facas, facões, adagas e espadas já foram adquiridas por muita gente do estrangeiro, algumas tendo sido levadas até para a Espanha, conhecida pela sua tradição de produzir bons aços, mormente na região de Toledo. Disse-me ele que já vendeu para Paris/França e muitas peças para alemães, também.
Mas, se você pensa que Valdevino é um simples "maratimba" (palavra com que na região serrana se designa um jeca, um caipira, um matuto) e que a dura lida de Vino fez dele um homem de coração bruto e insensível, está redondamente enganado. É dotado de uma personalidade singular: adora tango (conhecendo muito de Gardel, inclusive) toca violino e, nas horas vagas, ainda cultiva orquídeas ("as flores dão paz pra gente", disse-me). Uma alma sensível, num homem que tempera na forja o aço das lâminas produzidas a partir de material reciclado, submergindo-as em um recipiente com sebo.

Indagado sobre a sua sucessão na atividade de cuteleiro, disse-me, com indisfarçável tristeza, que perdeu um filho (de nome Estevam) de apenas 17 anos, que se interessava por dar continuidade à sua arte, em 21/06/1993.
Estevam era seu aprendiz e tinha gosto pela arte, mas, infelizamente, viu-se privado da convivência com o seu querido rebento, tão prematuramente. P

Possui outro filho, que estuda em Florianópolis, e optou pela área de eletrônica e informática, de modo que, a não ser que alguém consiga motivá-lo a transmitir seus conhecimentos para um estranho, com ele fenecerá sua admirável arte.


Vino reaproveita, na produção de suas peças artísticas, lâminas danificadas de rotativas de tratores agrícolas, bem como estabilizadores de Volkswagen/Kombi.


Os cabos das armas são produzidos a partir de chifres de gado vacum (que passam por uma queima), de ossos de canelas dos mesmos animais (devidamente polidos), de pedaços de louro (espécie de madeira que já escasseou na região e só é obtida a partir de velhos cernes de moirões e restos de construções antigas) e de carvalho (que dura mais de 20 anos para secar), cujo aspecto é melhorado com o uso de uma ferramenta em forma de U, composta por dois cabos de madeira e uma lâmina que os interliga, conhecido tal instrumento como "cutelo". Além dos materiais referidos, os cabos das peças podem ser produzidos a partir de escassos rabos de tatú canastra, (que alguns renitentes cassadores lhe doam, eis que não captura tais animais, temeroso da repressão policial que, aliás, já visitou a sua oficina), preenchidos com um composto químico conhecido como Durepox.

Na região serrana, além do tatu da espécie conhecida como canastra, são conhecidos o
mulita, o capoeira e o militão e eles, segundo ENEDINO RIBEIRO (in "Gavião de Penacho/Memórias de um Serrano" - Inst. Hist. e Geog. de SC/1999, ps. 318/319) é um consumidor voraz de gafanhotos. DELLA JUSTINA refere, também, as espécies de tatus "galinha" e "rabo mole" (obra citada, p. 117).

Neste ponto, vale noticviar o que me contou Vino, a respeito de uma bem intencionada medida da Polícia Ambiental, que, todavia, está rse evelando-desastrosa para o equilíbrio ecológico local. Segundo Vino, a corporação iniciou um programa de repovoação da região com o "Leão Baio", conhecido por outros como "Puma". Tais animais, que são felinos carnívoros, estão dando cabo dos tatus canastras, esperando, pacientemente, nas proximidades das tocas, para capturá-los e devorá-los.

As bainhas das facas, facões, adagas e espadas, são produzidas a partir do couro "atanado". O atanado é o couro curtido, com utilização da casca de angico ou de outra planta que contenha tanino. CARLOS REVERBEL relata que o couro cru começou a ser substituído pelo curtido a partir de 1820, com a vinda de um curtidor francês chamado Gavet para o RS - "O Gaúcho" - L&PM Editores S.A./RS/1997, p. 29.


Os acabamentos da bainha e das peças produzidas são feitos com latão, pelo talentoso Vino.


O artífice labora, ainda, por encomenda, na restauração de peças antigas.


Você já viu que todos os que visitamos o versátil (cuteleiro, músico,orquidófilo) e talentoso Vino saimos de lá, depois de adquirir algumas peças dele, com alguns conhecimentos a mais.

Mas, a atividade não é rentável como devia.

Seria, no mínimo, razoável que a Municipalidade o subsidiasse, porquanto ele presta um relevante serviço de divulgação do distrito de Taquaras e do Município de Rancho Queimado. Seria interessante, sobretudo, que se convencesse Vino a ensinar sua arte a garotos que pudessem dar continuidade ao seu trabalho, sob pena de ser perdido, lastimavelmente, todo um vasto cabedal de conhecimento acumulado a partir do avô do artífice. É preciso criar uma oficina/escola de cutelaria, para que a fama de Taquaras, como distrito produtor de belos exemplares de armas brancas, não desapareça.


Vino vai ser merecidamente homenageado no dia 06 de junho de 2009. De parabéns aqueles que cuidam de reconhecer o talento daquele cidadão.


As fotos da matéria aqui veiculada são, algumas do próprio redator, outras da amiga Beatriz Bittencourt Remor Leite, renomada arquiteta residente em Canasvieiras, na Capital. Os dois quadrinhos mostram, os avós de Vino e seus pais. Numa delas, Vino, menininho, porta um martelo, testemunho inequívoco da sua disposição para o trabalho, desde muito cedo.


É pena que não dá para divulgar o nosso agradecimento à atenção que Vino nos dispensou (e a cortesia do Dr. Jairo Brincas, que nos apresentou o artista) por uma rádio local, pois Vino poderia escutá-la no velho rádio "Semp Saratoga" que possui na sua Oficina.


Brincadeira à parte, é mesmo fascinante o distrito de Taquaras e todos os que convivemos no inesquecível fim de semana findo, saberemos batalhar para que não perca suas prazerosas características de coletividade ordeira, trabalhadora e que habita um ambiente extremamente belo e aprazível.

Quem duvidar do que relatei, experimente visitar Rancho Queimado, vá comer no Galpão Tropeiro (exija do Marcelo um prato que ele prepara com abóbora, que é imperdível) e delicie-se com tudo. A gente sai de lá com a alma lavada.


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Post scriptum: comprem do Marcelo um livro escrito pela avó dele, que viveu na Alemanha e aqui em nossa região. Ela era professora, mantinha um diário que a família publicou., após sua morte. Traz muito da história, contada de modo simples, mas aparentmente verdadeiro, da época (desde antes de 1900 até após a 2ª guerra mundial).

Ainda: para quem pensa que o bandoneon (aquele instrumento magistralmente tocado pelo ASTOR PIAZZOLLA, em seus lindos tangos, como "Oblivion" e "Libertango") ou por RUBENS JUAREZ, recentemente falecido) só para exemplificar, é uma criação Argentina, lembro que o avô (ou tio?) do Vino, quando veio para cá, trouxe um instrumento daqueles, que era bastante usado na Alemanha, porque gostava de tocá-lo. O Vino ainda tem uma fotografia dele, portando o seu bandoneon.
Eu havia reproduzxido a foto na postagem original.

Finalmente: O Vino me disse que fez uma réplica de uma espada do Imperador D. Pedro . O original encontra-se na Igreja Católica de Santo Amaro da Imperatriz, doado pelo português, quando aqui esteve e visitou Caldas.

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Sobre o bandoneón:

O bandoneón é um instrumento musical de palhetas livres, semelhante a uma concertina, utilizado principalmente na Argentina, onde é o principal instrumento da orquestra de tango. O executante do bandoneón é chamado de bandoneonista.



Bandoneón


O bandoneón foi inventado pelo músico alemão Heinrich Band (1821-1860). O nome original alemão bandonion refere-se ao sobrenome de Band. Foi criado para ser usado na música religiosa e na música popular alemã, em contraste à concertina, que era considerada um instrumento folclórico. Imigrantes alemães levaram, no início do século XX, o bandoneón para a Argentina, onde ele foi incorporado à música local .

O bandoneón produz o som a partir da vibração de palhetas de aço rebitadas em chapas de metal que podem ser zinco ou alumínio. Na execução do tango é preferível o instrumento com chapas de zinco pelo peso, que permite versatilidade no staccato típico da marcação do tango, bem como pela doçura tímbrica.

Há vários modelos de bandoneón e layouts de escalas, desde instrumentos com 52 botões (104 tons) até 78 tons ( 156 tons). O bandoneon pode ser bissonoro ou unissonoro (equivocadamente chamados de diatônico e cromático respectivamente) Não existe bandoneón diatônico pois isso equivale a instrumentos que estão construídos sobre duas escalas relativas, o que não é o caso do bandoneón bissonoro pois pode-se facilmente executar uma escala cromática completa com ambas as mãos.

Existem vários modelos unissonoros, também chamados equivocadamente de concertinas,e que correspondem a vários layouts diferentes, e.g.: Péguri, Kusserov, Manoury,... Há dois modelos bissonoros: o Reinische Tonlage de até 76 botões (152 tons) que se usa no tango e o Einheitsbandonion de até 76 botões ( 152 tons) que se usa na música alemã.

O bandoneón padrão do tango é o modelo Reinische tonlage de 71 botões (142 tons) com apenas duas chapas de zinco e afinação a 442Hz. Apesar disso, existem desde badoneões de estudo com apenas uma chapa por nota até bandoneões com quatro chapas. Os modelos diferentes do de duas chapas não são utilizados no tango por não terem o som caracterítico do instrumento, senão que mais bem soam como um acordeon.

O Brasil teve sua própria fábrica de bandoneões, a Danielson & Goettems, de Santa Rosa - RS. Esta fábrica produziu bandoneões desde meados da década de 50 até começos dos anos 80. Reabrindo posteriormente e fechando definitivamente nos anos 90. Todos os seus modelos são Reinische tonlage, de 71 ou 76 botões, sempre com chapas de alumínio e revestimento de celulóide (salvo raríssimas exceções), por vezes ornamentado com flores. Estes bandoneões não são apropriados para a execução do tango pois seu timbre é muito estridente se comparado aos bandoneões alemães. Mais bem servem para o chamamé ou a música alemã. São instrumentos bastante resistentes e mais novos que os bons instrumentos alemães.

Dentre as fábricas de bandoneón alemãs, destacam-se a ELA (Ernest Louis Arnold), Alfred Arnold (AA ou Doble A), Arno Arnold (não confundir com AA), Meinel & Herold e F. Lange. Esta última não chegou a produzir bandoneões de tamanho padrão (71 botões) porém seus bandoneões pequenos são muito apreciados pelos executantes de música alemã. As fábricas ELA e AA fabricaram instrumentos com inúmeras marcas diferentes. A ELA fabricou dentre muitos outros, os modelos Tango, Cardenal, América, Echo, E.L. Arnold,... A Alfred Arnold fabricou, dentre outros, os Premier, Campo, Alfa,...

Ainda hoje produzem-se bandoneões sob encomenda em partes da Europa sendo os mais renomados os dos luthiers Uwe Hartenhauer (Alemanha), Harry Geuns(Bélgica) e Klaus Gutjahr(Alemanha). Algumas fábricas de acordeon na Itália, como a Victoria e a Pigini, também fabricam instrumentos.


Os materiais que compõem o bandoneón são basicamente madeira, couro, papelão, alpaca, zinco/alumínio, aço e galatita. O fole é confeccionado em papelão, tendo os cantos recobertos por couro (marroquim) e cantoneiras externas de alpaca. Pode também ser enfeitado com outros adornos em alpaca ( que muitos insistem em dizer ser "prata alemã"). O madeiramento dos antigos intrumentos alemães é feito em pinho alemão com lustro a goma-laca (salvo algumas exceções) e pode apresentar inscrustações em nácar (madrepérola) Os botões são feitos de galatita com olho de madrepérola. Podem se encontrar também botões de madeira. As chapas com as palhetas são presas aos castelos por pregos e não com cera como no acordeon. Outra diferença é que as chapas são inteiriças, ou seja, trazem várias palhetas rebitadas na mesma chapa enquanto no acordeon há apenas duas palhetas por chapa. Essa característica torna a afinação do instrumento muito trabalhosa e difícil.

È extremamente útil, para um aprofundamento na história deste instrumento, uma visita aos sítios web abaixo:

http://www.inorg.chem.ethz.ch/tango - página de Christian Mensing sobre tango e bandoneón. http://www.bandoneon-hartenhauer.de/ - Página dos bandoneões Hartenhauer http://www.bandoneon-maker.com/ - Página dos Bandoneões de Harry Geuns http://www.inart.de/gutjahr/ - Página dos bandoneões Gutjahr http://www.bandonion-carlsfeld.de/ - Página da Bandonion und Concertna Fabrik Klingenthal http://www.pigini.com/prodotti/standard.php?language=en - Bandoneões Pigini


Bandoneonistas

Eis uma lista de bandoneonistas importantes em suas respectivas áreas de atuação:

No Brasil, destaca-se o argentino Rufo Herrera, radicado no país desde 1963. Desta relação, pode-se destacar o fato de que Alejandro Barletta, Eduardo Rovira, Roberto Di Filippo, René Marino Rivero e Rufo Herrera atuaram ou atuam como concertistas, tendo deixado registros de música erudita em bandonéon. Outros grandes bandoneonistas brasileiros em atividades, são Doly Costa (Porto Alegre-RS), Rafael Kohler (Porto Alegre/RS) e Heitor Martins de Almeida (Tapes/RS), primorosos intérpretes dos clássicos do tango.

Ver também

Fonte: WIKIPEDIA

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Alemães tocando o instrumento em questão:











Do ocidente para o oriente, desmentindo o estereotipo de que oriental é gente "fria", uma interpretação magistral de "Oblivion" (Piazzolla):



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O grande divulgador/A interpretação de um excepcional criador:






ANIBAL TROILLO C/ PIAZZOLLA - Um dos tangos da minha preferência.



Uma beleza de interpretação (RUBEN JUAREZ), que já postei antes mas repito com prazer. Puro sentimento e outro preferido.

3 comentários:

Jean-Pierre Bianchi disse...

obrigado por utilizar informações do meu artigo no wikipedia. para maiores informações acesse www.bandoneonbrasil.blogspot.com

Forte Abraço
Jean Pierre

I.A.S. disse...

Agradeço o comentário e a dica do JEAN PIERRE. Vamos segui-la.

Anônimo disse...

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