Por Royston Chan
ZHILI, China (Reuters) - Os protestos contra impostos que já duravam dias em uma cidade no leste da China pareciam ter diminuído nesta sexta-feira, após a repressão das forças chinesas. Além disso, segundo a mídia local, autoridades suspenderam a cobrança dos tributos que levou centenas de migrantes rurais às ruas.
O trânsito em Zhili, cidade industrial na próspera província de Zhejiang, a cerca de duas horas de Xangai, fluía tranquilamente. As ruas pareciam calmas, apesar da presença maciça de policiais que mantinham as pessoas afastadas da praça central. Viaturas e auto-falantes alertavam a população para não perturbar a ordem pública e pediam aos trabalhadores para que voltassem ao trabalho.
Protestos na China contra corrupção, poluição, salários e apropriação ilegal de terrenos, que autoridades locais tentam justificar em nome do desenvolvimento, tornaram-se comuns.
A manifestação em Zhili irrompeu na quarta-feira, quando o dono de uma loja de roupas infantis na província rural de Anhui se recusou a pagar impostos às autoridades locais e reuniu outros comerciantes, que atacaram os oficiais, informou a mídia estatal.
A disputa chegou às ruas e atraiu mais de mil pessoas durante dois dias de protestos. Alguns manifestantes atiraram pedras, destruíram semáforos, outdoors e danificaram carros, segundo a mídia local, incitando a segurança pública a mobilizar a tropa de choque.
Manifestantes reclamavam sobre os maus-tratos à população de Anhui, uma região pobre que envia milhões de trabalhadores migrantes para as regiões mais ricas do país.
"O governo municipal de Zhili suspendeu a cobrança de impostos para os trabalhadores da linha de produção de vestuários e demitiu as autoridades fiscais ligadas ao incidente", disse um jornal local nesta sexta-feira.
Durante os protestos, uma autoridade de segurança pública e três funcionários municipais sofreram ferimentos leves, segundo a mídia, enquanto cinco supostos criminosos foram presos e outros 23 detidos.
Apesar do salário de muitos trabalhadores migrantes ter aumentado nos últimos anos, em muitos casos eles ainda são tratados meramente como mão-de-obra barata sem direito a benefícios e seguro de saúde.
Fonte: REUTERS
Fonte: REUTERS
Nenhum comentário:
Postar um comentário