Os aeroportuários da INFRAERO estão de parabéns com a vitória alcançada graças à greve de advertência contra a privatização dos aeroportos da forma como ela vem sendo conduzida até agora.
Se, no passado, essa tática tivesse sido adotada no caso da TELEBRAS, e de empresas como a ELETROPAULO, vendida aos gringos da AES com financiamento do próprio BNDES, e com dezenas de milhões de reais em caixa, não teríamos vivido o maior processo de desnacionalização da economia em 500 anos de história, e não estaríamos, agora, às voltas com problemas no balanço de pagamentos, devido ao envio de bilhões e bilhões de dólares para o exterior, todos os trimestres, sob a forma de remessa de lucro de multinacionais que aqui entraram naquele momento.
Não se pode permitir que o BNDES empreste dinheiro a juros subsidiados para que empresas estrangeiras venham a controlar, com a maioria das ações, os nossos aeroportos. Primeiro, por uma questão de segurança. Aeroporto é ponto de entrada e de saída, de pessoas e de coisas, como agentes a serviço de governos estrangeiros, terras raras ou biopirataria. E, em segundo lugar, porque se for para trabalhar com dinheiro do BNDES, nós não precisamos de estrangeiros. Está cheio de empresa estrangeira mandando dividendos para seus acionistas no exterior - a Vivo está fazendo isso com 80% dos lucros obtidos no Brasil, e pegando dinheiro nosso, a custo subsidiado, na hora de fazer algum investimento. – nós entramos com o risco e eles levam embora o dinheiro.
Depois de anos sem aumento, a INFRAERO está reajustando, pela primeira vez, os aluguéis das lojas e dos espaços públicos nos principais aeroportos brasileiros. Quer dizer, como fizeram com as tarifas telefônicas, que tiveram substanciais aumentos antes da privatização nos anos 90, estão engordando a galinha antes de entregar para a raposa.
A privatização dos aeroportos, se vier a ocorrer, tem que ser feita com a parte privada estrangeira trazendo o seu próprio dinheiro, ou, se for o caso, know-how, mas com, no mínimo, 51% das ações em mãos da INFRAERO.
Ou vamos correr o risco de ter funcionários públicos federais, que representam o Estado Brasileiro, recebendo ordens, e sendo comandados, diante de estrangeiros, por outros cidadãos estrangeiros.
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