Não sou o único
Tony Bellotto, na Veja Online
Imagine um mundo sem religião. É fácil se você tentar. Ok, talvez eu esteja pedindo demais (eu e o John Lennon).
Imagine então um mundo em que não se doutrinariam as crianças nas escolas, deixando que elas, depois de adultas e intelectualmente formadas, escolhessem seus próprios caminhos.
Isso não é pedir demais, é?
Leio consternado que o prefeito do Rio, Eduardo Paes, está prestes a sancionar um projeto de lei que prevê a contratação de 600 professores para darem aulas de religião em escolas municipais. Isso é um retrocesso, e uma violência intelectual contra as crianças do Rio de Janeiro.
Aulas de religião? Qual religião? O que são religiões, afinal de contas? Códigos de conduta moral e de intolerância?
Por que confundir as cabeças das crianças com conceitos arcaicos que misturam delírios com noções rudimentares (e quase sempre errôneas) de ciência? Por exemplo: o que tem a explicação da ciência sobre o surgimento da matéria – o Big Bang – a ver com a história de Adão e Eva? Nada. Adultos de bom senso podem discernir o que é real e o que é pura alegoria nas histórias bíblicas. Mas talvez isso seja confuso para as crianças, sem falar nas cavernosas noções de pecado e culpa, conceitos de que ninguém, muito menos uma criança, precisa para compreender o mundo.
Eu não sou contra as religiões, embora discorde radicalmente delas. Mas sou totalmente contra o ensino da religião em escolas, pois ele é nefasto e pernicioso. Imagine um mundo sem religião. É fácil se você tentar. Você pode dizer que eu sou um sonhador, mas não sou o único (John Lennon e Bertrand Russell estão comigo). Espero que algum dia você se junte a nós.
Fonte: PAVABLOG
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