Além da limpeza do caminho para a apropriação dos recursos naturais da Líbia pelas empresas norte-americanas e européias, os judeus consumaram uma vingança pelas humilhações e prejuízos que lhes impôs o líder líbio assassinado, senão vejamos:
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Em 1967, com 12 anos, ele e a família fugiram de Tripoli porque a hostilidade dos árabes provocada pela Guerra dos Seis Dias, levou a que os judeus do bairro onde vivia fossem atacados. David Gerbi apresenta-se como o primeiro judeu a regressar à Líbia após a queda de Kadhafi em agosto.
Dois anos mais tarde Muammar Kadhafi expulsou cerca de 38 mil judeus que tinham ficado no país e confiscou os seus bens.
A maioria das sinagogas foi destruída ou transformada em mesquitas.
“Kadhafi tentou apagar os judeus da memória. Tentou acabar com a língua Amazigh e com a religião dos judeus. Destruiu mesmo mesquitas em Misrata e em outras cidades.
Por isso quero trazer de novo um legado. Quero dar aos líbios judeus a oportunidade de regressarem”, disse David Gerbi.
Psicoterapeuta e a viver em Itália, David Gerbi quer que a sinagoga Dar Bichi se torne um símbolo da reconciliação entre judeus e muçulmanos líbios.
Para já procura tornar-se membro do CNT para representar uma população judaica ainda inexistente.
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Mas a matéria que segue desmente a cifra de 38000, reduzindo-a para cerca de 100 pessoas:
A vida judaica floresceu na região, especialmente na Cirenaica. Muitos judeus vieram do Egito e aí se estabeleceram. Havia grandes rotas comerciais que se estendiam pelo Magreb (Norte da África) até Jerusalém o que permitia aos judeus do norte da África manter contato com Jerusalém.
O governo fascista passou a impor uma legislação antissemita que impedia os judeus de ter acesso à educação e às profissões. Quando o norte da África foi ocupado pelas forças do Eixo, durante a 2ª Guerra Mundial, mais de 2.000 judeus foram enviados para campos de trabalhos forçados no deserto. Muitos destes judeus morreram devido às terríveis condições destes campos.
Após a 2ª Guerra Mundial a situação não melhorou para os judeus. Em 1945 houve um pogrom em Trípoli, muitos judeus foram mortos e as sinagogas em Trípoli ou foram saqueadas ou destruídas. As casas e os negócios dos judeus também foram atacados. Outro pogrom em 1948 resultou em mais mortes e perda de propriedades judaicas. Desta vez, porém, os judeus estavam preparados e enfrentaram as multidões antissemitas, salvando assim muitas vidas.
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Mas a matéria que segue desmente a cifra de 38000, reduzindo-a para cerca de 100 pessoas:
Judeus na Líbia
A presença judaica na Líbia data do 3º século antes da Era Comum. Naquela época e até o século XX a vasta área agora conhecida como Líbia era formada por 3 províncias: Cirenaica, Tripolitânia e Fezzan.
No ano 73 da nossa era houve uma revolta contra o domínio romano, comandada por Jonathan, o tecelão, um zelota vindo da Judéia. A revolta foi curta, logo esmagada pelo poderoso exército romano, sendo Jonathan e muitos outros judeus mortos pelos romanos. Depois deste evento a história dos judeus na Líbia se torna escassa.
A Líbia se tornou uma colônia italiana em 1911. Na década de 30 do século passado havia 20.000 judeus vivendo no país. A vida dos judeus foi razoavelmente boa até que os fascistas chegaram ao poder no final dos anos 30.
A fundação do Estado de Israel e a falta de segurança levaram muitos judeus a fazer aliá entre os anos de 1948 e 1951. A emigração continuou pelos anos 50 e 60. Na época da Guerra dos Seis Dias apenas 7.000 judeus ainda viviam na Líbia. Como resultado da guerra, mais uma vez os judeus se tornaram o alvo da violência antissemita e anti-Israel. A situação se tornou tão desesperadora que a comunidade judaica pediu permissão ao rei para sair temporariamente do país, no que foram logo atendidos. No curso de um mês 6.000 judeus foram levados a Roma pela marinha italiana. Destes, 4.000 logo foram para Israel ou para os Estados Unidos. O resto permaneceu em Roma.
Quando Muamar Kadafi assumiu o poder em 1969 apenas cerca de 100 judeus ainda viviam no país. Kadafi logo confiscou todas as propriedades judaicas e tornou ilegal a saída de judeus da Líbia. Mesmo assim, alguns conseguiram encontrar meios de escapar e no início dos anos 70 havia apenas 20 deles no país.
Em 2002 todos os judeus remanescentes já tinham ou morrido de velhice ou emigrado. Hoje não há mais judeus na Líbia.
O governo líbio fez algumas fracas tentativas de compensar os judeus ou seus descendentes cujas propriedades haviam sido confiscadas, mas com muitos impedimentos. Os que emigraram para Israel nada receberam já que Kadafi é inimigo do estado judeu. Curiosamente, a população de refugiados palestinos também foi atingida, sendo expulsa quando os palestinos iniciaram as conversações de paz nos anos 90.
A recente revolta popular na Líbia pode ser o fim de Kadafi e de seu governo, mas, pelo menos desta vez, os judeus estão seguros.
A comida tem um papel importante na ligação dos judeus líbios com sua herança cultural. Sua culinária é tipicamente norte-africana, mas com forte influência italiana que data da época colonial. Além do cuscuz, que é o prato nacional da Líbia, usam muito tomates e molho de tomates, pimentas e manjericão, o que confere aos seus pratos um sabor e um aroma especiais.
Tradução: Adelina Naiditch
Fonte: COISAS JUDAICAS
Fonte: COISAS JUDAICAS
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