Quando tudo parecia perdido, parece que a humanidade acordou e, no embalo da "primavera árabe", fomentada pelos países em dificuldades, da América e da Europa (cujo desiderato é apropriar-se de riquezas no Oriente Médio e outras regiões), estudantes, cientistas e outras pessoas conscientes e esclarecidas, estão a fazer com que o "tiro saia pela culatra", passando-se a questionar os exageros nos lucros e os descasos com valores fundamentais para a sobrevivência do ser humano.
Resolveu-se "botar o dedo na ferida" e apontar ao mundo as empresas que atuam sem responsabilidade social e ética, de modo a boicotá-las e a adotar medidas efetivas de ataque contra elas e aos governos que as apóiam, de sorte que, ou passam a adotar estratégias menos prejudiciais às coletividades, ou irão à falência.
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Julgamento Ético Popular das Transnacionais começará na próxima sexta-feira (28)
Karol Assunção
Jornalista da Adital
A partir da próxima sexta-feira (28), movimentos e organizações sociais latino-americanas se reunirão em Buenos Aires, na Argentina, para participar do Julgamento Ético Popular das Transnacionais
O julgamento, que se estenderá até domingo (30), apresentará casos de 14 empresas transnacionais que atuam na região. Os dois primeiros dias ocorrerão na Faculdade de Ciências Sociais de Buenos Aires (Santiago del Estero, 1029). Já o encerramento será realizado no domingo no Espaço Cultural Pompeya (Carlos María Ramirez, 1429 - Pompeya). O julgamento é promovido pelo Centro de Investigação e Formação dos Movimentos Sociais Latino-Americanos e pela Equipe de Educação Popular Pañuelos en Rebeldía em parceria com organizações e movimentos sociais da América Latina.
Durante os três dias, representantes de organizações de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Honduras, Paraguai e Uruguai analisarão casos de 14 empresas que atuam na região: Barrick Gold, Minera La Alumbrera, Agua Rica, Ledesma, Repsol, Pan American Energy, Monsanto, Projeto Navidad (Pan American Silver), Projeto Potasio Rio Colorado (Rio Tinto/Vale), Cargill, Alto Paraná, Microsoft, Telefónica e Google.
Na ocasião, será apresentada uma síntese das audiências já realizadas pelas organizações em outras áreas da Argentina, como: Patagônia (dias 16 e 17 de setembro), Noroeste argentino (23 a 25 de setembro), e Tríplice Fronteira (30 de setembro e 1° de outubro).
A ideia é identificar os pontos comuns de funcionamento dessas empresas, denunciar as políticas públicas e privadas que beneficiam a atuação das transnacionais na América Latina, questionar o papel dessas empresas na região e analisar a expansão do modelo de desenvolvimento atual.
No final, o Tribunal Ético avaliará as denúncias apresentadas nas audiências anteriores e emitirá uma sentença popular que será enviada tanto aos meios de comunicação quanto a organismos políticos e jurídicos para que possam realizar uma ação contra a continuidade das violações humanas e ambientais.
Violações aos direitos humanos e dos trabalhadores; trabalho escravo; repressão e criminalização do protesto social; impactos culturais e simbólicos; militarização dos territórios em conflito; concentração, estrangeirização e privatização das terras; destruição da natureza; e impactos sobre a soberania nacional e popular são apenas algumas situações denunciadas pelas organizações sociais.
"As grandes corporações transnacionais constituem um elo chave das cadeias contemporâneas do neocolonialismo. São operadoras centrais do extrativismo, do saque dos bens naturais da natureza, da destruição e contaminação dos territórios e da violação dos direitos das populações", consideram.
Os movimentos esperam, com o julgamento, conseguir desenvolver ações concretas contra essas empresas, tais como condenações, boicotes, repúdios, entre outros. Da mesma forma, acreditam que a iniciativa será uma oportunidade para fortalecer redes e articulações entre os movimentos sociais, assim como para divulgar as denúncias coletivas.
Fonte: PRAVDA
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