Fico imaginando o que deve ocorrer no Brasil, tradicional colônia de banqueiros, onde não existem políticos e outros atores sociais com peito para denunciar os bancos e financeiras.
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Gabriel BonisCrise de 2008
28.11.2011 15:25
O resgate aos bancos durante a crise da bolha imobiliária de 2008 foi maior do que o divulgado pelo governo dos Estados Unidos. Segundo reportagem da revista americana de economia Bloomberg, o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA, e os grandes bancos do país tentaram esconder detalhes do maior resgate a instituições financeiras da história do país.A Bloomberg LP, braço da Bloomberg News, ganhou uma ação na Justiça contra o Fed e o grupo dos maiores bancos dos EUA (Clearing House Association LLC), para ter acesso a detalhes dos empréstimos. O processo, que chegou a Suprema Corte, abriu mais de 29 mil paginas de documentos e mais de 21 mil transcrições de gravações do órgão governamental entre 2007 e 2009.Em 2008, o Fed não informou quais bancos estavam com profundos problemas, sendo que apenas em 5 de dezembro de 2008 as maiores instituições somadas pediram um empréstimo de 1,5 trilhão de dólares. Por outro lado, os banqueiros esconderam os créditos de emergência dos investidores, garantindo os investidores a saúde de suas firmas. Além disso, aponta a Bloomberg, os bancos lucraram cerca de 13 bilhões de dólares tirando vantagem das taxas do Fed, abaixo do mercado.O comportamento dos bancos foi mantido em segredo pelo Fed até mesmo dos legisladores do país, que na época trabalhavam para aprovar medidas de apoio aos bancos. Em outubro de 2008, o Congresso dos EUA criou o mecanismo Troubled Asset Relief Program (TARP) após a falência do Lehman Brothers – que tornou difícil a aquisição de financiamentos no mercado.O programa do Departamento do Tesouro emprestou cerca de 700 bilhões de dólares com algumas exigências, como a taxação de 90% sobre os bônus de executivos de instituições que receberam mais de 5 bilhões de dólares que não tivessem devolvido o auxilio até o final de 2009. Enquanto isso, o Fed se comprometeu com 7,77 trilhões de dólares para salvar o sistema financeiro no mesmo período sem nenhuma exigência. Esse valor equivale a mais da metade do que foi produzido no país naquele ano.
Segredo
Integrantes do Congresso ouvidos pela Bloomberg, como o senador democrata por Ohio Sherrod Brown, disseram que se soubessem dos empréstimos a votação para limitar o tamanho dos bancos poderia ter tido um resultado diferente. “Isso é um assunto que pode unir o Tea Party e o Occupy Wall Street. Há legisladores nos dois partidos que mudariam os seus votos agora.”Além de deixar os legisladores sem informações, o Fed não se manifestou sobre o lobbie dos banqueiros, que após serem salvos da falência, lutaram contra a regulações propostas pelo governo para prevenir o próximo colapso e aceitaram mais dinheiro do Congresso.Os seis maiores bancos teriam sido responsáveis por 29,4 milhões de dólares em lobbies capazes de mudar a legislação em 2010, contra 22,1 milhões de quatro anos antes.O Banco Central americano ainda teve papel de destaque na aplicação da TARP, pois auxiliou o Departamento do Tesouro a decidir quais bancos estavam saudáveis o bastante para receber ajuda e quanto ganhariam. Neste cenário, JPMorgan, Bank of America, Citigroup, Wells Fargo & Co., Goldman Sachs e Morgan Stanley receberam 160 bilhões de dólares do governo e mais 460 bilhões do Fed, dinheiro que financiava o crescimento das instituições.De acordo com a Bloomberg, entre 30 de setembro de 2006 e a mesma data de 2011, houve um aumento de 39% do valor de propriedades dos seis maiores bancos dos EUA. O grupo passou de 6,8 trilhões de dólares para 9,5 trilhões no período.A bonança com o dinheiro dos contribuintes se prolongou também aos empregados. Os funcionários destas empresas receberam em 2010 mais que o dobro da média dos trabalhadores do país, segundo a Agência de Estatísticas de Trabalho. Os bancos gastaram em compensação 146,3 bilhões de dólares, uma média de 126,3 mil dólares por trabalhador
Fonte: CARTACAPITAL
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Gabriel Bonis
O resgate aos bancos durante a crise da bolha imobiliária de 2008 foi maior do que o divulgado pelo governo dos Estados Unidos. Segundo reportagem da revista americana de economia Bloomberg, o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA, e os grandes bancos do país tentaram esconder detalhes do maior resgate a instituições financeiras da história do país.
Segredo
Integrantes do Congresso ouvidos pela Bloomberg, como o senador democrata por Ohio Sherrod Brown, disseram que se soubessem dos empréstimos a votação para limitar o tamanho dos bancos poderia ter tido um resultado diferente. “Isso é um assunto que pode unir o Tea Party e o Occupy Wall Street. Há legisladores nos dois partidos que mudariam os seus votos agora.”
Fonte: CARTACAPITAL
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