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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Integrante da Opus Dei critica o ‘fundamentalismo ateu’ brasileiro



O famoso advogado da ICAR refere o terrorismo como ato de banditismo, mas ninguém supera a Igreja Católica em práticas reprováveis.

Neste blog tenho divulgado, amiúde, notícias de pessoas que foram trucidadas, ao longo dos séculos, com uso de técnicas extremamente cruéis, pelos intolerantes membros do culto em questão, só para começar a comparação.
Falar em fundamentalismo ateu é procedente, mas o conservadorismo, o integralismo, o fundamentalismo católico é infinitamente mais pernicioso às democracias e aos interesses coletivos, do mundo todo.
Portanto - embora não seja o caso de mandar o Ives "calar a boca", porque entendemos que todos temos o direito de expressar nossa opinião, livremente, ao contrário da Igreja, que sempre foi partidária de sistemas repressivos e que praticam a censura - só o fato de não aceitar a existência e atuação firme de pessoas que não acreditam na existência de um "deus" já mostra quem é fundamentalista da pior espécie.

A Igreja se posicionou contra as pesquisas com células-troncos, que virão (já estão a) beneficiar inúmeras pessoas, isto porque a evolução da ciência, (que  desmistifica a dependência do ser humano dos "deuses", santos e quejandos) efetivamente afeta o mercado religioso, tira a "mercadoria" preferida do culto, com a qual negocia sem o menor pudor, enganando os fiéis como a mais reles estelionatária, que promete, sem a menor qualquer de cumprir, a "salvação".
A venda de indulgências continua, sob outros rótulos, com outros mecanismos de enganação. Isto sim é banditismo. Assustar as pessoas, com ameaça de serem dominadas pelo capeta ou de ir para o inferno,  é procedimento execrável, atitude de criminosos reincidentes e irrecuperáveis.
Não há bandido comparável aos que alienam consciências, vendem ilusões e exploram medos de crianças e de adultos. Tais práticas são as preferidas dos cultos.
As igrejas fazem de conta que existe um ou mais demônios (o mal) para vender proteção (santos, deus), tal qual os laboratórios que criam microorganismos perniciosos para depois vender remédios que os combatem. Atividade bandida por excelência.

Obviamente, os fiéis são vítimas dos engodos e não quadrilheiros. Os membros das quadrilhas são, principalmente, as chamadas hierarquias, eis que pregadores da base da pirâmide também são vítimas, explorados, até mesmo sem direito ao reconhecimento dos seus vínculos com as instituições.

E, no particular, a conivência do Judiciário é lamentável. Pune qualquer outra empresa que não registre seus colaboradores, mas submete-se aos cultos de forma subserviente e abjeta, acolhendo as teses levantadas pelos advogados no sentido de que não se pode vislumbrar vínculo entre igrejas e pregadores ou irmãs/freiras. Assim, o comércio da fé, que é escancarado e indisfarçável, é privilegiado, com ofensa ao princípio da isonomia que faz parte do Texto Constitucional.

De onde veio a riqueza do culto defendido pelo Ives, senão da venda de indulgências, da exploração de mão-de-obra, da apropriação de dinheiro público, da apropriação de bens públicos, da corrupção, da lavagem de dinheiro, dentre outros procedimentos igualmente imorais, fartamente noticiados e não desmentidos?

Falam muito de caridade, mas a praticam com dinheiro público ou obtido de forma indecente, valendo-se da exploração da força dos seus colaboradores/vítimas, dentre outros expedientes escusos.

São ou não são bandidos disfarçados de "procuradores, mandatários de Deus"?

Somos nós, os ateus e agnósticos, que temos os nossos defeitos também, piores do que eles?

Duvido!

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Gandra é porta-voz da entidade
católica ultraconservadora

O advogado Ives Gandra da Silva Martins (foto), 76, escreveu artigo para a edição de hoje (24) da Folha de S.Paulo criticando o “fundamentalismo ateu” que está atacando os “valores das grandes religiões”.
Como exemplo, ele disse ter sido admoestado quando, em nome da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros), defendeu no Supremo Tribunal Federal a inconstitucionalidade do uso de embriões em pesquisas de células-tronco. “Antes da sustentação [no plenário do STF] fui hostilizado, a pretexto de que a Igreja Católica seria contrária à ciência e que iria falar de religião, não de ciência e direito.”

Ives Gandra é porta-voz da Opus Dei, uma entidade ultraconservadora ligada à Igreja Católica. É também professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maio do Exército e da Escola Superior de Guerra.

Ele escreveu que, para quebrar a expectativa de que só falaria de religião no STF, começou sua intervenção no plenário daquela Corte com a informação de que a Academia de Ciência do Vaticano tinha naquela época 20 Prêmios Nobel, e o Brasil nenhum.

Gandra citou autores que ressaltaram a importância que a Igreja Católica teve na construção do mundo moderno, através da educação e cultura.

Por isso ele disse estar sempre surpreso com “todos aqueles que, sem acreditar em Deus, sentem necessidade de atacar permanentemente os que acreditam nos valores próprios das grandes religiões”.

Afirmou que os ateus “só não se assemelham aos 'fundamentalistas' do Oriente Médio porque não há terroristas entre eles”.

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