Autor de Lampião – o Mata Sete, cuja publicação e comercialização foram proibidas em caráter liminar, o juiz aposentado Pedro de Morais disse que ficou surpreso com a repercussão do caso.
Antes mesmo de ser lançada, a obra vem provocando polêmica e revolta por levantar a suposta homossexualidade de Virgulino Ferreira da Silva e apontá-lo como um dos vértices de um triângulo amoroso, formado ainda por Maria Bonita, sua companheira, e o cangaceiro Luiz Pedro. A ação judicial foi movida por familiares de Lampião junto à 7ª Vara Cível de Aracaju (SE). Morais já apresentou recurso.
Ele diz que a conduta homossexual de Lampião foi mencionada por outros autores e que se ateve apenas a fatos históricos.
- O livro não trata exatamente da homossexualidade de Lampião. Eu apenas mostro que ele era homossexual, mas não com força pejorativa. Eu não tenho absolutamente nada contra os homossexuais nem a favor. Eu relato um fato histórico. Aliás, não sou o primeiro a escrever sobre isso e nem o vigésimo.
Para o membro da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, Alcino Alves da Costa, autor das obras O Sertão de Lampião, Lampião Além da Versão e Lampião em Sergipe, a afirmação de Morais é “uma verdadeira aberração”.
- Não existia homossexualismo no meio do cangaço, não. Isso é uma aberração sem tamanho. É polêmica pela polêmica. Uma afronta ao homem sertanejo. Se Lampião fosse homossexual, fosse viado… – diz irritado, acrescentando que estuda o cangaço “praticamente desde que nasceu”.”Sou de Poço Rendondo, onde deu mais de 35 moças e rapazes para o cangaço. Eu me criei no meio dessa gente. Zabelê, Manuel Marques da Silva, era meu tio, irmão de minha mãe”.
Fonte: Terra , via CONSULADO SOCIAL
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