ANDRÉIA SADI
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que a maioria dos funcionários dos deputados "jamais pisou'' na Casa, ao tentar minimizar a denúncia de que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, foi funcionário-fantasma da Câmara por seis anos, revelada pela Folha.
Lupi, no entanto, ocupava um CNE (Cargo de Natureza Especial). Pelas regras da Casa, ocupantes desses cargos precisam trabalhar nos gabinetes em Brasília.
"Por que o Lupi é fantasma? É porque existe uma campanha contra ele", defendeu Vaccarezza.
Lupi recebeu entre 2000 e 2006 o maior salário pago a um assessor técnico na liderança do PDT na Câmara enquanto cumpria apenas atividades partidárias e morava no Rio de Janeiro. Isso contraria as normas da Casa.
A Folha ouviu assessores, deputados e ex-deputados do PDT. Os funcionários do partido em Brasília, que pediram para não ser identificados, confirmaram que Lupi não aparecia no gabinete da Câmara e se dedicava exclusivamente a tarefas partidárias.
Vaccarezza negou irregulariades no caso e disse que assessores trabalham em escritórios na base política do parlamentar. "Quem prova que Lupi nunca apareceu para trabalhar?"
ESCÂNDALOS
O ministro vem sendo questionado por supostas irregularidades em convênios firmados pelo ministério com ONGs e sua situação se agravou com a revelação da revista "Veja" de que o ministro cumprira agenda oficial no Maranhão a bordo de avião providenciado por Aldair Meira.
Meira controla duas ONGs beneficiárias de convênios no valor de R$ 10,4 milhões com a pasta. Lupi negou o uso do avião, mas, confrontado com a versão do empresário, voltou atrás e atribuiu o equívoco a uma falha de memória.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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