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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Pagarão pra ver se o Irã está blefando? - "Devem saber que nenhum inimigo do povo iraniano alguma vez saboreou a vitória."

Regime "jamais" abrirá mão do direito ao programa nuclear

Irão ameaça "destruir" Israel em caso de um ataque

09.11.2011 - 11:11 Por Francisca Gorjão Henriques
O Presidente Mahmoud Ahmadinejad sempre negou que o programa tivesse fins militares 
O Presidente Mahmoud Ahmadinejad sempre negou que o programa tivesse fins militares (Reuters)


Israel será “destruído” se atacar as instalações nucleares iranianas, e a resposta de Teerão não se ficará pelo Médio Oriente, avisou um alto responsável militar iraniano, um dia depois da publicação do relatório internacional sobre o programa nuclear do regime.

"O centro [nuclear israelita] de Dimona é o sítio mais acessível que podemos visar, e temos capacidades ainda mais importantes”, declarou esta quarta-feira o chefe do Estado Maior adjunto das Forças Armadas, general Massoud Jazayeri. “À mínima acção de Israel [contra o Irão], veremos a sua destruição”, disse o general, citado pela televisão iraniana em árabe Al-Alam.Nas semanas que antecederam a avaliação da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) sobre o programa iraniano – que concluiu que a investigação nuclear tem muito possivelmente fins militares e não exclusivamente civis, como sustentava Teerão – os media israelitas fizeram eco de um debate dentro do Governo de Telavive sobre um possível ataque às instalações nucleares do país rival. O Presidente Shimon Peres chegou mesmo a afirmar no domingo que Israel estava “mais próximo de um ataque militar do que de uma opção diplomática”.

Se assim for, continuou o general Jazayeri, “a nossa resposta não será limitada ao Médio Oriente, temos planos prontos para reagir”. Não acrescentou detalhes, mas o Irão já antes tinha avisado que as forças norte-americanas estacionadas no Golfo estão ao alcance dos seus mísseis, ou das suas investidas navais (os Estados Unidos são aliados de Israel).O Presidente Mahmoud Ahmadinejad garantiu hoje na televisão que Teerão "não se afastará um iota do seu caminho" . Acusou o relatório de se ter baseado em "alegações ocas" fornecidas pelos Estados Unidos, e dirigiu-se a Washington: "Não vamos construir duas bombas em resposta às vossas 20 mil. Vamos desenvolver uma coisa à qual não podem responder, que é a ética, a humanidade, solidariedade e justiça", cita a BBC.

"Devem saber que nenhum inimigo do povo iraniano alguma vez saboreou a vitória."Depois de vários anos a garantir que o programa nuclear servia apenas para fins civis, o Governo iraniano ficou ontem a um pequeno passo de ser desmentido pela AIEA. Os inspectores internacionais escreveram no seu relatório – o mais assertivo da Agência desde 2003 – ter “graves preocupações relacionadas com as possíveis dimensões militares do programa nuclear do Irão”.

A AIEA faz uma lista de detalhes técnicos que justificam as suas suspeitas, incluindo testes realizados com explosivos de alta densidade e pesquisas sobre detonadores nucleares. “A Agência desconhece uma aplicação para tais investigações que não seja [a criação] de um engenho nuclear”, lê-se. As investigações podem “estar ainda em curso”, adianta.

O representante iraniano na AIEA, Ali Asgar Soltanieh, garantira também à AFP que o Irão “jamais” abandonará “o seu direito legítimo” a desenvolver um programa nuclear, ainda que continue a cooperar com a AIEA. E como “país responsável” continuará a “respeitar as suas obrigações estipuladas pelo Tratado de Não Proliferação”, que incluem a vigilância do programa pelos inspectores da ONU.

A China pediu ao regime iraniano que seja “sincero” com a Agência da ONU. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hong Lei, reafirmou a posição de Pequim: o problema tem de ser resolvido pelo “diálogo e a cooperação” e não pela via militar.

Com as sanções internacionais ao Irão, a China tornou-se no principal parceiro comercial do país, com trocas a chegar actualmente aos 30 mil milhões de dólares (eram 400 milhões há 15 anos), refere a AFP.

Fonte: PUBLICO (Portugal)

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Gianni Carta

09.11.2011 12:38

Netanyahu, o irracional

Ameaça de atacar Irã é blefe bastante arriscado com conseqüências catastróficas para o mundo, e não somente para Israel. Foto: Jack Guez/AFP
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se revela um péssimo estrategista ao ameaçar um ataque contra o Irã. A intimidação, por conta do desenvolvimento de armas atômicas naquele país, também demonstra o elevado grau de irracionalidade do premier. Isso porque a ameaça é, na verdade, um blefe bastante arriscado – e com conseqüências catastróficas para o mundo, e não somente para Israel.
O que Netanyahu almeja é angariar o apoio da comunidade internacional. De fato, após a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) ter publicado um relatório no qual diz ter “sérias preocupações com as possíveis dimensões militares do programa nuclear do Irã”, Netanyahu e outras autoridades israelenses arrefeceram a retórica bélica.
E assim confirmaram que a ameaça não passa de um perigoso blefe.
Leia mais:
Outros irracionais como o ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, ao lado do qual o falcão Netanyahu vira uma pequena pomba, estressou a necessidade de novas “sanções paralisantes contra o Irã”. Em miúdos, Lieberman e Netanyahu, entre outros, buscam o apoio do Conselho de Segurança da Onu e da chamada comunidade internacional. No entanto, Lieberman emendou: “A opção militar é a última possível e a pior, mas ela tem de continuar sobre a mesa e pronta para ser colocada em prática”.
Aí mora o problema.
E se a China e a Rússia, como é esperado desses dois membros permanentes do Conselho de Segurança, vetassem novas sanções contra Teerã? Israel teria então de atacar o Irã. Caso contrário perderia sua credibilidade no Oriente Médio e mundo afora.
Um ataque contra o Irã seria, não resta a menor sombra de dúvida, uma missão suicida. Na quarta-feira 9, o general Massud Jazyeri, chefe do estado maior das forças iranianas contra-atacou: o Irã, em caso de ataque às suas instalações militares, “destruirá” Israel.
Pior: a resposta iraniana “não se limitará ao Oriente Médio”. O motivo? Simples: as autoridades consideram que Israel está agindo em sintonia com os Estados Unidos. E, claro, não é preciso ser especialista em Oriente Médio para deduzir que Barack Obama, como todos presidentes norte-americanos desde a criação em 1948 de Israel, agem em uníssono com o estado israelense.
Obama, impotente no seu país e globo afora, está tão desnorteado quanto Netanyahu cercado por revoltas nos países vizinhos. Por isso, vale especular, ele é conivente com a falta de lógica, ou de irracionalidade, por parte do governo israelense. Novos assentamentos israelenses continuam a pipocar em terras palestinas; Israel se engajou em uma nova queda-de-braço com a Autoridade Palestina. Onde está a lógica de comprar briga com a Turquia? E por ai vai.
Nesse quadro negro, Netanyahu não é o único a padecer de falta de racionalidade. A nova onda começou com o presidente Shimon Peres, outrora um político aparentemente capaz. No domingo 6, Peres declarou: “A possibilidade de um ataque militar contra o Irã está mais próxima do que uma opção diplomática”.
Esse cenário de irracionalismo se estende ao povo. Numerosos israelenses sabem que um ataque contra Israel será o início de um conflito global.
E, no entanto, a maioria dos israelenses daria sinal verde a um ataque contra o Irã.
Segundo o cientista político iraniano Hesam Houryaband, “o discurso de Ahmadinejad de destruir Israel não reflete a política exterior do país”. O Irã, me disse Houryaband, ‘’quer armas nucleares para proteger seu regime”. A razão? Teerã viu a invasão do Iraque, da Líbia. “Qual será o próximo da lista?” Ninguém atacará a Coréia do Norte e o Paquistão, ambos com programas nucleares avançados. E Israel, vale estressar, também é uma potencia atômica, embora jamais tenha confirmado ou desmentido dispor de um arsenal nuclear.

Fonte: CARTACAPITAL

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