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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A reação violenta dos capitalistas

Muamar Kadafi e Alfonso Cano: Queda em Combate e Assassinato!

Muamar Kadafi e Alfonso Cano: Queda em Combate e Assassinato!

Muamar Kadafi e Alfonso Cano: Queda em Combate e Assassinato!. 15913.jpegAs comemorações aos uivos e coquetéis do Presidente Barack Obama (no caso da morte de Cano) e da Secretária de Estado Hilary Clinton (na morte de Kadafi) são expressões cabais do paradoxismo de uma época de reação e histeria coletiva à sujeição high tech a igualdade virtual do capitalismo possessivo e seu comércio.

A queda e assassinato de Osama Bin Laden no Paquistão, noticiada em 02 de maio de 2011; a queda e assassinato de Muamar Kadafi na Líbia, noticiada em 20 de outubro deste mesmo ano, e recente queda e assassinato do Cmte das FARC-EP, Alfonso Cano, na Colômbia, parecem episódios desconexos, em pontos distintos do globo terrestre: Ásia Menor, Norte da África e América Central.

Entretanto, são processos que se relacionam não tão somente por uma realidade objetiva comum, de crise do capital e luta de classes, da qual se desdobram e notabilizam o ano de 2011 como um período de grande reação e avanço da contrarrevolução mundial do imperialismo. Na verdade, a análise destes episódios, além de permitir identificá-los como parte da estratégia geral das oligarquias financeiras para superar a crise orgânica do capital, também permite detectar as tendências que necessariamente se desdobram do processo como um todo, possibilitando as forças revolucionárias no mundo definirem sua ação dentro de tais condicionantes.
A primeira que se pode destacar é que a estratégia militar do imperialismo, centrado no "eixo do mal", definida ainda na era Bush, que não se alterou, apesar da eleição de Obama ter mudado as táticas, como se observa na chamada "primavera árabe". A passagem da ação direta e unilateral para a ação em coalização com os outros centros imperialistas (Inglaterra, França, Alemanha e etc.) através da ONU e OTAN, não constitui uma novidade e apenas retoma a mesma linha de ação dos democratas no plano internacional, a exemplo da era Clinton. Na essência, consiste no emprego maior da inteligência apoiado na alta tecnologia de informação, mas também nas formas mais torpes e medievais para rastrear, localizar, cercar e aniquilar os alvos. Se existe um emprego maior de forças especiais e mercenárias autóctones ao país em questão ou não, por outro lado, não dispensa as operações aéreas ou marítimas de bombardeio, seguida de operação de varredura terrestre, ou operação de terra arrasada incluindo tortura, terror e assassinatos, acobertada pela mídia nazifascista (mentirosa e corporativa) que transforma em reality show crimes de guerra e de lesa-humanidade, atrocidades e aberrações ufanas, odes doentias como se observou na morte de Kadafi e atualmente à morte de Cano, cuja rapsódia estão nos assassinatos e crimes perpetrados contra Nicolae Ceausescu e sua esposa Elena Ceausescu na Romênia.A segunda que se pode destacar é que esta intentona reacionária é um ato de desespero diante das visíveis sinalizações de que a crise do sistema do capital não tem solução e que a única alternativa para mantê-lo consiste precisamente em liquidar todas as iniciativas e experiências alternativas reais ao mesmo. Neste contexto, a ação sobre os países que as oligarquias financeiras definiram como "eixo do mal", para além dos alvos definidos (Afeganistão, Iraque, Líbia, Síria, Irã, Coreia do Norte, etc.), estão também os alvos não expostos taticamente. É muito sintomático qual o fundamento da mudança de administração da Guerra pelos Estados Unidos, através de Obama: ele apostou no treinamento em larga escala de forças especiais mercenárias e regulares nos países invadidos (Afeganistão e Iraque), a exemplo do esforço estadunidense na construção da Al Qaeda e talibãs (forças especiais e exército regular) treinados na Arábia Saudita, Emirados e até mesmo Israel e EUA, armados e financiados para se insurgir contra o governo pró-soviético e o exército russo, na década de 70 e 80 do século passado. Também foi notório que antes da Invasão do Afeganistão e Iraque milhares de mercenários foram treinados na Romênia.

Portanto não há uma surpresa da tática no emprego destes grupos de mercenários na liderança militar da "primavera árabe", menos ainda na alternância tática que configura o episódio de morte do comandante das FARC-EP, Alfonso Cano. O mesmo já se havia visto com a morte do Comandante Raúl Reyes, no Equador. O que se pode extrair deste episódio é aferir até que ponto ele expressa um giro no centro da contrarrevolução liderada pelos EUA e União Europeia. Se a partir de agora já se dá por satisfeito com a correlação de forças estabelecida na Ásia Menor e norte da África para levar adiante o plano ofensivo de destruição das barreiras econômicas, político-militares e culturais que se opõem ao aprofundamento da exploração imperialista, e, portanto, já é possível deslocar forças mais significativas para a América do Sul e iniciar uma grande ofensiva reacionária, com golpes, insurgência e assassinatos nos países mais avançados economicamente ou resistentes política e ideologicamente à exploração imperial: Cuba, Venezuela, Bolívia, Nicarágua. E por que não pensar no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai?  Estamos diante do fechamento do Círculo de Fogo sobre a América Latina?

Nunca é demais alinhavar pontos de identidade e discrepâncias entre os episódios que marcam a morte de Muamar Kadafi e Alfonso Cano: ação de inteligência - bombardeio - operação terra arrasada (ou mais precisamente operação de aniquilamento). Ambos caídos em combate repetindo a história da queda em combate de Ernesto Che Guevara, capturados e desarmados, assassinados friamente e covardemente. Fotos e filmagens dos corpos após a morte, mostrando desfiguração facial. Ambos enterrados em local desconhecido, mas exibidos como troféus de guerra e reality show. Naturalmente, não importam aqui as distinções ideológicas, se lutavam diretamente pelo socialismo, se lutavam por uma via intermediária entre capitalismo e socialismo, o importante aqui é que lutavam contra a subserviência de um povo e nação ao imperialismo. Também não importa em que estágio da luta se encontravam, se pós-revolução ou lutando por ela, e se esta era compreendida como revolução mundial, continental ou nacional; o importante é que lutavam contra o império do capital. Agora, uma lição se pode extrair deste processo: quando o imperialismo julga sua causa sistemática perdida, sua saída é destruir todas as alternativas a ele, sejam alternativas atrasadas que, necessariamente, têm que saltar a frente para superá-lo, num salto mortal estupendo como foram os casos das repúblicas soviéticas e de países do leste europeu; sejam alternativas avançadas, como eram a URSS e países a um passo desta revolução humana, como foram as revoluções frustradas na Inglaterra, França, Alemanha e outras tantas, nos séculos pretéritos, ao atual. E esta lição lança uma nuvem de fumaça sobre o destino das Américas e Grande Colômbia sonhada por Bolívar, Martí, Che, e que continua em Nossa América a viver em Cuba, Venezuela, Bolívia, Nicarágua e porque não dizer no Brasil e na luta das FARC-EP e do povo colombiano por sua verdadeira paz e liberdade. Os caminhos diferentes de lutar por este sonho necessário e sentido por todos os latino-americanos não nos torna indiferentes, "pois tudo que é humano não nós é estranho".             

As comemorações aos uivos e coquetéis do Presidente Barack Obama (no caso da morte de Cano) e da Secretária de Estado Hilary Clinton (na morte de Kadafi) são expressões cabais do paradoxismo de uma época de reação e histeria coletiva à sujeição high tech a igualdade virtual do capitalismo possessivo e seu comércio. Os espículos crioulos que imitam os opressores, cultivam nossa miséria, cortam nossa carne e escarnecem de nossa luta, que não pensem que sua hora não chegará. Ela virá mais cedo do que se pensa. E neste momento as palavras de velho pastor serão mais profundas que um materialista moral: "primeiro foram os sindicalistas e eu não falei, eu não era sindicalista/ depois foram os comunistas, eu também como não era comunista também nada falei/ Em seguida foram os democratas e humanistas verdadeiros, mas eu como não sou político e odeio políticos também não falei nada/ Agora vieram e me levaram e eu não sei porque, mas como não falei nada pelos outros/ agora não tenho ninguém que fale por mim! Eis outra lição, o silêncio sobre o assassinato covarde de Osama Bin Laden, por se voltar contra seus senhores do Império, noticiado em 02 de maio de 2011, levou o silêncio contra o assassinato e crime de guerra contra Kadafi, em 20 de Julho de 2011. Agora já não é possível silenciar contra o assassinato do Comandante Alfonso Cano!

Imperialistas assassinos NÃO PASSARÃO! Resistiremos! Ousar Lutar! Ousar Vencer! Viva a Revolução Colombiana! Viva as FARC-EP!
P. I. Bvilla

Pelo OC do PCML

Fonte: PRAVDA

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