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domingo, 18 de julho de 2010

Será do José?

Fazenda em Lages

De Edson Varela, atuante blogueiro da região de Lages: “Aguçou a curiosidade na paróquia sobre como é o acesso à fazenda asfaltada em Painel. Caçambas com placas de São José e Florianópolis chegavam ‘até a goela’ de asfalto para fazer a ligação de dois quilômetros entre a rodovia estadual (SC-438) e a dita propriedade. Consta que… A fazenda com o acesso melhorado pertence a um influente ocupante de cargo comissionado em Floripa.” Os nomes do proprietário e do secretário são conhecidos na Capital.

Fonte: Blog do Moacir Pereira

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Há quem diga que o "asfalto" em causa é imprestável para obras públicas. Trata-se do material chamado de "frisado", o qual não resiste a tráfego normal, muito menos pesado, pois esburaca com muita facilidade. A mesma fonte, diz que a Sul Catarinense o dá de graça.

Atenção: não estou a defender o homem e penso que toda a verdade deve ser apurada, doa a quem doer.

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Depois de postar a matéria, fui ver o blog do Edson (a origem da notícia reproduzida pelo Moacir).
O que o Moacir Pereira não mostrou:

CONSTA QUE...

A fazenda com o acesso melhorado pertence a um

influente ocupante de cargo comissionado em Floripa.

Primeira fazenda (de fato) asfaltada fica pra lá das Pedras Brancas, no condado de Painel

MUITA EMULSÃO E EMOÇÃO

Em Painel quando começaram a chegar as caçambas cheias de asfalto, foi uma comemoração e tanto. Só faltaram foguetes. Pensou-se que era asfalto para os buracos intermináveis da SC-438. Mas que nada. Era emulsão asfáltica para a fazenda!

Fonte: Blog do Edson Varela

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O blog do Varela não revela se as caçambas eram oficiais ou de alguma ou de alguma empresa. Seria um bom adendo a fazer à notícia inicial, embora eu presuma que fossem particulares, ou o blogueiro já teria esclarecido tal circunstância.

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Ainda uma informação do Varela:

SÃO DE JUQUINHA E SÓ DELE

Essa questão das obras na fasenda de Juquinha, em tese, não teria porque despertar a atenção. É normal que um fazendeiro faça o que bem entender com os acessos à sua propriedade. Ainda mais aqui na Serra que os fazendeiros fazem o que bem entendem, literalmente. Ocorre que há um folclore gigante na Serra de que as fazendas não sejam apenas dele. Mas se no Imposto de Renda consta ele como proprietário, é dele e pronto. Essa gente que faz comentários maldosos vê chifre em cabeça de vaca mocha!


Se o leitor quiser conhecer mais sobre a região de Lages, dou as seguintes dicas de leitura: 1) LICURGO RAMOS DA COSTA - O continente das Lagens; 2) - MÁRCIO CAMARGO COSTA - vários livros (alguns dos quais eu já citei em matérias anteriores); 3 - HOMERO DA COSTA ARAÚJO - vários livros; 4 - ENEDINO RIBEIRO - Gavião de penacho/Memórias de um serrano.
Eu os tenho em minha modesta biblioteca e penso que retratam com fidelidade os costumes regionais. O HOMERO de forma divertida, menos formal. Do ENEDINO tenho só o volume 1 (não achei o 2 e presumo que não chegou a ser editado). Aliás, se chegou a ser escrito, seria muito interessante que a família do falecido o publicasse.

O livro Terra Catarinense, do jornalista e advogado (prático) CRISPIM MIRA, assassinado em 1927, por desafetos da família Ramos, tradicional oligarquia de origem lageana, também contém uma parte sobre aquela região.

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Sobre LICURGO (falecido em 12 de julho de 2002):


Licurgo Ramos da Costa, o senhor embaixador
Apolinário Ternes
Editor de GE

"Nasci no continente de Lagens, em terras altas..." Com estas palavras, décadas depois de 1904, o embaixador Licurgo descreve o pedaço de chão em que nasceu. Quase uma vida inteira depois, em 1982, escreveria talvez sua principal obra, uma história de Lages, com o título "O continente de Lagens", em 4 volumes.

Licurgo Ramos da Costa praticamente, só nasceu em Lages, no dia 4 de outubro de 1904. Filho de fazendeiro Octacílio Costa, hoje nome de município, neto do grande líder Belisário Ramos, fundador da dinastia dos Ramos, cedo veio para Florianópolis, estudar. Depois a capital federal de então, o Rio de Janeiro, em 1921.

Foi no Rio, aos 17 anos, que Licurgo entrou mesmo para o mundo. Para dele participar, quase como personagem de livro de ficção. E, no entanto, era, foi e continua sendo a sua vida real, agora a caminho dos 93 anos. Jornalista, escreveu e chefiou os melhores jornais da capital do País, nos trepidantes anos 20. Com isto, conheceu os nomes que fizeram boa parte da história do Brasil na primeira meta do século. Amigo pessoal de Getúlio Vargas, trabalhou com ele, numa proximidade só comparável a meia dúzia de personagens do Planalto, dentre as quais, a filha de Vargas, Alzira.

PELO MUNDO

A partir de 1941, inicia outra trajetória ainda mais fascinante do que a vida ao redor do poder. Tanto dos palácios presidenciais, quanto das redações dos jornais mais importantes do País. Adido Comercial do Brasil no México, depois Lisboa, Milão, Roma, Washington, Nova Iorque, Madri, Buenos Aires, e Montevidéu, quando se aposenta como ministro de primeira classe, em 1973.

Nestas capitais, poliglota que domina 5 idiomas, o lageano não só conheceu os principais monumentos históricos do Ocidente, incluindo os maiores museus, mas pôde conviver, conversar e privar de amizades com artistas, escritores, políticos e estadistas como Roosevelt e Eisenhower, Salazar e Franco, Picasso e De Chirico, Jorge Luiz Borges e Octávio Paz, Ruy Barbosa e Manoel Bandeira, Ortega Y Gasset e papas como Pio XII, Paulo VI e João Paulo II. Foi amigo pessoal de Portinari e Villa Lobos, de Getúlio e de Juscelino. Enfim, o embaixador Licurgo Costa não conheceu apenas os países de todo o Ocidente, conversou com as maiores personalidades do século 20. Aqui e no exterior.

Perambulando pelo mundo, Licurgo Costa viveu emoções fortes, vivendo os acontecimentos que mudaram a face da Europa. E do mundo. Com cultura invejável, memória excepcional e plena lucidez, ele aquiesceu em conversar com o jornalista, para mais "uma daquelas entrevistas". Não era. Orientado pelo escritor Iaponan Soares, conseguimos, preliminarmente, toda a consideração do dr. Paschoal Apóstolo Pitsíca, presidente da Academia Catarinense de Letras, amigo pessoal do embaixador, residentes, ambos, no mesmo edifício, no centro de Florianópolis.

Escoltado e sob as honras do presidente da Academia, que já nos havia colocado à disposição para pesquisas e leituras, todas as sete pastas do escritor Licurgo Costa na Academia, à qual pertence, ocupando a cadeira número 37, e que já presidiu, fomos protocolar e cerimoniosamente recebidos na biblioteca do escritor lageano, no meio de uma ensolarada tarde de janeiro. A conversa deveria ser para as apresentações. De 15 minutos, se estendeu por mais de três horas. Iniciou-se ali uma agradável convivência de semanas, que resultou na mais longa entrevista já publicada por A Notícia em seus 74 anos de existência. Um documento para a história.

Licurgo Ramos da Costa (capa) Em Lages, `a luz de velas...
No Rio, nos movimentados... Na Italia, com Mussolini...
México, Lisboa, Madri... Currículo e livros...

LUCIDEZ PLENA

Licurgo Ramos da Costa, aos 92 anos de idade, mantém saúde quase perfeita. Dirige, ainda, o seu automóvel no reconhecidamente complicado trânsito da Capital de Santa Catarina. Se não tivesse sido embaixador, a diplomacia brasileira teria perdido um raro talento. Ele tem o comportamento afável dos lageanos, ainda que secularmente formal, quase fechado. Nos trata com o reverencial "senhor". É de uma polidez impecável. De gestos e fala suaves, apaziguadores. Cerimonioso, nos concedeu, desde o início, todo o tempo possível. Queria saber das perguntas, "para arrumar a memória, pesquisar datas, conferir nomes". Responderia por escrito, sê possível. E o fêz, com impressionante boa vontade. Todos os arremates, para usar uma expressão do planalto, tudo poderia ser diretamente, em tantas visitas necessárias.

Licurgo Costa é um dos raros catarinenses que tem verbete de seu nome na Enciclopédia Delta Larousse, 1972. É detentor da Carteira Profissional número 1 de Santa Catarina. Membro da Academia e do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina. Dezenas de condecorações. Citações em livros, no Brasil e no exterior. Tem 18 livros publicados e é um intelectual de brilho, com vastíssima cultura sobre a história do mundo.

Um catarinense ilustre, um senhor embaixador, casado com a paulista Susy Garcia da Costa, que hoje divide as alegrias da velhice num apartamento emoldurado com obras de arte trazidas das mais diferentes partes do mundo. Tem uma filha, casada com um fazendeiro do Uruguai, que reside em Montevidéu, e que já lhe deu 3 netos e uma bisneta.

Fonte: A Notícia.

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