Agora já posso morrer descansado. Achava que os Juízes do País estavam alheios ao problema da perniciosa mistura entre Estado e cultos, mas me enganei. Apenas alguns deles, conservadores católicos e mdrosos, permanecem cooptados.
A nota da Associação dos Magistrados do RS me lavou a alma, pois costumo me debater contra essa perniciosa mixórdia Estado/ICAR, nas ações populares que proponho.
Para mim, as declarações da Associação que representa os dignos juízes riograndenses representou uma injeção de adrenalina e a renovação das esperanças de ver triunfar os interesses coletivos e os princípios do republicanismo sobre os privilégios históricos da ICAR.
Mais uma vez, o RS dá preciosa lição de coragem ao resto do Brasil.
Mais uma vez, o RS dá preciosa lição de coragem ao resto do Brasil.
Do outro lado, sem querer, o velho Arcebispo está fazendo um bem danado ao regime republicano.
O berro dele é porque vai receber uma "chamada" do administrador financeiro do Vaticano, acostumado a só receber. Mas, perto do que o Estado brasileiro (gênero) costuma repassar para a ICAR, a cifra é uma bagatela.
Só no restauro da Catedral de Florianópolis e da Igreja de São Francisco do Sul, dois templos insignificantes, fluiram dos cofres públicos para a ICAR nada menos que cerca de 28 milhões de reais.
O berro dele é porque vai receber uma "chamada" do administrador financeiro do Vaticano, acostumado a só receber. Mas, perto do que o Estado brasileiro (gênero) costuma repassar para a ICAR, a cifra é uma bagatela.
Só no restauro da Catedral de Florianópolis e da Igreja de São Francisco do Sul, dois templos insignificantes, fluiram dos cofres públicos para a ICAR nada menos que cerca de 28 milhões de reais.
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Após condenação, Dom Dadeus acusa Judiciário de corrupção
Arcebispo questionou quando começará uma faxina no Judiciário
Atualizada em 01/11/2011 às 07h24min
Indignado com uma condenação do Tribunal de Justiça de São Paulo, o arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, acusou o Judiciário de corrupção.
— O problema da corrupção no Brasil tem sua base exatamente ali, no Judiciário. Todos sabem disso, mas poucos têm coragem de denunciá-lo. Nossa presidente começou a faxina no Executivo. Quando será a vez do Judiciário, onde o problema é muito mais grave? — disse o arcebispo.
Dom Dadeus foi condenado, juntamente com a diocese de São João da Boa Vista (SP), a pagar indenização de R$ 940 mil a uma família de Mogi Guaçu (SP).
A entrevista coletiva de Dom Dadeus, que se iniciou às 14h, teve como objetivo o anúncio de "fato relevante".
— O problema da corrupção no Brasil tem sua base exatamente ali, no Judiciário. Todos sabem disso, mas poucos têm coragem de denunciá-lo. Nossa presidente começou a faxina no Executivo. Quando será a vez do Judiciário, onde o problema é muito mais grave? — disse o arcebispo.
Dom Dadeus foi condenado, juntamente com a diocese de São João da Boa Vista (SP), a pagar indenização de R$ 940 mil a uma família de Mogi Guaçu (SP).
A entrevista coletiva de Dom Dadeus, que se iniciou às 14h, teve como objetivo o anúncio de "fato relevante".
Na sua fala, ele começou dizendo que "chegou ao fim mais um capítulo da agressão do Judiciário contra a Igreja Católica".
No final da tarde, a Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) divulgou nota de indignação quanto à declaração de Dom Dadeus. "É necessário que a cidadania perceba que um país, para ser substancialmente democrático, deve contar com um Poder Judiciário laico, imparcial e independente", diz a nota, que é assinada pelo presidente da associação João Ricardo dos Santos Costa.
Confira na íntegra a nota da Ajuris: "A Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) vem a público manifestar toda a indignação da Magistratura gaúcha em face das declarações do Arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, que atribui ao Poder Judiciário a condição de ente corrompido, impulsionado por ter sido condenado em ação de indenização por fato que lhe foi imputado, ocorrido na cidade de Mogi Guaçu (SP).
Esta prática adotada pelo Arcebispo está cada vez mais disseminada no Brasil, notadamente quando o Judiciário decide em desfavor de segmentos que desfrutam de poder diferenciado na sociedade.
É necessário que a cidadania perceba que um país, para ser substancialmente democrático, deve contar com um Poder Judiciário laico, imparcial e independente. Lamentavelmente, alguns quadros da vida pública ainda não se deram conta do quanto é importante tal condição para uma nação.
Reiteramos que a postura inquisitorial do Arcebispo é inaceitável. Da mesma forma, registramos o grande respeito que temos pela Igreja Católica, e todas as outras religiões.
Entretanto, não podemos admitir que qualquer religioso, em nome de sua crença, insulte pessoas e instituições de forma arbitrária, numa quase retrospectiva da inquisição medieval.
A Ajuris sempre exigirá pronta apuração de qualquer irregularidade no Poder Judiciário, mas não admitirá a ofensa generalizada e irresponsável, de qualquer autoridade, simplesmente pelo fato de ter seus interesses contrariados por decisão judicial. Repudiamos tal comportamento pelos evidentes danos que causa à democracia".
No final da tarde, a Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) divulgou nota de indignação quanto à declaração de Dom Dadeus. "É necessário que a cidadania perceba que um país, para ser substancialmente democrático, deve contar com um Poder Judiciário laico, imparcial e independente", diz a nota, que é assinada pelo presidente da associação João Ricardo dos Santos Costa.
Confira na íntegra a nota da Ajuris: "A Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) vem a público manifestar toda a indignação da Magistratura gaúcha em face das declarações do Arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, que atribui ao Poder Judiciário a condição de ente corrompido, impulsionado por ter sido condenado em ação de indenização por fato que lhe foi imputado, ocorrido na cidade de Mogi Guaçu (SP).
Esta prática adotada pelo Arcebispo está cada vez mais disseminada no Brasil, notadamente quando o Judiciário decide em desfavor de segmentos que desfrutam de poder diferenciado na sociedade.
É necessário que a cidadania perceba que um país, para ser substancialmente democrático, deve contar com um Poder Judiciário laico, imparcial e independente. Lamentavelmente, alguns quadros da vida pública ainda não se deram conta do quanto é importante tal condição para uma nação.
Reiteramos que a postura inquisitorial do Arcebispo é inaceitável. Da mesma forma, registramos o grande respeito que temos pela Igreja Católica, e todas as outras religiões.
Entretanto, não podemos admitir que qualquer religioso, em nome de sua crença, insulte pessoas e instituições de forma arbitrária, numa quase retrospectiva da inquisição medieval.
A Ajuris sempre exigirá pronta apuração de qualquer irregularidade no Poder Judiciário, mas não admitirá a ofensa generalizada e irresponsável, de qualquer autoridade, simplesmente pelo fato de ter seus interesses contrariados por decisão judicial. Repudiamos tal comportamento pelos evidentes danos que causa à democracia".
ZERO HORA
Entrevista coletiva foi convocada pelo arcebispo para o anúncio de "fato relevante"
Foto:Emílio Pedroso / Agencia RBS
Foto:Emílio Pedroso / Agencia RBS
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