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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

"Israel é uma decepção", diz o escritor Amós Oz em São Paulo

"Israel é uma decepção", disse o escritor Amós Oz, na noite desta quarta (9), diante do público que lotou os 1.010 lugares do teatro do Sesc Pinheiros, em São Paulo.
No Brasil para participar da celebração de 25 anos da editora Companhia das Letras, Oz, mais importante escritor israelense da atualidade, falou com um toque de humor da fundação de seu país, ocorrida em 1948.
"Israel nasceu de um sonho, e tudo que nasce de um sonho está destinado a ser uma decepção. A única maneira de manter um sonho intacto é nunca vivê-lo", disse.
"Israel nasceu, na verdade, de um espectro de sonhos." Explicou: "Os imigrantes dos outros países árabes sonhavam que Israel deveria ser uma réplica do Oriente Médio. Os imigrantes europeus, uma réplica da Europa do leste. Já os marxistas sonhavam que, um dia, Stálin visitaria um kibutz. Ele olharia o estábulo e o galinheiro e, no final, diria: 'Vocês fizeram um socialismo melhor do que na Rússia'".
Zanone Fraissat /Folhapress
O escritor israelense Amós Oz durante discurso no teatro do Sesc Pinheiros, em São Paulo
O escritor israelense Amós Oz durante discurso no teatro do Sesc Pinheiros, em São Paulo
Oz disse que, hoje, a realidade de Israel "é totalmente diferente de qualquer um desses sonhos", para ele, irrealizáveis. "Os sonhos eram conflitantes e mutuamente exclusivos."
Concluiu: "Israel não é um país. É uma discussão calorosa de 8 milhões de primeiros ministros, com suas fórmulas particulares para redenção instantânea".
Ao explicar que 80% dos israelenses vivem fora de Jerusalém, e "são de classe média, ruiodosa, falante, uma nação mediterrânea", sugeriu: "Nós, israelenses, nos sentimos à vontade em um filme de [Federico] Fellini, não de Ingmar Bergman".
No final, fez uma brincadeira literária: "Na literatura, exitem os finais de Tchekhov e os de Shakespeare. Nos de Shakespeare, as pessoas terminam mortas. Nos de Tchekhov, deprimidas, amarguradas, mas vivas. Espero que Israel tenha um final de Tchekhov".
Oz havia sido chamado ao palco pelo dono da Companhia das Letras Luiz Schwarcz, que leu um trecho do prefácio de "Meu Michel", livro lançado pelo israelsense há 40 anos, e brincou: "Estou há três dias com o Amós Oz aqui no Brasil. Temos realizado um duelo incessante de piadas de mãe judia. Ele ganhou, claro".

Fonte: FOLHA DE SP

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