A Associação Nacional de Administração de Recursos Humanos da Franca elaborou um documento propondo ao governo a “neutralização de três feriados cristãos”.
Trata-se de proporcionar aos trabalhadores a opção de substituir esses feriados por outros de sua escolha, de modo que possa ser preservada “a consciência individual” de cada um deles, incluindo os casos de neutralidade religiosa ou de descrença.
Os feriados sugeridos para serem “neutralizados” são o da quinta-feira da Ascensão (que ocorre 39 dias após a Páscoa), a segunda-feira de Pentecostes (9 dias após a Ascensão do Senhor) e Ascensão (40 dias depois da Páscoa).
A associação propõe que sejam mantidas as festividades do Natal, da segunda-feira de Páscoa e de Todos os Santos, porque estão “revestidas de uma forte dimensão societária”.
O documento argumenta que os trabalhadores não cristãos ficam frustrados quando na empresa suas convicções religiosas são desprezadas. “Há um sentimento de discriminação, além da falta de respeito pelo estilo de vida de cada um”, diz. No entendimento da associação, essa contrariedade dos trabalhadores se reflete na produtividade e, consequentemente, no desempenho das empresas.
Pelo documento, a “neutralização” dos feriados seria negociada pelas empresas e sindicatos dos trabalhadores de cada setor de atividade, cidade por cidade.
A associação reconheceu que a sua proposta é polêmica e, por isso, defendeu que ela seja submetida a um debate nacional antes de o governo aprová-la ou não.
Esse debate já está ocorrendo por parte da Igreja Católica, que, como era de se esperar, discorda da medida.
Dom Bernard Podvin (na foto acima), porta-voz da Conferência Episcopal Francesa, a CNBB de lá, admitiu que nenhuma religião é dona do calendário, mas, segundo ele, o que a associação dos profissionais de recursos humanos propõe “não constitui uma resposta ideal aos desafios da diversidade”.
Além disso, argumentou, os feriados cristãos foram “criados pela república, em função de uma história e de uma tradição”.
Com informação do La Croix
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