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sexta-feira, 20 de julho de 2012

Ligado a evangélicos, Partido Ecológico Nacional cresce no Norte e no Nordeste




Partido adota uma lista de recomendações com temas como "recuperação da mata ciliar" e "cuidados com o lixo" | Foto: Divulgação

Samir Oliveira

Oficializado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 19 de junho deste ano, o Partido Ecológico Nacional (PEN) é a 30ª agremiação política do país. Com um mês de existência, a nova legenda já conta com pelo menos 30 deputados estaduais e 2 federais. A perspectiva é que a bancada na Câmara dos Deputados possa chegar a até 20 parlamentares.

O novo partido surge fortemente vinculado aos evangélicos da Assembleia de Deus. Tanto o presidente nacional Adilson Barroso quando o deputado federal Fernando Francischini (ex-PSDB-PR) são ligados a essa igreja.

Apesar de trazer a marca da ecologia no nome, o site do PEN acaba sendo genérico no que diz respeito à defesa do meio-ambiente. Uma lista com sete recomendações de políticas públicas defendidas pelo partido sugere temas como “recuperação da mata ciliar”, “cuidados com o lixo” e “energia solar para todos”, sem aprofundar nessas ou em outras questões.

Uma sessão do site exibe os “dez mandamentos” do PEN. E o último deles reforça: “Não esqueça de agradecer a Deus pela perfeição do planeta”. Há, ainda, uma página no site oficial do partido destinada apenas a reflexões, onde são disponibilizados 15 arquivos de Power Point com mensagens, fotos de paisagens e músicas de fundo. Vários deles abordam temas religiosos, como “com Deus não se brinca”, “será que Deus é culpado?” e “um minuto com Deus”.

Apesar de ser novo e ainda pequeno, o PEN desponta como uma força política considerável no Norte e no Nordeste no país. Na Paraíba, o partido já possui a maior bancada da Assembleia Legislativa: nove dos 39 deputados migraram para a sigla, inclusive o presidente do Parlamento estadual. Os partidos que mais perderam representantes para o PEN foram o DEM, o PSDB e o PSL.

No Acre, o novo partido também detém a maior bancada, com seis dos 24 parlamentares. Lá, o partido recebeu deputados que eram do DEM, do PP, do PR e do PDT e irá compor a base aliada do governador Tião Viana (PT).

Nacionalmente, o partido ainda busca a filiação dos cerca de 20 deputados federais que apoiaram a sua criação – sendo que a maioria é ligada à Assembleia de Deus.

Segundo ex-deputado Adilson Barros, PEN defende um "ambientalismo não radical" | Foto: Adilson Barroso / Divulgação

“Só porque eu sou evangélico, não quer dizer que o partido seja”, diz presidente nacional

O presidente nacional do PEN, Adilson Barroso (ex-deputado estadual de São Paulo pelo PSC), garante que o partido não é um braço político da Assembleia de Deus. “Isso é uma grande mentira. Só porque sou evangélico e entendo que Cristo é o filho de Deus, não quer dizer que o partido também seja. É um partido normal, nenhum pastor ajudou a coletar as assinaturas para a fundação”, assegura.

Barroso explica que o PEN defende um ambientalismo “não radical”. “Muitas vezes o ambientalista não defende uma agricultura e uma indústria sustentáveis, mas sim um radicalismo que diz que tem que plantar árvore em tudo que é lugar”, compara.

O presidente nacional diz que o novo partido definirá na próxima semana se irá apoiar o governo federal ou se será oposição. Mas já adianta sua preferência: “Em 2010 eu votei na Dilma”, conta.

No Rio Grande do Sul, o partido não terá, nesse primeiro momento, nenhum político em exercício de mandato. O PEN gaúcho não tem sequer uma comissão provisória. “Não entendo porque ainda não apareceu nenhum político gaúcho que goste da sustentabilidade”, lamenta Barroso.

“Abraçamos as bandeiras da nossa fé”, admite deputado federal

O deputado federal Fernando Francischini, ex-delegado da Polícia Federal, deixou o PSDB do Paraná para se filiar ao PEN. Ele conta que tomou essa atitude para ter mais “espaço político” em seu estado e ter chances de disputar uma eleição majoritária.

Na visão de Fernando Francischini, PEN é partido de centro que defende social democracia cristã e "valores da família" | Foto: Saulo Cruz / Agência Câmara

“O meu sonho político de enfrentar uma eleição majoritária nunca iria se concretizar no PSDB. Também desejo mais liberdade em Brasília”, comenta. O ex-tucano define o PEN como um partido de centro e diz que irá “defender com mais força a social democracia cristã e os valores da família”.

Integrante da Assembleia de Deus, Francischini se intitula o candidato dessa igreja no Paraná e acredita que sua ligação religiosa irá atrair diversos fieis para as fileiras do novo partido. “Minha ligação com a igreja é muito forte. Sou contra misturar religião e política, mas a gente acaba abraçando as bandeiras da nossa fé. Com certeza muita gente que virá para o partido tem ligação com a defesa da família, com o combate ao aborto e à legalização das drogas”, explica.

O deputado reconhece que o PEN ainda não deslanchou em solo gaúcho, e acredita que isso acontece porque o Estado possui uma forte tradição partidária. “A tradição política e partidária é muito forte no Rio Grande do Sul e isso acaba assustando um pouco quem deseja trocar de partido”, opina.


Fonte: Sul 21

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