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sexta-feira, 20 de julho de 2012

OS BOLIVIANOS TÊM RAZÃO: ESTAMOS NOS TORNANDO SUBIMPERIALISTAS

Um coisa não foi esclarecida pela notícia abaixo: a que dizem respeito os 20 processos aos quais o Senador responde?

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Governo Morales eleva tom contra Brasil por senador abriga

FLÁVIA MARREIRO
DE SÃO PAULO
FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA

A Bolívia subiu o tom contra o Brasil no caso do senador opositor Roger Pinto, abrigado há 53 dias na embaixada brasileira em La Paz.
A ministra das Comunicações boliviana, Amanda Dávila, acusou o embaixador brasileiro, Marcel Biato, de "ingerência" e de "pressionar" seu governo a conceder um salvo-conduto para que Pinto, que se diz perseguido político, deixe a Bolívia.
Freddy Zarco/ABI
Ministra das Comunicações da Bolívia, Amanda Dávila, acusou diplomata brasileiro de pressionar La Paz
Ministra das Comunicações da Bolívia, Amanda Dávila, acusou diplomata brasileiro de pressionar La Paz

Em junho, o Brasil concedeu asilo ao senador, irritando La Paz, e a situação chegou a um impasse cuja solução não parece à vista --Pinto, instalado numa sala sem banheiro da embaixada, ganhou até uma bicicleta ergométrica para se exercitar.
Segundo a Folha apurou com uma autoridade brasileira, o governo Evo Morales já entregou ao brasileiro documento que nega o direito de saída ao político.
Na quinta, a ministra disse que um salvo-conduto para o senador, que responde a 20 processos na Justiça boliviana, seria ilegal. "A Constituição diz que não se pode conceder salvo-conduto [...] a uma pessoa que tem processos na Justiça comum."


INGERÊNCIA

O Ministério das Relações Exteriores nega ter recebido da Bolívia uma negativa oficial e considera a situação em "ponto morto". "Não existe evolução ainda. Continua o diálogo entre os dois lados", afirma Tovar Nunes, porta-voz da chancelaria brasileira.
Apesar do impasse, o Brasil não vê margem para recuo. "Por questões legais, jurídicas, não é possível. Do nosso lado, só pode evoluir para abrigá-lo aqui em território nacional", afirma o embaixador. "É uma situação incômoda para o lado boliviano e para o brasileiro. Precisamos lidar com diplomacia."
Foram dois dias de duras declarações da porta-voz de Evo Morales contra o embaixador brasileiro. Na quarta, irritada por declarações de Biato num evento na segunda, a ministra disse que o diplomata teve "atitudes de ingerência" e o comparou a um embaixador americano.
Ávila chegou a dizer que Biato seria "convocado" a dar explicações na Chancelaria boliviana. Ontem, a ministra recuou nesse ponto --"não está decidido que se convoque o embaixador"-- e disse que o embaixador estava "um pouco angustiado".
À mídia boliviana Biato tinha afirmado na segunda que esperava "resolver" o tema do senador com o governo e que as relações bilaterais eram "sólidas". O embaixador havia comentado que Pinto tinha ganhado uma "bicicleta [ergométrica] para poder fazer exercício".


CONTRATEMPOS

O constrangimento envolvendo o senador se junta a uma série de contratempos recentes na relação entre Bolívia e Brasil, um tema que vem ganhando peso na agenda política interna boliviana.
O principal contratempo é a crise por conta do projeto de construção de uma estrada pela brasileira OAS, com financiamento do Brasil.
Protestos de indígenas contra a obra, que cortaria uma reserva, virtualmente a paralisaram. Depois disso, o governo Morales anunciou que rescindiria o contrato com a companhia brasileira, alegando irregularidades. A companhia nega.


O Brasil tem sido acusado por ativistas e opositores à esquerda de Morales de agir de modo "subimperialista" e impor seus interesses a La Paz.

Nesse contexto, a referência de Dávila à "ingerência" e a comparação com a atuação americana não são fortuitas. O Itamaraty atribui parte da forte reação pública boliviana a esse ambiente.
O chanceler Antonio Patriota vem conversando regularmente com o embaixador brasileiro no país sobre o assunto, e a avaliação é que não há estremecimento nas relações bilaterais.
O Itamaraty diz que existe uma "sintonia muito fina" entre os países e não crê que o episódio terá repercussão nas empresas brasileiras instaladas na Bolívia.

Fonte: FOLHA DE SP

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