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segunda-feira, 10 de maio de 2010

Ratones na rede - Lutas ente adolescentes

Geral 09/05/2010 22h28min

Garotos de até 17 anos organizam lutas em Florianópolis e mostram a violência na internet

Brigas intituladas Lutas do Lixo eram combinadas pelo orkut entre jovens de classe média alta


Cenas de brutalidade. Socos. Chutes. Derrubadas e golpes de pescoço. A reportagem exibida na noite deste domingo no Estúdio SC, da RBS TV, mostra pequenos lutadores que apanham até sangrar em Florianópolis.

As brigas foram gravadas em vídeo, pelos próprios participantes, e colocadas na internet. Era por meio de uma comunidade virtual, chamada Luta do Lixo, que os garotos com idades entre 11 e 17 anos marcavam os encontros para as disputas violentas.

Assista à reportagem:



Nas imagens, que desde sexta-feira foram retiradas da internet, os golpes mostram que o principal alvo das brigas é a cabeça dos jovens. As lutas duravam, em média, 10 minutos, e cada round era cronometrado em uma tela. As brigas terminavam apenas quando um dos garotos desistia ou era nocauteado. Em algumas cenas, valia tudo, até estrangulamentos.

Na reportagem, o jornalista Francis Silvy revela que os estudantes que aparecem nas brigas são de famílias de classe média alta que frequentam colégios particulares na capital catarinense.

— Todo mundo tava querendo achar um pra lutar. Muitos ficavam me perguntando: vamos lá, vamos lutar na Luta do Lixo. Uns 200 guris do meu ano e do oitavo estavam querendo participar — conta um dos participantes.

Arena em casa

O ringue foi montado em um área de lazer na casa da família de um rapaz de 17 anos, no bairro Ratones, na região Norte da Ilha. Nas imagens, é ele que faz o papel do juiz e orienta os garotos nos intervalos.

— Os meninos pediam para vir aqui. Geralmente tinha alguma rixa, algum acerto a fazer, desde namorada até não gostar do sujeito. Porque, daí, todo mundo ia ver. Não ia ser uma briga na escola que, se alguém visse, eles seriam suspensos — explica o jovem de 17 anos.

Nos vídeos, muitos meninos também são humilhados. Em uma das imagens, um jovem de 13 anos pede o fim da briga e tenta sair do ringue. Mas, antes, é obrigado a afirmar diante das câmeras que não aguenta mais.

— Fala aí que você é uma franguinha — grita outro garoto.

Segundo os estudantes, as lutas começaram em março e ganharam popularidade entre os alunos de diversos colégios. No intervalo das aulas, o papo entre eles era sobre os resultados das disputas.

— Ah! Tu bateu pra caramba naquele cara. Quem perdia, era normal a galera ficar zoando da cara dele. Todo mundo começava a rir. Eu vi no youtube, achei legal e quis ver como é que é. Acabei participando, mas não foi uma experiência muito boa — conta um estudante arrependido.

— Tu vê teu filho apanhando e ainda tendo que mostrar a boca sangrando para sair do ringue. É terrível. E o que me preocupou é que tem uns meninos mais velhos instigando os pequenos como se fossem galinhos de briga — desabafa a mãe do garoto que se arrependeu de participar da Luta do Lixo.

Outros pais também ficaram assustados com as imagens:

— Achamos que era uma brincadeira sob os olhos dos adultos e não alguma coisa assim sem nível e com esse risco. Ficamos impressionados. Isso é terrível. Não consigo reconhecer meu filho. É totalmente outra criança, descontrolada. O vídeo é muito violento — avalia outro pai.

Os equipamentos usados para as brigas, como tatames, sacos de pancada e cordas, que eram utilizados para delimitar o ringue, ainda estão no local. Mas a dona da casa garante que as lutas foram proibidas.

— Achávamos que era uma brincadeira sem maldade, sem agressão. Mas quando nós vimos que eles estavam se machucando e sangrando, isso acabou — garante.

Punição

De acordo com o promotora de Justiça da Infância e Juventude, Vanessa Cavallazzi, os garotos envolvidos nas brigas cometeram atos infracionais e estão sujeitos a medidas socioeducativas. Já os pais podem pagar multas entre três e 20 salários mínimos.

— Embora estas lutas tenham acontecido fora do colégio, eles também têm que combater e reprimir esta agressividade que teve origem ali dentro — avalia.

O pediatra especialista em adolescentes, Gerson Coelho, alerta para os riscos que estas brigas violentas podem provocar nos jovens.

— Um traumatismo na cabeça de um indivíduo que ainda não tem a musculatura do pescoço desenvolvida pode causar um sangramento muito grave para o sistema nervoso central. Existem alguns órgãos abdominais, como a parede abdominal desses meninos, que é muito fina. Um chute pode romper o baço e levar a óbito — destaca Coelho.

RBS TV E DIÁRIO CATARINENSE

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Geral 11/05/2010 00h32min
MP investigará lutas de garotos em Florianópolis e exibição das imagens das agressões na internet
Principais alvos da investigação são responsáveis pelas filmagens e dono do "ringue"

Nanda Gobbi
nanda.gobbi@diario.com.br
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) dará nesta terça-feira o primeiro passo para a abertura de um inquérito que investigará o caso dos garotos que marcavam lutas em Florianópolis e exibiam as agressões pela internet. O promotor de Justiça da Infância e Juventude, Thiago Carriço de Oliveira, solicitará à Delegacia de Infância e Juventude a identificação das pessoas envolvidas na organização da comunidade virtual conhecida como Luta do Lixo. De acordo com a assessoria de imprensa do MPSC, os principais alvos da investigação são as pessoas responsáveis pelas filmagens, que foram retiradas do Youtube na sexta-feira, e o rapaz de 17 anos que cedia a casa para os pequenos lutadores, no bairro Ratones, na região Norte da Ilha. Os donos da casa não querem dar entrevista. De acordo com o advogado deles, Cláudio Gastão da Rosa Filho, a família está muito assustada. No local foi improvisado um ringue com cordas e sacos de pancadas. — Eles nunca viram ninguém sair machucado dali e não sabiam o que estava acontecendo. O terreno é muito grande e a parte onde aconteciam as lutas ficava longe da casa — explica o advogado. Nas imagens, o rapaz de 17 anos aparece no papel de juiz das lutas. É ele também quem orienta os garotos nos intervalos. — Os meninos pediam para vir aqui. Geralmente tinham alguma rixa, algum acerto para fazer, desde a namorada não gostar do sujeito — disse o rapaz. Os estudantes envolvidos nas disputas têm idades entre 11 e 17 anos. Eles são de famílias de classes média alta e frequentam colégios particulares na capital catarinense. As lutas, que muitas vezes terminavam com ferimentos e sangramentos, começaram há dois meses. Elas só terminavam quando um dos garotos desistia ou era nocauteado. Em algumas cenas, valia de tudo, até estrangulamentos. Os garotos podem responder por atos infracionais de lesão corporal, e os pais, multados entre três e 20 salários mínimos.

Fonte DC


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Do blogueiro:

Acho um exagero toda a campanha que o Diário Catarinense e a mídia em geral estão fazendo em torno das lutas dos garotos. Tanto eles, quanto as garotas, precisam aprender a se defender e a ter iniciativa. A sociedade não progride graças aos seres passivos, tão somente. Os passivos, sem dúvida, dão sua colaboração no processo evolutivo, mas é mais graças aos ativos que ocorre o progresso, que a coragem é valorizada, que a dignidade e a capacidade de reagir a injustiças se impõem.

Há muitos jovens (dos dois sexos) cheios de energia e disposição para a luta (o que é uma virtude e não um defeito) confinados em apartamentos exíguos, colocados compulsoriamente em frente de computadores, que não têem oportunidade de extravasar.
Ao invés de se reprimi-los, dese-lhes oportunidades de canalizar suas forças para esportes regrados, mesmo que sejam lutas aparentemente brutais.

Pior para o País será criarmos gerações de seres apáticos, verdadeiros "bananas", sem disposição para nada, bichos preguiças, que vivam enclausurados, confinados que nem bois na engorda, incapazes de gostar de exercícios e de atividades físicas, prontinhos para padecer as conseqüências da obesidade mórbida, que, aliás, já se multiplica por todo o brasil. Isto me faz pensar, até mesmo - perdoem-me se estou vendo chifre em cabeça de cavalo - que a grande mídia está a serviço de laboratórios, querendo ver nossa juventude tal qual a norte-americana e de outros países do mundo, onde os gordos-doentes já são fração expressiva da população e potenciais consumidores de anti-depressivos, etc...

Que tal, ao invés de se punir os pais e os garotos, se oferecer uma orientação a eles, para que respeitem regras capazes de reduzir os riscos de danos físicos e mentais e transformem seus embates em saudável exercício desportivo?

Que tal, antes de iniciarem seus embates físicos, exercitarem suas inteligências com a prática do xadrês ou da música? Em Ratones, o Wagner Segura, nosso talentoso violonista/cavaquinista poderia empenhar-se em despertá-los para a música, por exemplo. Faço esta referência ao Wagner para que não pensem que Ratones é terra de brutos, insensíveis e ignorantes, tão somente.

Cumpre lembrar, para arrematar este comentário, que competição é inerente ao ser humano, desde o ato da concepção, em que os espermatozóides saem, em luta feroz, em busca da oportunidade de sobrevivência, no afã de fecundar o óvulo feminino. Alguns vencem, outros sucumbem, porque não somos iguais, senão na ficção jurídica. Mas, com certeza, nenhum deles queda-se inerte após a ejaculação. Nenhum sente, instintivamente, na passividade, um progresso para a espécie. Vão à luta, com o máximo de suas forças, mesmo aqueles que acabam engendrando seres de natureza passiva, homens, mulheres ou da categoria híbrida.
Precisamos de competição para formar seres destemidos, de iniciativa, afeitos ao crescimento e não à estagnação, ou estaremos na contramão das lições da biologia.
Orientação psicológica, ou punição jurídica em contrário, nenhum crescimento de qualidade trarão à humanidade. Até monjas budistas, costumeiramente apáticas, já se deram conta de que o exercício físico, o combate, a confrontação, a medição de forças, são necessários à formação de seres humanos completos. Vide, neste sentido, a matéria que intitulei "Desapodrecendo" ..., postada em 19/04/2010, neste blog.

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