Falando em autonomia:
- quando o Ministério público pugnará pela retirada da cruz do brasão de Florianópolis?
- quando o setor responsável pela "moralidade administrativa" vai criar brios, valorizar a independência e o republicanismo e se livrar da influência da Igreja Católica?
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Instituição quer modernizar identidade e demonstrar ao público autonomia de outros poderes
Pesquisa revelou desconhecimento das pessoas sobre o trabalho do MPSCFoto: Charles Guerra / Agencia RBS
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) decidiu mostrar à sociedade que não está atrelado a outros poderes. A decisão vai ter impacto visual, com a retirada do brasãodo Estado da sua logomarca, apesar de a escolha do procurador-geral de Justiça ainda passar por um ritual de nomeação feita pelo governador do Estado, com a apresentação de uma lista tríplice votada pelos promotores e procuradores.
A decisão de criar um novo logotipo, elaborado pelo Núcleo de Abordagem Sistêmica de Design da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi tomada depois que uma pesquisa revelou desconhecimento das pessoas sobre o trabalho do MPSC. E necessidade de modernizar a marca, tornando-a mais acessível e dando-lhe timbre de humanização para os dias atuais.
Na pesquisa de opinião, encomendada pela instituição, do total de entrevistados, apenas 3,68% das pessoas conhecem o MPSC. Enquanto isso, a maioria dos entrevistados que dizem conhecer, o confunde com um dos três poderes: 30,36% consideram vinculado ao Poder Judiciário, 17,61% ao Poder Executivo e 14,75 ao Poder Legislativo.
Para o procurador-geral de Justiça, Lio Marcos Marin, do MPSC, a modernização não significa que o brasão da bandeira catarinense tenha sido descartado:
– O governo federal usou o “Brasil Para Todos” e o próprio governo do Estado usa uma bandeira estilizada. Vamos manter o brasão em documentos oficiais, especialmente quando se tratar da comunicação entre poderes diferentes.
Para o Marin, o novo logotipo vai aproximar a instituição das pessoas:
– O cidadão precisa, ao entrar no nosso espaço, como nas promotorias do Meio Ambiente e Defesa do Cidadão, e saber que está no Ministério Público. Buscamos uma evolução.
Professor no curso de design da UFSC, o doutor Luiz Fernando Gonçalves de Figueiredo diz que a nova identificação segue uma estética minimalista, onde o peso do brasão, que representa força e poder, é substituído por uma linguagem mais atrativa e receptiva para as pessoas.
ENTREVISTA: Lio Marcos Marin, procurador-geral da Justiça
Foi Lio Marcos Marin quem assinou o ato 350/2012, que instituiu o novo logotipo e a identidade visual do MPSC. O manual de identidade visual trará unidade visual à instituição.
Diário Catarinense – O que motivou o PM a tomar essa decisão de alterar o seu logotipo?
Lio Marcos Marin – A pesquisa onde revela desconhecimento e confusão sobre a instituição MP em relação a outros poderes.
Diário Catarinense – O MP está tirando um símbolo do Estado de sua marca. O senhor não teme uma polêmica?
Marin – Não, pois não estamos tirando um símbolo. O brasão vai continuar em documentos oficiais.
DC – Fala-se que isso significa independência e autonomia em relação aos outros poderes.
Marin – Isso já acontece. Queremos também que as pessoas sintam o Ministério Público próximo.
DC – Essa independência se dá em relação aos outros poderes? E as despesas dependem de repasses do Tesouro do Estado?
Marin – Essa independência é só questão visual, isso não implica em nada a nossa relação com os demais poderes. A manutenção da estrutura física e de pessoal do Ministério Público é feita com recursos próprios. Os valores são originários de percentual da receita do Estado. O percentual destinado ao MPSC é de 3,1% da receita líquida.
DIÁRIO CATARINENSE
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