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domingo, 27 de junho de 2010

Grande tarrafada: mais de 500 pedófilos católicos

Igreja belga treme diante de mais de 500 casos de pedofilia


por Andrea Bonanni, do La Repubblica

O livro negro da Igreja belga está protegido em 475 caixas de documentos reunidos pela comissão independente que a Conferência dos Bispos instituiu para examinar os casos de abusos de menores cometidos por eclesiásticos. Desde esta sexta-feira, essas pastas, como todos os computadores que se encontravam na sede da comissão, em Louvain, estão nas mãos dos juízes de Bruxelas.

Dramas e segredos, nomes e circunstâncias que a Igreja havia protegido, e muitas vezes ocultado, durante anos e também por décadas, estão agora em mão pública. E os primeiros a tremer, segundo o professor Peter Adriaenssens, de neuropsiquiatria infantil e presidente da comissão, são as vítimas dos abusos sexuais. "Desde esta sexta-feira, a comissão foi inundada por telefonemas das vítimas, aterrorizadas pela ideia de ver os seus traumas expostos publicamente", declarou Adriaennsens.

Enquanto o Vaticano protestava por causa das investigações ao arcebispado e da detenção dos bispos, o sequestro dos arquivos da comissão foi o único ato contra o qual a Conferência dos Bispos Belgas se insurgiu. Trata-se, diz, de uma grave violação do direito à privacidade que havia sido garantida àqueles que se haviam dirigido à ela.

Adriaessens confirma. Havia um acordo, explica, um protocolo com o conselho dos procuradores gerais, com base no qual a decisão ou não de transmitir o dossiê à justiça teria sido tomada autonomamente pela comissão, com o acordo preventivo das vítimas. "Quem foi vítima de abuso podia se dirigir à polícia, à magistratura, ou a nós. Se se dirigiu a nós muitas vezes é porque não queria que o seu caso se tornasse público".

O ministro da justiça Stefaan De Clerck, porém, defende a operação da magistratura. "O juiz instrutor tem o dever de conduzir a investigação em plena independência, utilizando os meios que considera necessários. Não é ligado às promessas feitas pelo colégio dos procuradores gerais à comissão". "Sem querer polemizar – declara o porta-voz da procuradoria –, gostaria de lembrar que a nossa primeira preocupação, especialmente em casos desse gênero, são justamente as vítimas. Não se pode criticar a justiça de fazer seu próprio trabalho. E isso será feito de maneira decorosa".

A comissão havia sido instituída em 1998, depois das denúncias de um sacerdote, o padreRik Devillé, sobre os abusos dentro da Igreja belga e particularmente flamenga. Porém, segundo Devillé, nos primeiros dez anos a comissão certamente não havia se mostrado zelosa. Só com a nomeação do professor Adriaessens, em 2008, havia começado a trabalhar em sério. Até dois meses atrás, os dossiês reunidos eram algumas centenas. Mas depois da renúncia do bispo de Bruges, a comissão havia sido sacudida pela denúncia, e os casos expostos mais do que duplicaram.

Só em parte são episódios recentes. Muitas vezes, os abusos remontam há muitos anos, estão prescritos a partir do ponto de vista penal, mas só agora quem os sofreu encontrou a coragem de denunciá-los. (Tradução de Moisés Sbardelotto para o IHU On-line)

Fonte: Blog do Paulo Roberto Lopes

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