Justiça de Israel suspende prisão de mães ortodoxas
A Suprema Corte de Israel reverteu nesta terça-feira uma decisão de prender 22 mulheres judias ortodoxas que haviam se recusado a permitir que suas filhas fossem a uma escola religiosa com meninas judias de origem diferente.
Apesar disso, a Justiça manteve a prisão dos pais das meninas e determinou que nove das mães se apresentem à Justiça para cumprir duas semanas de prisão após a libertação de seus maridos.
A decisão da Suprema Corte foi tomada cinco dias após uma manifestação que reuniu cerca de 100 mil judeus ortodoxos para protestar contra a interferência da Justiça de Israel em assuntos religiosos.
A Suprema Corte havia anteriormente obrigado as famílias das alunas a reintegrá-las à escola religiosa do assentamento Emmanuel, na Cisjordânia.
Asquenazitas e sefaraditas
Os colonos ortodoxos de origem asquenazita (originários do norte da Europa, da Europa central e do Leste) foram obrigados pela Justiça a receber em sua escola crianças de origem sefaradita (originários da Península Ibérica, do norte da África e da Ásia).
Mas os pais do grupo ultra-ortodoxo asquenazita Slonim, de origem russa, retiraram suas filhas da escola no ano passado e tiveram a prisão determinada pela Justiça após desobedecer a ordem da Suprema Corte pela reintegração das alunas.
Os pais asquenazitas argumentam que não querem que suas filhas dividam as classes com as alunas sefaraditas por causa das diferenças nas tradições religiosas entre os dois grupos.
Fonte: BBC Brasil
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Para um povo que reclama haver sofrido discriminação e perseguição, sejam decorrentes dos pogroms, na Rússia, sejam decorrentes do suposto confinamento em guetos, em Varsóvia (p. ex.), a postulação dos asquenazitas, acolhida pela Corte Suprema de Israel, parece sacramentar uma certa incoerência.
No livro de Érico Veríssimo, intitulado "Israel em Abril", o problema da discriminação contra os sefaraditas aparece com toda a nitidez.
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