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Os bispos europeus assinalaram nesta segunda-feira "a necessidade de reconhecer a dramaticidade" do problema dos abusos sexuais cometidos por religiosos contra menores e afirmaram "a importância de confrontá-lo com seriedade".

A declaração chega três dias após Bento 16 ter pedido desculpas públicas às vítimas de pedofilia pela primeira vez. Nesta sexta-feira, o papa pediu em Roma perdão público a Deus e às vítimas de padres pedófilos, e prometeu que fará "tudo o que for possível para que abusos semelhantes não voltem a acontecer jamais".

"É óbvio o desejo das conferências episcopais de seguir o modo com o qual o papa está enfrentando a questão", explicaram eles, em uma nota conclusiva do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), ocorrido nos últimos dias em Roma.

"Impressionam as medidas colocadas em campo por algumas conferências episcopais para fazer frente ao problema, prevenir posteriores casos de abuso e apoiar e acompanhar as vítimas e suas famílias de similares dramas, aos quais a condenação foi unânime", informou o comunicado.

Durante o encontro que reuniu os secretários-gerais das entidades de cada país, foram recordados os procedimentos que devem ser seguidos a cada vez que um bispo for informado de "possíveis casos de abusos".

Também foi citada uma "troca entre as conferências episcopais para melhorar a intervenção da Igreja neste setor".

Nos últimos meses, a instituição católica se viu envolvida em denúncias de pedofilia contra membros do clero em diversos países, entre eles Alemanha, Irlanda, Estados Unidos, Itália, França, Áustria, Espanha, México e Brasil.

No CCEE, os prelados falaram ainda sobre o relacionamento entre a Igreja e os meios de comunicação. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, recordou aos bispos manter em vista a globalização da informação, cada vez mais "veloz e sensacionalista", que faz com que qualquer declaração a nível local adquira subitamente um eco a nível internacional.

Fonte: Folha de SP