O agrônomo cruzou a maçã gala com outra cultivar chamado princesa.
O objetivo era criar uma fruta que precisasse de menos horas de frio.
A Epagri, Estação Experimental de Pesquisas de Santa Catarina, desenvolveu uma variedade de maçã mais bonita, muito saborosa e resistente a doenças. Ela foi batizada de daiane.
O agrônomo Frederico Denardi realizou em 1987 os primeiros cruzamentos que deram origem à nova maçã. Ele cruzou a gala com outro cultivar chamado princesa. O objetivo era criar uma fruta que agradasse ao paladar dos brasileiros e que se precisasse de menos horas de frio. Dessa união nasceu a daiane.
“É uma cultivar que pode ser plantada em climas um pouco mais quentes. O requerimento dela fica em torno de 650 a 700 horas de frio. Já o requerimento das cultivares hoje plantadas fica na faixa de 800 horas de frio”, explicou Denardi.
As análises da fruta são feitas na estação experimental da Epagri, que fica em Caçador, em Santa Catarina. Os técnicos analisam a consistência, a quantidade de iodo e a acidez de variedades diferentes de maçãs. Os estudos da daiane demoraram mais de dez anos. O resultado foi um cultivar com características diferentes das variedades fuji e gala, as mais consumidas no país.
“A gala comum tem problemas de coloração. Normalmente, não apresenta coloração em toda fruta. A fuji normalmente tem a coloração desbotada. É uma fruta que não chama muito a atenção pelo visual. É diferente da daiane, que tem um vermelho intenso e bonito. Em termos de aparência, de sabor, de textura, de crocância, de suculência é uma fruta bastante agradável”, detalhou o agrônomo Marcus Vinícius Kvitschal.
Os resultados apresentados em laboratório já podem ser vistos nos pomares. A variedade daiane vem sendo experimentada em plantios comerciais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
Em Fraiburgo está a maior concentração da cultivar daiane de todo o Brasil. São cerca de 85 hectares do fruto. Somente em uma propriedade da região a expectativa é de que sejam colhidas este ano 350 toneladas dessa variedade de maçã.
Quem cultiva a daiane aponta outro benefício. A variedade é colhida em março, no intervalo entre a gala e a fuji. O tempo de maturação é menor, assim como os gastos com mão de obra.
“Logo que termina a gala não fica um intervalo vazio até o início da fuji. Então, com a daiane conseguimos fazer com que o pessoal que colha a gala continue colhendo a daiane posteriormente à fuji”, disse o agricultor João Mena Neto.
A Epagri tem os direitos de patente. A empresa prepara um edital para selecionar os viveiristas que vão trabalhar com a maçã daiane em cada região. Somente eles é que poderão multiplicar e vender as mudas da nova variedade.
Fonte: G1
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