Noivos se casaram vestidos de Fiona e Shrek, em Garibaldi (RS).
Fantasias não correspondem a 'santidade', diz Diocese, em nota.
Nathália Duarte
Depois de um casamento inusitado na cidade de Garibaldi (RS), a Diocese de Caxias do Sul (RS) estuda a possibilidade de restringir os trajes dos noivos durante as cerimônias. Denise Flores, 30 anos, e Marcelo Basso, 39, entraram na Igreja Matriz São Pedro de Garibaldi, no último dia 12 de março, vestidos como os personagens de desenho animado Fiona e Shrek.
“Como foi a primeira vez que aconteceu, nunca nos passou pela cabeça um problema assim. Agora, tendo em vista o acontecimento, vamos estudar como reagir, ouvir outros padres, leigos e rever toda a questão sacramental da Igreja. Reconhecemos que há muitos acertos e há coisas a crescer”, afirmou ao G1 o coordenador diocesano da pastoral local, padre Gilmar Paulo Marchesini.
Em nota, a Diocese afirma que a celebração do sacramento do matrimônio deve seguir ritos e linguagem “adequados às culturas e situações e fundamentados na fé e não inspirados na imaginação e na fantasia”.
O estilo usado e as fantasias, ainda de acordo com a nota, não corresponderam à “santidade e seriedade desta celebração”. O frei que realizou a cerimônia, segundo a Diocese, foi advertido e orientado.
"Foi um casamento católico, com todos os ritos tradicionais. Não mudamos nada da cerimônia. A única coisa foram as fantasias usadas por nós e pelos convidades", afirma a noiva Denise Flores, cabeleireira.
De acordo com a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), não há restrições específicas sobre os trajes dos noivos em casamentos e cada diocese pode definir quais as orientações a serem dadas aos noivos quantos às roupas usadas durante a cerimônia.
“O Código de Direito Canônico dá orientações sobre o ritual da Igreja e a forma da celebração, a liturgia, mas não trata dos trajes a serem usados”, afirma ao G1 o padre Reginaldo Lima, assessor da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, especialista em Código de Direito Canônico.
De acordo com Lima, esse foi um caso isolado. "Fomos pegos de surpresa, foi um caso isolado, mas agora devem surgir orientações para cuidar da sobriedade das celebrações, para não banalizá-las", afirma.
Fonte: G1
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