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quinta-feira, 24 de março de 2011

Promotor é acusado de barrar apuração no DF


Segundo MPF, ex-procurador geral Leonardo Bandarra agiu para que coronel nomeado por Arruda não fosse denunciado por desvio de R$ 1 mi



Leandro Colon, de O Estado de S. Paulo



BRASÍLIA - O promotor Leonardo Bandarra, ex-chefe do Ministério Público do Distrito Federal, é agora acusado de tentar abafar um esquema de corrupção na Polícia Militar. É o que relata denúncia obtida pelo Estado, protocolada nesta semana pelo Ministério Público Federal. A ação diz que Bandarra agiu para proteger o comando da PM na investigação que apontou desvios de R$ 1 milhão. "Dúvidas não há de que Leonardo Bandarra agiu com dolo intenso e premeditado, buscando com tenacidade e ousadia fora do comum o resultado delituoso", diz a denúncia do MPF.

É a terceira ação criminal contra Bandarra, que ocupou o cargo de procurador-geral de Justiça até junho de 2010. Em dezembro, foi afastado do cargo de promotor pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Antes da nova denúncia, já pesavam sobre ele acusações de receber mesada de R$ 150 mil para proteger o governo de José Roberto Arruda, além de duas denúncias de extorsão, formação de crimes de formação de quadrilha, concussão e violação do sigilo profissional. Agora, é acusado de advocacia administrativa - uso da condição de funcionário em prol de interesse privado.

Segundo relato do promotor Mauro Lima, em 13 de setembro de 2010, ele preparava denúncia sobre desvio de dinheiro num contrato de manutenção de viaturas da polícia. O promotor conta que Bandarra pediu em maio de 2009, em nome de Arruda, para não incluir o coronel Antônio Cerqueira, então comandante-chefe da PM. Na noite de 13 de maio daquele ano, Bandarra esteve em sua casa e, citando Arruda, teria dito que "é para tirar o coronel Cerqueira da denúncia".

"Bandarra, você me conhece há 15 anos e sabe que jamais faria uma coisa dessas", teria respondido Mauro Lima. Segundo ele, um dia antes, em encontro na casa oficial do governador, Arruda pediu que ele deixasse a investigação para o próprio governo. Com a recusa, disse para esperar a festa dos 200 anos da PM.

Fonte: ESTADO DE SP

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