O médico também foi acusado de matar Mongar (esq.)
Um médico americano foi indiciado nesta quinta-feira nos Estados Unidos sob a acusação de realizar milhares de abortos ilegais em gestações avançadas, proibidas no país, e de assassinar bebês recém-nascidos com tesouras após o parto.
O relatório de uma investigação sobre o caso, obtido pela BBC, descrevia a clínica de Kermit Gosnell, que se chamava "Sociedade Médica de Mulheres", como um "cemitério de bebês".
Gosnell, um clínico geral sem título de obstetra, teria empregado funcionários sem treinamento e sem licença, incluindo uma adolescente. Eles realizavam abortos e administravam e receitavam drogas perigosas.
O documento diz ainda que o equipamento médico estava ultrapassado, sem funcionar ou em péssimas condições, instrumentos não eram esterilizados de forma adequada, que a clínica tinha mobília e lençóis manchados de sangue e que itens médicos descartáveis era usado mais de uma vez.
Segundo o relatório, restos de 45 fetos foram encontrados em sacolas, garrafas de água e leite, geladeiras e freezers na clínica.
Overdose
A promotoria do caso diz que o médico ganhou milhões de dólares tratando e até mutilando mulheres, em sua maioria imigrantes pobres e de minorias.
Em uma declaração, o promotor público Seth Williams disse que o Gosnell “forçava o nascimento de bebês viáveis no sexto, sétimo, oitavo mês de gestação e então matava os bebês cortando a parte de trás dos pescoços com tesouras, cortando sua medula”.
Segundo a lei do Estado americano da Pensilvânia, onde fica Filadélfia, abortos são ilegais após as 24 semanas de gestação.
Gosnell, de 69 anos, também foi acusado pela morte da imigrante nepalesa Karnamaya Mongar, de 41 anos, que recebeu uma overdose de sedativos em sua clínica em 2009.
O médico foi indiciado por oito homicídios, relativos às mortes de sete bebês e da paciente. Outros nove funcionários da clínica também foram processados.
Os réus ainda não responderam às acusações.
O advogado William Brennan, que representou o Gosnell durante a investigação, disse somente que as alegações são "obviamente muito, muito sérias".
Fonte: BBC
Nenhum comentário:
Postar um comentário