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sábado, 26 de março de 2011

Norte-americanos e aliados: mocinhos ou bandidos iguais aos que rotulam como ditadores?




Durante a guerra do Vietnam os Estados Unidos rodaram inúmeros filmes para marcar seu papel de mocinho no conflito. Tem uma cena em Boinas Verdes, de 1968 – produzido e estrelado por John Wayne – que permanece nítida como uma cópia nova na minha desgastada memória. Um coronel mostra a um jornalista recém-chegado à selva um alçapão armado pelos vietcongs coberto com folhas de bananeiras e várias lanças pontiagudas que trespassavam o corpo do militar americano que pisasse em falso. Uma armadilha feita com requintes de crueldade. O jornalista observou o buraco e reagiu sem qualquer surpresa:
- O exercito americano não faz a mesma coisa? – perguntou
- Sim – disse o coronel muito sério – Mas nós não botamos veneno na ponta das lanças!
A cena poderia ser adaptada agora para este conflito na Líbia. As forças da Coalizão – capitaneadas pelos Estados Unidos – estão bombardeando Trípoli e outras cidades a pretexto de conter as tropas de Kadafi que avançavam contra os rebeldes executando civis que estivessem pelo caminho. O mesmo jornalista – já aposentado – depois de ouvir as explicações do general americano pergunta:
- Mas... As forças da Coalizão também não estão matando civis com esses bombardeios?
- Sim, sim – responde o general – mas nós estamos matando a distancia. Com caças e mísseis Tomahawk. Isso faz a diferença. Não vemos a cara dos mortos!
Caso a comunidade internacional aumente o tom das criticas exigindo o fim da mortandade de civis, as forças da Coalizão já tem suas justificativas na ponta da língua:
- Nós não queremos acertar os civis – dirá o general – Mas Kadafi os coloca na linha de tiro, como escudos humanos... Que que a gente vai fazer?

Uma pergunta que pinga tal uma goteira na minha cabeça foi repetida por um jornalista do inglês Independent: Quem vai para o trono quando Kadafi cair? A confusão que se estabeleceu na Líbia desde o primeiro momento vem da ausência de uma oposição minimamente organizada. Os líbios deviam imaginar que Kadafi fosse eterno porque nesses 42 anos de tirania não cuidaram de desenvolver um plano B para depor o ditador. Nessas circunstancias quando o treinador americano tirar Kadafi de campo e olhar para o banco não encontrará ninguém para seu lugar. Não sei se as forças da Coalizão já pensaram a respeito, mas desde já proponho que botem um anuncio no melhor jornal da Líbia: “Procura-se – cidadão líbio para governar o país. Exigimos tempo integral, inglês fluente e capacidade para organizar eleições democráticas. Oferecemos apoio militar e financeiro do Ocidente. Enviar currículo com pretensões salariais para coalizão@ bombardeio.com. un. Não é necessário experiência em petróleo.


Fonte: JORNAL DO BRASIL/BLOG DO NOVAES

(Título original: A HISTÓRIA SE REPETE?)

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