A Corte do Distrito de Tel Aviv condenou nesta terça-feira o ex-presidente de Israel Moshe Katsav à pena de sete anos de prisão por crimes de estupro, atos indecentes, assédio sexual e obstrução da Justiça.
Katsav, que foi presidente de Israel entre 2000 e 2007, chorou ao ouvir a pena e gritou aos juízes que era "tudo mentira".
Um dos filhos de Katsav agrediu jornalistas que tentaram se aproximar do ex-presidente.
De acordo com a decisão da Justiça, Katsav começará a cumprir a pena no dia 8 de maio e também terá que pagar indenização a duas mulheres que trabalharam com ele e foram vítimas de estupro e de assédio sexual.
A primeira, que foi sua secretária quando ele era ministro do Turismo, deverá receber uma indenização de 100 mil shekels (cerca de R$ 200 mil) e a segunda, que foi sua assistente no período em que ocupou a Presidência do país, receberá indenização de 25 mil shekels (cerca de R$ 50 mil).
'Instrumento para caçar'
Ao ler os argumentos para a pena, o juiz George Karra afirmou que os cargos importantes que Katsav ocupou serviram como "instrumento para caçar" suas vítimas.
O advogado de Katsav, Tzion Amir, declarou que a defesa vai entrar com recurso no Supremo Tribunal de Justiça.
"Os direitos do réu foram gravemente violados", disse o advogado de defesa, que exigiu que todos os protocolos do processo sejam expostos ao público.
"O público teve conhecimento de apenas uma parte dos fatos", acrescentou.
De acordo com Moshe Negbi, analista para assuntos jurídicos da rádio estatal de Israel, a sentença é "um motivo de orgulho" para Israel.
"A Corte demonstrou que Israel é um Estado de direito, onde todos são iguais perante a lei", afirmou o analista. "Os juízes não fizeram descontos a Katsav por causa dos altos cargos que ocupou no passado".
Negbi também mencionou que, com a sentença, os juízes destacaram o valor da dignidade e da liberdade das mulheres.
Após o final do processo criminal, as vítimas de Katsav poderão abrir um processo civil contra o ex-presidente e pedir indenizações mais altas pelas agressões que sofreram.
O representante da vítima identificada apenas com a letra A disse que ela ainda não decidiu se vai abrir um processo civil, mas que "está contente pelo fato de que justiça foi feita".
Fonte: BBC
Nenhum comentário:
Postar um comentário