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quarta-feira, 16 de junho de 2010

Abandono de idosos

Padres e freiras abandonam idosos do Lar Vicentinos

Denúncia é da conselheira Ana Maria Silva. Irregularidades dificultam a ajuda do Governo do Estado à instituição em crise. Perpétua Almeida (PCdoB) quer ajudar.


"Aqui não aparece nem padre nem freira. Nem com todo esse problema que estamos enfrentando, nenhum padre ou freira entrou em contato nem por telefone para saber se precisamos de ajuda. Pastores e líderes de outras igrejas é que continuam nos visitando e auxiliando como podem". O Desabafo é da diretora do conselho Ana Maria Silva, do Lar Vicentinos, durante visita de surpresa, terça-feira da deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB).


A instituição, a única que cuida de idosos em Rio Branco está ameaçada de fechar as portas por causa de irregularidades administrativas, o que está impedindo o repasse de ajuda do Governo do Acre. Informada pela imprensa dos problemas que estão ocorrendo ali, a deputada Perpetua Almeida (PCdoB), fez uma visita de surpresa ao local, para colocar-se a disposição na busca de soluções.


"É obrigação do Estado, cuidar de seus velhos como de suas crianças. Vim aqui para me colocar à disposição para auxiliar, seja com emenda, seja com auxílio técnico, seja tentando abrir as portas para melhorar as condições do abrigo, porque não podemos nem imaginar a possibilidade do único lar de idosos de Rio Branco fechar. Contudo, chama a atenção o fato do Lar Vicentino ser uma entidade católica e nem uma autoridade da igreja ter aparecido para ajudar nem nesse momento crítico", destacou a deputada Perpétua Almeida.


Os Vicentinos do qual faz parte o lar de idosos da capital, é uma entidade mundial fundada na França em 1833, pelo estudante de Direito Frederico Ozanan com outros 6 estudantes. Em Rio Branco, o lar abriga 52 idosos com idades que variam de 60 a mais de 90 anos. Muitos deles sequer sabem a própria idade, como Manoel Marques que afirma estar com 104 anos e há setenta no Lar Vicentino. A maioria também tem apenas uma vaga lembrança da convivência familiar, detalhes que fazem questão de esquecer para não lembrar o sofrimento do abandono. A maioria não recebe visitas e não tem qualquer contato com a família há anos.


O Lar Vicentino abriga mulheres e homens idosos abandonados pela família, encontrados em situação de risco pelo Ministério Público, enviados pelo Conselho do Idoso ou que simplesmente não tem para onde ir. No entanto,o abrigo se mantém às custas de doações e de um percentual de 70% de desconto sobre as aposentadorias dos idosos que recebem este beneficio. Atualmente 39 contribuem.


A casa tem um gasto mensal de R$ 30 mil e seus funcionários são voluntários. O único convênio que dispõe é com o governo do estado que repassa por ano R$ 40 mil. O restante das necessidades é aplacada com doações de comerciantes, pecuaristas etc.

A falta de profissionais técnicos criou o impasse atual. O voluntariado que trabalha no abrigo não dispõe de conhecimento na área de administração e contabilidade, o que causou erros na prestação de contas e impediu a renovação do convênio com o governo do estado. Por outro lado a insuficiência de recursos impede a adequação da casa às exigências da vigilância sanitária que determina a existência de banheiros nos quartos.


A deputada Perpétua Almeida prontificou-se a colocar uma emenda para o abrigo e convidou a direção do Lar Vicentino para a reunião da bancada federal com os prefeitos esta semana. "Será uma oportunidade deles exporem suas dificuldades e necessidades como forma de sensibilizar deputados e senadores. Quem sabe não fechamos a reunião com o compromisso de toda a bancada ajudar, colocando cada um uma emenda para o Lar Vicentino?", desafiou a deputada comunista.




www.vozdoacre.com

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